quinta-feira, março 24

AS DROGAS E A SIDA

Algumas noções sobre a SIDA

SIDA – Síndrome (conjunto de doenças) que leva à destruição do sistema imunológico.
HIV – nome dado ao vírus que provoca a AIDS. Milhares de pessoas convivem com o vírus HIV e não sabem que estão infectadas.
Pesquisas recentes da Organização Mundial de Saúde, demonstram que 38% das pessoas que usam drogas injectáveis são portadores do vírus HIV. Partilhar agulhas e seringas (ou o conteúdo das seringas) que têm traços de sangue contaminado transmite o vírus HIV. Todos os três modos de injectar (no músculo, na veia ou subcutâneo) são perigosos. Estudos mostram que, embora o HIV normalmente não sobrevive fora do corpo, mas que pode sobreviver dentro da uma seringa fechada ou de uma agulha não limpa. Além disso, o uso de equipamento contaminado pode transmitir Hepatite B e Septicemia (infecção do sangue por bactérias) e causar infecções de pele no local da picada.
As pessoas que usam drogas, são discriminados por outras, pois estas não se encontram no seu estado normal, não acompanham um diálogo, comportam-se inadequada e inconvenientemente e, às vezes, até de modo perigoso. Se é uma ou outra vez que se drogam, podemos até aguentar, mas se é toda hora, não há "santo" que aguente. 
Além disso o critério de valores de um drogado passa a ser diferente do nosso. Caso não tenha dinheiro para comprar a droga, ele não se incomodará em roubar, seja a própria família, seja os amigos. As mulheres podem até se prostituir quando pressionadas por essas situações.
As conversas, as atitudes, os interesses dos drogados também não interessam àqueles que querem viver saudavelmente. Além disso, como são pouco motivados a trabalhar (ou estudar) porque já que não têm mais a mesma capacidade, num ambiente de trabalho (ou estudo) só atrapalham. Os drogados têm, ainda, dificuldade de enfrentar as frustrações decorrentes das actividades do dia-a-dia, reagindo a elas de modo agressivo ou impulsivo, o que os torna inadequados ao ambiente familiar, profissional ou social.
A forma sedutora com que se apresenta o uso de drogas leves (apenas fumadas), não necessitando de seringas e agulhas, o que para muitos constituem-se em violação ao próprio corpo; a não transmissibilidade do HIV pela via pulmonar; e os poderosos efeitos alcançados em segundos, são factores de um  aumento cada vez maior do consumo destas droga transformar-se num problema emergente de saúde pública a curto prazo.
Quando uma pessoa usa uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido é de alguma forma agradável, este efeito adquire o carácter de uma recompensa. Como o comprovam estudos experimentais, todos os comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e aprendidos.
Se pensarmos bem, este simples facto biológico está por trás de uma infinidade de dramas pessoais e sociais e de uma modificação talvez irreversível das sociedades, que sofrem pesadamente com o domínio ilícito das actividades de exploração económica do vicio de drogas. Estima-se que 63 por cento de todas as actividades criminosas, de roubos a assassinatos praticados por gangues e traficantes, e um número incontável de mortes e doenças, são causados directa ou indirectamente pelo uso de drogas de uma parcela relativamente pequena da população. Em países como a Colômbia, e nas grandes cidades do Brasil, estas estatísticas podem ser ainda piores. É, sem dúvida uma epidemia assustadora, e a maior tragédia desse final de século.
Por isso, é tão urgente a compreensão dos mecanismos cerebrais dos vicios pela neurociência.

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