terça-feira, maio 27

Enquanto o nosso governo faz de conta que venceu as eleições europeias, e o nosso presidente faz de conta que mumificou, as ideias e a simpatia a favor de uma ditadura crescem.
As tiazinhas caridosas dizem aos pobres para não comerem carne, a protecção civil diz para nos agasalharmos com varias camadas de roupa, (não há dinheiro para os aquecedores, pois a EDP cobra a luz mais cara da Europa), a igreja e a sua corja de beatos tentam demonizar os indigentes, os que não seguem a sua (i)moral (gays, divorciados, mulheres que abortam), que são vistos como os novos judeus, responsáveis pela crise e desgraça económica.
Os pobres ou morrem de fome ou de doença, ou de falta de assistência médica (por não haver médicos, emigraram, ou de material, bem como medicamentos).
O ensino é cada vez mais para uma coutada de ricos, que humilham os outros em requintadas e divertidas praxes (a taxa de desistências no ensino superior continua a subir).

Isto não augura nada de bom.
O governo PSD/CDS continua a dizer que vai salvar Portugal, que nos libertou do jugo estrangeiro, e que a culpa da vinda da Troika foi de José Sócrates (como se não tivessem sido eles a chumbar o PEC 4), que quando veio a Troika não havia dinheiro para pagar aos funcionários públicos nem reformas e pensões (que se sabe ser mentira), e que foram eles que aplaudiram a chegada do FMI, que apelidaram de “salvador da pátria”.
Enquanto os treinadores e presidentes continuam a fazer pressões sobre a arbitragem no futebol, justificando as suas derrotas incompetentes e dos jogadores pagos a peso de ouro, e a que o povo parece achar serem justos.

Por este andar ainda vamos perder mais feriados, a começar pelo Primeiro de Maio, a avaliar pelo cada vez maior número de desempregados (a descida da taxa de desemprego é outra mentira, que é calculada pelo numero de inscritos nos centros de emprego, e excluindo os que põem em “formação”).

Make the best of a bad situation, dizem os americanos…  
Agora andam a bombardear-nos com programas de culinária, em que se fazem pratos com meia dúzia de cagalhotos e que custam um balúrdio. Como se a nossa gastronomia não fosse das melhores do mundo.
Concordo que os olhos também comem, mas não temos de comer com lupas…
Agora só são bons os restaurantes e chefes (sim porque agora são todos chefes), com estrelas Michellin, onde gasta por uma refeição o orçamento de um mês de comida em casa, e comes, aliás provas, uma amostra de comida empilhada e escondida, num prato gigante borrifado com molhos de cores e sabores estranhos, que mais parecem o cabelo da vocalista dos The Gift.

São gourmet…

domingo, maio 25

Vivemos num culto da juventude e do sucesso, por isso Miley Cyrus e Justin Bieber são vedetas, apesar de se comportarem como uns delinquentes.
Eu por mim tenho a solução para o fim das praxes. Aproveitem a Queima das Fitas e queimem as batinas dos estudantes com eles lá dentro. Com o nível de álcool que eles bebem dão uma bela fogueira de São João, e sempre se poupa na lenha.
Agora obriga-se as crianças a falar inglês, pelas privatizações a que temos assistido era ensiná-las a aprender os dialectos angolano, o Mandarim e o Alemão., este para poder falar com que manda verdadeiramente em Portugal.
Eu quando vi o José Sócrates a implodir as torres de Tróia, sonhei o que ele podia fazer o mesmo na Assembleia da Republica, com os membros do governo lá dentro e tudo.
Assim Alberto João jardim livrava-se “daqueles cubanos de merda” e “dos filhos da puta do contenente”.

João César da Neves soma e segue em afirmações que muito agradam aos regimes fundamentalistas, não me espantaria que fosse convidado para ministro no Irão, Afeganistão, Índia, Rússia ou mesmo na Coreia do Norte, Arábia Saudita, Síria, Sudão ou Paquistão.
Entretanto os realizadores e produtores de cinema português queixam-se de falta de apoios para a sétima arte, por parte do governo. Tenho uma ideia, façam um filme sobre a Marcha dos Desempregados, vão aos Centros de Emprego, que ficam com um filme épico tipo Ben-Hur e com muitos actores e figurantes, e de borla.
E como ao contrário do que se diz em Portugal é um país inovador, em vez de exportar os melhores cérebros, como é típico dos países pobres, anda a exportar os piores, como Durão Barroso, António Guterres, Vítor Gaspar, José Luís Arnaut, Álvaro Santos Pereira e Joana de Vasconcelos.

