sexta-feira, março 18

Não há nenhuma experiência humana que possa ser comparada à morte. Em primeiro lugar, ela é tão única que sequer permite a possibilidade de tematização por parte de quem a vivencia. Em segundo lugar, não há ser humano que não passe por ela e que, no decorrer de sua vida, não tenha, no mínimo, pensado nela. A idéia da “não-existência” e a impotência diante desta obviedade da existência humana: a finitude da vida individual. Numa sociedade centrada no indivíduo, somos tentados a tratar os outros com indiferença, a sobrevalorizar a nossa existência individualista, a de afirmarmo-nos como sujeitos autonomos e auto-suficientes, alimentados pela ânsia de competir com os outros, “conquistar” espaços e acumular riquezas para nós mesmos e/ou, no máximo, para nossa família. Assim, o ciclo: nascer, acumular, reproduzir e morrer parece definir toda a trajetória normal do ser humano na sociedade capitalista.

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