quinta-feira, janeiro 30

Toda a vida dependi da bondade de estranhos, tal como no filme de Almodôvar.
Da minha família de sangue não recebi nada, só não me tiraram a dignidade porque não deixei, até a auto-estima me tiraram. Mas eu recuperei, esmurraram-me mas não me partiram.
Aprendi a viver sem rancor, mas não sem mágoa, não sou forte o suficiente.

Porque as pessoas gostam de mim, e me aturam, continua a ser um mistério para mim.
Ás vezes nem eu gosto de mim.
A verdade é que o amor dói, e a falta dele também. Não há fuga possível.
Mas o amor é eterno enquanto dura (Vinicius disse esta linda frase).
Ser feliz para sempre é ficção científica, mas sofrer uma vida para ganhar o céu é demente.
Sempre amei por um todo, amar as partes que me convêm não faz o meu género. Quando amo alguém é pelo todo, seja amigo ou amante. Como não sou de aço por vezes saio magoado da equação, mas como aprendi a andar sozinho há muito tempo, levanto-me sempre, lambo as feridas, e com mais ou menos nódoas negras e escoriações, lá sigo a minha vida.

Bem no fundo sou um vencedor e um homem rico. Vencedor porque não me tornei um individuo amargo e mau, rico porque tenho os bons valores no meu coração, e amigos que gostam de mim, mesmo com os meus defeitos.
Ah pois! A vida não tem preservativo, e foder a vida é sempre um risco.
Numa relação há três momentos essências: a descoberta do outro, os momentos das conversas e por fim o momento em que decidimos que é para a vida. E digo-vos a fidelidade e a honestidade são difíceis de encontram e manter.

Uma pessoa dá trabalho, manter essas pessoas como amiga dá muito mais, e imaginem isto repetido por várias. 

quarta-feira, janeiro 29

Os portugueses estão cada vez mais bonitos, e as portuguesas também.
Mas andam a vestir-se mal, ou a despir-se ainda pior.
Eu acho que devia haver um estalinismo estético, campos de concentração para pessoas mal vestidas e que cheiram mal, tipo em Souselas ou numa fábrica de transformação de suínos.

Depois que mania esta de vestirem-se como se estivessem num clip da MTV? E tem de andar vestidos da mesma forma, tenham 50 ou 500 quilos.
Fumam e bebem demasiado, tanto quanto um incêndio de Verão, e como a produção da Central de Cervejas durante um mês.
Depois é vê-los nas redes sociais, sempre em festa em poses estúpidas, amacacadas, como se a vida fosse um permanente reallity-show.
E são agressivos, eles e elas, mal-educados, sem maneiras, e egoístas, o pacote completo.

E copiam tudo o que vêem na TV, o mau, porque os bons exemplos não são cool.

terça-feira, janeiro 28

Aos amigos que nunca mais terei.

Não sou perfeito, tento ser o melhor que posso e sei que tenho algumas insuficiências.
Mas o facto de não concordar sempre, não quer dizer que não respeite o outro. Mas não confundam bondade com ignorância.
Se há coisa que preze é a minha liberdade de pensamento, e teimo em julgar as coisas pela minha cabeça, que parece muito boa quando vos convêm, e muito estúpida quando é o contrário.

Todos os meus amigos me marcaram, os que estão e os que partiram, e as perdas, as injustiças, as traições, deixam feridas.
Sou dedicado aos meus amigos e íntegro, por isso não aceito outro tipo de comportamento da parte deles. Posso até ser flexível em muitos outros aspectos, mas nestes sou muito exigente, porque exijo o mesmo de mim.
Sei que tenho uma forma algo intensa de amar os meus amigos, mas quem não têm família, vê neles aquela que lhe falta.
E depois não vejo a amizade como uma actividade em part-time.

Quando se quebra o encanto de uma amizade dificilmente se recompõe, fica ferida de morte e murcha. Para mim perder a confiança é quase como uma morte anunciada.
É sempre dramático quando uma relação termina, e no amor, tal como na guerra, ficam sempre vitimas.

A verdade é que por vezes o amor acaba, simplesmente. As afinidades acabam, ou então percebemos que o que víamos na outra pessoa, não era aquilo que queríamos ver. Deixa de fazer sentido.

segunda-feira, janeiro 27

A vida é maravilhosa quando não se tem medo.
Mas quem é que não tem medos?
Tenho vários.