António José Saraiva, João César das Neves e Margarida Rebelo Pinto não são exportáveis, alem de serem contra os beijos gays em publico, preferem que lhes beijem o rabo.

quarta-feira, maio 21









TESTE PARA SABER SE ÉS GAY

- A tua noção de mulher ideal é:
a) Uma beldade alta e loura
b) A Joana Vasconcelos
c) A Dina

- Para ti um bom fato é:
a) Um Armani
b) Um do Manuel Luís Goucha
c) Um do Paulo Portas

- Um PDM é:
a) Uma doença venérea
b) Um partido
c) Não sei

- Os teus amigos são:
a) Uns fofinhos
b) Criaturas no Facebook
c) Imaginários

- O dinheiro serve:
a) Para gastar
b) Para pagar impostos
c) O que é isso?

- Para ti nada é mais importante que:
a) Os valores
b) O Amor
c) A vida

- Para ti uma praia é:
a) Um sitio para o bronze
b) Tem mata?
c) Onde a areia se mete no rabo

- Um amigo serve para:
a) Estar no Facebook
b) Servir de testemunha abonatória
c) Para me levar a casa ás 6 da manhã

- Que tipo de foto colocas no Facebook:
a) Eu em poses fotogénicas
b) Gatinhos fofinhos
c) Gajas boas

- O teu lema de vida é:
a) Bicha feita, bicha morta
b) Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem
c) Mais vale uma passara na mão do que duas a voar

Resultados:

Não interessa, se te vestires como a Lady Gaga e fores cantar Beyonce para o Trumps, és bicha de certeza!

terça-feira, maio 20

Leio que cada vez menos mães amamentam os filhos!
Ora ai está uma boa oportunidade para os políticos agirem em prol da sociedade. È que a mamar são eles especialistas, e sempre podem ajudar as crianças.
Aliás, a avaliar as decisões deste (des)governo, este ano vai haver muitos subsídios para os incendiários, pois segundo os jornalistas todos os anos as chamas lavram pelo país, e todos sabemos a paixão do CDS pela lavoura.

Mas num país onde Margarida Rebelo Pinto é convidada para as feiras do livro, tudo é possível.
Um estudo estrangeiro diz que os portugueses são dos que menos produzem, menos horas trabalham, tem demasiados feriados e férias, além de fazerem muitas “pontes”.
Devem ter estado na Assembleia da Republica e tiraram as suas conclusões, pensaram que os nossos deputados eram o exemplo do povo…

Parece que a nova Constituição vai ser escrita a lápis, para se puder mudar a bel-prazer de quem nos governa. Basta uma borracha e evita-se o Tribunal Constitucional.
Entretanto a OIT analisou os hábitos alimentares dos trabalhadores e concluiu o que era óbvio, os portugueses comem mal e isso reflecte-se na produtividade, ou seja nós não somos preguiçosos, andamos é mal alimentados. Graças aos sucessivos governos e ás cadeias de supermercados que ganham milhões de euros á nossa custa.

Entretanto em Portugal ser arguido e/ou condenado em Tribunal parece ser um passaporte para ser eleito presidente de uma câmara municipal ou um clube de futebol.

A nível de democracia, estamos falados…

segunda-feira, maio 19

Em Junho de 1996, dia 13 de Santo António, cheguei para umas férias a Cortegaça, Esmoriz.
Cortegaça é aldeia típica de pescadores convertida ao turismo. Tem uma pequena capela de azulejos azuis e brancos. Lembro-me de uma cascata joanina no parque de campismo, com figuras animadas.

Dois dias depois fomos a Santa Maria da Feira. Á catedral têm-se acesso por umas grandes escadarias, com um fontanário na base. A igreja tem duas torres enormes revestidas a azulejos azuis, e o interior é muito rico em talha. Do adro vê-se as ameias do castelo, e outra enorme igreja da cidade que também tem escadaria e muita talha dourada no interior. Do seu adro vê-se bem o castelo.
O castelo é único no país pela sua arquitectura, mais parecendo uma casa apalaçada. O interior está relvado e bem conservado. Tem varias salas, um delas gótica ogival. Tem-se acesso aos fossos e ás ameias por escadarias, as do fosso tem curiosas seteiras em forma circular encimada por uma cruz.
Segui para Espinho onde estava no jardim em frente á câmara municipal, uma exposição de espantalhos, e na marginal as escolas locais davam espectáculo musical num palco envolto em nevoeiro.
A Igreja Matriz tem uma torre sineira central muito alta, de pedra escura bem trabalhada e o interior é grandioso com altares de madeira escura bem executados, em pleno contraste com as paredes brancas e lisas.

