No entanto é no que se convencionou chamar de “opinião pública” que se encontra o concentrado mais aflitivo. Bem poucos têm coragem de se lhe opor. Aquele que recusa submeter-se-lhe é no mesmo instante “bizarro”, “diferente”, “suspeito”, fomentador de perturbações no seio do universo estagnado e confortável da vida moderna. A autoridade constituída, é sem dúvida a uniformidade social que acabrunha o indivíduo. O próprio facto de ele ser “único”, “diferente” separa-o e torna-o estranho à sua terra natal e até mesmo ao seu lar, ás vezes o expatriado cujos pontos de vista coincidem geralmente com os dos “indígenas”. Para um ser humano sensível, não é suficiente encontrar-se no seu país de origem para se sentir em casa, apesar do que isso pressupõe de tradições, de impressões e de lembranças de infância, tudo coisas que nos são caras. É muito mais importante encontrar uma certa atmosfera de pertença, de ter consciência de “aderir fortemente” com as pessoas e o meio ambiente, para se sentir em casa, quer se trate de relações familiares, de relações de vizinhança ou daquelas que se possuem na região mais vasta que se chama vulgarmente o seu país. O indivíduo capaz de se interessar pelo mundo inteiro, nunca se sente tão isolado, tão incapaz de partilhar os sentimentos à sua volta senão quando se encontra no seu país de origem.
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