O meu maior medo é o sofrimento físico e mental, o meu e o dos outros. Não gosto de sofrer, nem de ver sofrer, aflige-me.
Embora as igrejas digam que temos de sofrer, para ganhar a “eternidade” celestial, eu não acredito em tal treta. Se Deus é pai, que pai quer ver os filhos sofrer?
Sempre tenho tentado aliviar o sofrimento dos outros, penso que é o mínimo que posso fazer.

Outro medo é o de perder os meus amigos, perder quem se ama é devastador, dói muito, pois são os meus amigos que me curam das agruras, das dores que os FDP deste mundo me dão. Não imagino a minha vida sem eles, mas sei que eles não vão estar comigo para sempre, e isso atormenta-me, mas tenho de lidar com isso.

Tenho também medo de perder as minhas faculdades mentais, sou um bocado auto-controlador das minhas, arrisco, mas tenho os pés bem assentes na terra e a cabeça bem lubrificada, a de cima não sejam porcos.

Também as doenças me metem algum medo, porque são debilitantes, mas não sou de ir á luta, já lutei duas vezes pela minha própria vida, e venci a morte.

A estupidez e a maldade também me amedrontam. As pessoas estúpidas são muito perigosas por não serem razoáveis e inteligentes.

E a maldade do ser humano sobrepõem-se a qualquer compreensão. Se um estúpido maldoso pode não ser inteligente, um maldoso inteligente pode fazer muito mal, e quando não têm escrúpulos são do mais cruel que se possa imaginar, são a encarnação do mal.

quarta-feira, janeiro 22

Não sejam cretinos.
Não sejam parvos.
Não admitam sobranceria ou condescendência.
Nunca demonstrem menosprezo ou indiferença parente os problemas dos outros.
Não sigam, nem dêem conselhos dos que provavelmente não os seguem.
Evitem o sexo desprotegido.
Gozem o ar livre.
Não sejam extremistas, tentem ser independentes.
Desprezem a banalidade.
Tentem entender as opiniões alheias.
Leiam muito.
Votem.
Ouçam vários tipos de música.
Partilhem.
Inspirem os outros.
Abandonem relações onde exista cinismo.
Façam por merecer o respeito que os vossos amigos vos têm.
Odeiem o ódio e o exagero.
Tenham muitos orgasmos.
Aproveitem o tempo, e durmam bastante.
Façam exercício e/ou desporto.
Não sejam obesos e evitem a fast-food.
Não aprendam a fazer sexo com os filmes pornográficos.
Sejam grandiosos, mas utópicos.

Acreditem no amor. 
O pão.
Adoro pão.
Não daquele plástico que fica duro e/ou elástico ao fim do dia, mas do bom, do rústico, do que tem crosta dura e sabor, com boa textura.

Lembro-me quando era jovem ir á aldeia de meus avós no “Expresso da Carreira” para a Pampilhosa da Serra, que chegava á vila pelas 2 da manhã, as estradas eram muito más. Vinha depois um “carro de praça” buscar-nos para a aldeia da Ponte de Fajão, já quase colada ao concelho de Arganil, e comprava-mos o pão na padaria, acabado de fazer, quentinho. Pão de segunda era assim chamado. Por ser feito com a chamada farinha de segunda categoria, mais barata, mas muito saboroso. Eram enormes, escuros por fora e brancos como a neve por dentro. Com manteiga era o céu.

Sempre adorei o cheiro o pão quente, habituei-me de pequeno a vê-lo cozer nos fornos a lenha, comunitários, na aldeia de meus avós paternos. Já a broa de milho nunca foi para o meu paladar, mas nunca fui menino de carcaças (papos secos na aldeia). O meu sempre foi escuro, grande e de intenso sabor (LOL). E a variedade é enorme.
O pão com chouriço é outra tentação, e as torradas, como eu adoro uma boa torrada em pão de centeio.

E vai uma tosta-mista?

domingo, janeiro 19

A vida é ingrata, dá-nos uma capacidade quase ilimitada de sonhar, e a incapacidade de realizar a maioria dos nossos sonhos.
Cada vez mais tenho a certeza de que a vida não nos serve, mas serve-se de nós.

Os meus pais nunca brincaram comigo, nem os meus avós ou tios. Pensei demasiado tempo nisso, aliás o meu mal é pensar demasiado nas coisas.
Tenho pena das pessoas que nunca choram, eu choro, e muito, de alegria junto dos que amo e de tristeza sozinho.
Hoje já dentro dos meus 40 continuo a chorar, não pelas mesmas razões de outrora.
Não posso voltar atrás e mudar o destino, nessa altura o meu sonho era de que me salvassem da violência a que minha mãe me sujeitava.
Sei que isso me continua a atormentar, e que se calhar o vai para o resto da minha vida, mas o meu maior medo é falhar miseravelmente como ser humano.