Dia seguinte um salto á cidade de Ovar, terra de pescadores é terra devota e de muitos templos, e Ovar não foge á regra.
Segue-se Oliveira de Azeméis. A Igreja Matriz tem fachada robusta e grande com azulejos castanhos, e é dedicada a São Miguel com duas torres sineiras e com a imagem de Santo António na fachada.
O centro da cidade conserva ainda algumas casas de interesse arquitectónico, mas o ex-líbris da cidade é o Parque de La Salette, com santuário dedicado á santa, e único no país. O parque faz lembrar Sintra e a igreja é uma obra de arte em vitrais em varias cores e muito minucioso. Em frente uma enorme escadaria que acaba num adro/miradouro com um cruzeiro encimado com a Cruz de Cristo.
O Parque está muito bem cuidado.
Depois demos um salto a Vale de Cambra que sinceramente não me deixou lembranças.


Acabámos as férias com muita praia em Esmoriz, Espinho e Furadouro.

sexta-feira, maio 16

Se há duas cidades que adoro são Viseu e Guarda.
Em Junho de 2005 estive pela segunda vez na cidade mais alta de Portugal.
O centro histórico é rico em pontos de interesse. Nessa altura a Praça Velha já tinha sido fechada ao trânsito, estando em obras de renovação.
A sé domina a cidade pela imponência, mas não é o único digno monumento digno de visita. Só o exterior da catedral é um festim para os olhos.
Em volta o Solar Telles de Vasconcelos, actual Biblioteca Municipal, o antigo Convento de Santa Clara, hoje colégio, o Posto de Turismo, e antigos solares beirões.
A Igreja de São Vicente fica já na velha urbe. Na Rua D. Sancho I onde está a Casa de Chaves Bandarra, pensa-se que terá sido a Sinagoga, e no número 13 está a casa onde D. João III se encontrava com a filha do Barbadão.
Existem várias portas na cidade, vestígios do velho castelo. Na Rua Direita está uma das mais belas janelas de Portugal. A porta D’El-Rei fica na antiga Judiaria. Na Torre dos Ferreiros nova porta com pequeno nicho de devoções. Esta torre fica em frente á Igreja da Misericórdia com uma bela fachada mas interior pobre, excepto o altar-mor.
O Pelourinho fica em frente ao Museu Municipal. O Convento de São Francisco é actualmente quartel da GNR.
No Domingo aproveitei o dia de primeira comunhão de alguns miúdos, para puder filmar o retábulo de João de Ruão em pedra de Ançã.

No dia de Santo António fomos a Trancoso, uma das mais belas terras portuguesas. Entrando pela Porta da Vila encontra-se no mesmo largo as igrejas da Misericórdia, de São Pedro e o Pelourinho.
Embora se estivesse a meio de Junho estava frio. Dei um salto ao castelo, de grande porte mas vazio no interior.
A Igreja de Santa Maria de Guimarães estava fechada, a única que visitamos foi a da Misericórdia.
Fora das muralhas a Capela de Santa Luzia e o Cruzeiro do Senhor da Boa Morte.
Voltando ao interior ainda tive sorte de encontrar a Igreja de São Pedro aberta, e ver a casa judaica, além de provar as Sardinhas Doces de Trancoso.

No dia seguinte um salto á Capela Românica da Póvoa de Mileu, que fica fora do centro histórico, e que já foi “engolida” pela cidade. Merece visita pela riqueza do monumento do século X.
Também fora do centro fica o Chafariz de Santo André na entrada para o Parque Municipal.

Depois foi a vez de ir ver Belmonte, terra de raiz judaica e de Pedro Alvares Cabral. Uma das aldeias históricas tem inúmeros pontos de interesse, a começar pelo castelo semi-arruinado e com uma bela janela. Daqui têm-se uma vista magnífica sobre a Serra da Estrela, e sobre a cidade da Covilhã. O castelo está rodeado de pequenas capelas, uma igreja, uma torre sineira, e um grande crucifixo de pedra.
As capelas são as de Santo António e a do Calvário, fechadas ao público. A Igreja de São Tiago pode ser visitada e tem o panteão dos Cabrais.
Belmonte é vila pequena mas tinha na altura já 3 museus: o eco-museu do rio Zêzere, o museu judaico e o museu do azeite.
Visitei os dois primeiros.

