Parece que a idéia de finitude é que nos impõe essa exigência. Se não fossemos finitos e se não soubéssemos da nossa própria finitude, encararíamos a vida de outra forma e não atribuiríamos sentido à temporalidade. A noção de indivíduo, por sua vez, é construída a partir da relação com os outros. Só conhecemos a nós mesmos através da forma como os outros nos concebem. A partir do confronto com o outro identificamo-nos a nós mesmos e tomamos consciência de nossa relação estreitamente intricada. Se, por um lado, somos condenados a ser livres, como dizia Jean-Paul Sartre, por outro, não temos como não interferir na liberdade do outro. Os limites entre o “eu” e o outro estão entrelaçados, pois ambos são sujeitos que se definem mutuamente. Assim, a morte de um outro significa também a perda de parte do “eu” que se constituiu na relação com aquele. A nossa vivência fica marcada naqueles com quem nos relacionamos e em tudo aquilo que, com os outros, construímos para a humanidade.
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