A minha preocupação actual é a de ver os meus amigos bem, em segurança, com saúde, e nunca ser tarde demais para abraçá-los e lhes dizer o quanto os amo.
Tenho consciência que alguns não vão ficar comigo a vida inteira.
Todos viemos do mesmo sítio, mas uns olham mais alto, mais longe, tentam ser melhores, mais cultos, mais humanos, mais corajosos, e respiramos fundo quando nos afrontam. Temos sonhos, e continuamos a sonhar mesmo com os reveses da vida, e mesmo sabendo que nem 20% dos sonhos se irão realizar, tentamos ser as pessoas que sonhámos ser.

Acredito mais nos homens do que em Deus, e resigno-me ao facto de muitos me decepcionarem, embora tenhamos partilhado o melhor de nós com eles, não tendo actos condenáveis, que nos envergonhem, e envelhecemos graciosamente.

E amamos, porque não sabemos fazer mais nada, porque nascemos para amar, e porque sabemos que é isso que nos salva de sermos umas bestas.

quinta-feira, janeiro 16

Os políticos empregam estilos diferentes quando estão no poder ou na oposição.
Quando estão na oposição são altos, elevados, superiores. Quando estão no poder tornam-se medíocres, mais graves.

O riso e o humor não são mais do que uma manifestação de inteligência. Pode ser de desdém, de gozo, de troça…
Já dizem os gregos “a tragédia não é mais do que a miséria heróica”
Enquanto uns discutem se Maria era virgem ou não, outros deixam de ir á missa. E eles mantêm-se nos lugares onde a crise nunca chega.
Eles não têm remorsos, consciência, desesperos. E riem-se do nosso desespero, da nossa vida de trabalho e dividas, e duvidas.
Esta gente é mais foleira que um disco de Nel Monteiro, Liliane Marise e Bernardina juntos.

O mal deste povo é que adora reality-shows, mas quando é para ficar na fotografia da responsabilidade das suas vidas, foge da objectiva, esperando sempre que sejam os outros a fazer o que lhes compete, que eles não querem queimar os dedos, são cobardes. Como as avestruzes enterram a cabeça na areia, e fingem que não estão lá, até baterem-lhe á porta os problemas, ai gritam “ai Jesus que ninguém fez nada”, e esquecem-se que eles são também esse “alguém”. Mas mandam bitaites sempre que podem…
O Tuga só quer ir para a praia no verão em intermináveis filas, em areias cheias de corpos cheios de gordura, bolas pelo ar e musica aos berros.
Nem percebem que o mal de hoje dos outros, será o seu mal amanhã!

Enquanto os deputados, ministros, banqueiros, empresários, se pavoneiam nas televisões a dizerem como devemos emagrecer e morrer de fome, com fatos que custam um ou vários salários mínimos, nós estatelamo-nos no chão para pagarmos as dividas e a ganância de lucros que eles fizeram, e eles riem-se dos palhaços, que é o que nós somos, os palhaços pobres. Aproveitam-se desses especialistas em coisa nenhum.
E eles divertem-se com a nossa tragédia e obrigam-nos a emigrar.


quarta-feira, janeiro 15

Os empresários portugueses, essa raça!

Primeiro pensam que têm jeito para o negócio.
E depois pensam que os espertos são eles, e que os outros são uma cambada de estúpidos, prontos a serem enganados.
Descuidam os pormenores, são desorganizados, não gostam de regras. E nunca chegam a horas a lado. Gostam de gritar e gesticular muito e mandam até na mãe deles. Acham que gerir é como serem directores de algum campo de concentração nazi.

Depois como não são muito inteligentes, e não sabem línguas, são muito desconfiados. Gostam de adular aqueles de que se querem aproveitar, gostam de “negociatas”, de boa vida, as empresas servem exactamente para pagar as suas mordomias, enquanto pagam mal e tarde aos seus colaboradores, a que chamam de empregados.
Tem sempre mulheres espampanantes, e amantes boazonas que estão com eles porque eles são lindos, mesmo com os seus bisontes 320 quilos, ou com as suas barrigas que davam para abrigar toda a população do Barreiro em dias de chuva, e frequentam bares de alterne ou as putas (que em alguns casos são as próprias mulheres deles!).

