Ninguem me vê do mesmo modo.
Cada qual agarra em mim a realidade que mais lhe convém.
Há quem me julge engraçado, outros que me acham convencido e um chato. Outros que sou mal-criado, outros que sou muito paciente.
Há quem me ache inteligente. Deve ser por alguns discursos que faço…
Conscientemente adapto-me ás opniões, algumas provisórias, dos outros, sem me enganar nos papeis ou confundir as personalidades.
Quem me considera afoito e desinibido, engana-se.
Quem me considera estupido, irrita-me e insulta-me.
No fim sou sempre o que eles querem, bom, mau, filósofo, integro, puta, puritano, devasso, estupido, só nunca sou uma coisa para eles: EU PRÓPRIO.
Eles pensam que me conheçem, mas não sabem as minhas mágoas, pois nunca perguntaram por elas.
E esse é um segredo que hei-de levar para a sepultura.
Se não morrer no mar…
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