Adoram aldrabar a lei, ir a tribunais, atrasar processos, pagar custas e coimas, como se isso desse status e prestigio.
Preferem despedir trabalhadores, deixar de investir nas suas empresas, faltar a pagamentos (pois se ele deve são dificuldades, se lhe devem os outros são ladrões), sejam eles o estado, os colaboradores, aos bancos, aos fornecedores, do que cortar nas suas despesas.
Aliás para eles somos todos uns empregados preguiçosos, o estado um ladrão, a banca uma sanguessuga, os fornecedores uns abutres, e eles são tão boazinhos… Nós não prestamos e eles até fazem caridade em nos dar emprego, que nos pagam mal e por vezes nem pagam, porque nós merecemos.

Já ao contrário de nós, eles trabalham que se fartam, se chegam ao escritório perto da hora de almoço, foi porque estiveram a fazer “serão”, porque eles esforçam-se para “salvar as empresas”, geralmente no Elefante Branco, ou em casa da mula que andam a comer (eles e mais o resto da Brandoa).

Dizem todos que enriquecem á custa do suor do trabalho. Esquecem-se de dizer é que o suor e o trabalho é o dos outros, que exploram!

segunda-feira, janeiro 13

Não entendo como nós, um povo tão pachorrento sempre batemos nos espanhóis, que sabemos que têm o pavio curto e ardem mesmo sem fósforo.
Em Portugal até um simples cadeirinha derruba ditadores, e mesmo sem serem do IKEA.
Passámos de queimar infiéis na Inquisição, para queimar fitas por estudantes alcoolizados.

Eu até acho que em vez de se fazerem manifs a pé, deviam ir de carro, pois todos sabemos o quanto beligerantes ficam os tugas ao volante. Até a ultima revolta civil em Portugal foi na Ponte 25 de Abril.
Outra coisa estranha é as greves em Portugal. Para quem tem fama de ser pouco produtivo, e não gostar de trabalhar, o trabalhador português fica muito irritado por haver greves de transportes. Uma oportunidade para ter desculpa para não ir trabalhar, e ainda se queixam? Sabem os tugas que fazer greve significa não ir trabalhar?
Porque não aderem em massa ás greves gerais? E depois um povo que tem fama de não ter muito respeito com o vizinho, tem muito respeitinho pela Troika.

Depois os tugas são tradicionalistas, católicos (beatos não), contra os imigrantes, mas emigrantes, contra o casamento gay, mas contra o divórcio (gay incluído).
Mas adoram estrangeirismos.
Em Portugal as pessoas ainda se benzem se vêm duas pessoas do mesmo sexo andarem de mãos dadas, e o exorcismo se se beijarem.
E depois temos Espanha como país irmão, e digo irmão porque não é amigo, os amigos nós escolhemos…
E temos os nossos políticos, empresários e intelectuais que pensam que valem mais do que realmente valem, mas são manhosos. É tudo deles!

E diga-se a bem da verdade que nós corremos com eles em Aljubarrota, para agora virem invadir-nos com os seus produtos manhosos. A vingança serve-se fria, e no caso dos espanhóis enlatada e com corantes e conservantes, e sem sabor…

quinta-feira, janeiro 9

Porque será que os espanhóis não fazem o mínimo esforço para nos entender?
Tem-nos assim tanta raiva ou desprezo?
O que vale é que eles não têm nenhuma queda para falar outras línguas, como os brasileiros.
E os portugueses é que são preguiçosos…
É por isso que falamos com eles num tom aparvalhado. Ainda dizem que são nuestros hermanos.
Um irmão que não faz o mínimo esforço para nos entender e ajudar? Chica com irmãos assim, dispenso os laços familiares.

E porque raios falam eles tão alto, e só dizem palavrões? Claro que também os tugas o fazem, mas os nossos vizinhos são demais. Eu que moro em Almada oiço-os a falar em Badajoz.
E depois eles adoram dar nas vistas, literalmente, pois esbracejam que se fartam.
Não admira que a maior cantora de ópera seja espanhola.
Ou então estão a ficar todos surdos… Falem com eles baixinho e vão ver eles ficarem todos apardalados.
Eles até fazem dobragens dos filmes e series estrangeiros! Até o respirar do Darth Vader e os latidos da Lassie eles dobram em castelhano. Os únicos filmes que eles ainda não conseguiram dobrar foi os do Manoel de Oliveira, são muito lentos para eles, e isso deixa-os malucos.

Depois cuidado a falar com eles, eles tem palavras parecidas com as nossas, mas com sentidos completamente diferentes. Por exemplo embaraçar é engravidar, aceitar é lubrificar, cantina é taberna, polvo é queca, pila é pilha, roto é estragado, fofo é gordo nojento, etc, etc.
Depois eles adoram esticar o dedo indicador, porque têm a mania de que eles é que sabem tudo.

Depois tem a mania de tocar em tudo, como se fossem CSI’s.