Para terminar as férias, e porque os transportes não nos levam a muitos mais lugares, fui a Viseu, que também visitei pela segunda vez.
Começámos pela Igreja dos Terceiros, de fachada única e interior muito rico em azulejo e altares.
No Rossio está o edifício do banco de Portugal, e por ai se entra para o burgo velho, com inúmeras casas de muito interesse, e muito comércio. Percorrendo toda a Rua Direita chega-se á Igreja de São Bento.
Subindo para a Sé passa-se pela Casa da Calçada, belo exemplar de solar beirão. No Largo da Sé temos de um lado a catedral e do outro a Igreja da Misericórdia, que não podemos visitar por estar a decorrer um velório. A separar as duas, o pelourinho.
A Sé Catedral com o seu Paço Episcopal e o Museu Grão Vasco são de visita obrigatória. Se há monumento em que a beleza esmaga, a catedral de Viseu é um deles. Os azulejos do claustro servem de aperitivo para a igreja que é muito rica desde a arquitectura, os azulejos, as imagens, a talha dos altares, o mobiliário.
O museu é dos mais ricos e interessantes de Portugal.
Sai-se depois pela Porta do Solar de Cima que tem uma pequena capela muito bonita, e que nos leva de novo ao centro.
A Igreja do Carmo tem fachada imponente e interior a condizer, as paredes são um hino ao azulejo e os altares de rica talha dourada. No mesmo largo o Convento dos Nerys.
E depois é perder-se nas ruas e admirar a arquitectura da cidade. Foi acabar as férias em beleza.

Se um dia puder gostaria de voltar de novo a todos estes lugares.

quinta-feira, maio 15

Confesso que o Algarve não é um dos meus destinos favoritos de férias, mas de tempos a tempos lá vou passar curtas temporadas na região.
Passei lá férias em Setembro de 2005, na Quarteira.
Quarteira é cidade com poucos motivos de interesse, salvo a praia, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a lota (onde vi do mais belo peixe).

Albufeira, concelho vizinho ao de Loulé, renasceu para melhor nos últimos anos, e aliou o moderno ao antigo. Considerada a capital do turismo algarvio, tem uma bela e pitoresca praia. Existem ainda poucos vestígios do antigo castelo, como a Porta de Santa Ana. A Igreja Matriz é muito agradável, e a Ermida de São Sebastião, que é actualmente um museu de arte sacra.
A Igreja de Sant’Ana, que encontrei fechada, tem um belo adro que é um miradouro.
Setembro torna Albufeira mais calma mas ainda muito cosmopolita devido a muitos turistas do norte da Europa.

Depois a visita foi a Loulé, que tinha visitado há muitos anos. A Igreja Matriz tem portal bonito mas estava encerrada, foi-nos dito que o padre não que turistas a visitá-la.
O Museu Arqueológico é muito interessante e bem organizado, e dá acesso aos restos de uma casa, e partes do castelo.
À saída a Ermida da Senhora da Conceição com belos azulejos e talha dourada.
A Capela da Misericórdia tem belo portal, mas fechada ao público. Do Convento da Graça resta o portal.

Pegada a Quarteira está Vilamoura, famosa pela sua cara marina, mas o ponto de interesse é o Cerro da Vila, antiga vila romana, de largas dimensões e muito bem apresentada e de fácil visita.

Quanto ao resto das férias, muita praia, que Quarteira é farta e extensa, e que fora da época turística é menos ruidosa e consegue ser agradável. 

quarta-feira, maio 14

Adoro Coimbra.
Deve-se entrar em Coimbra pela Praça da Portagem, onde está o belíssimo edifício do Banco de Portugal, a estátua do famoso “mata-frades”, e duas apetitosas pastelarias com os deliciosos doces da região, com destaque para os Pasteis de Tentúgal.
Entra-se pela Rua Ferreira Borges, agora pedonal, onde está o edifício do Chiado recuperado, uma obra de arte em ferro.
Á direita a meio pode-se espreitar a Praça do Comércio ou Praça Velha, com a Igreja de São Bartolomeu, românica do século x, mas remodelada nos séculos XV e XVIII, com retábulos barrocos de talha dourada, um com o martírio do santo. Também na praça está a Igreja de São Tiago, românica de 1164. Para mim é uma das mais belas praças do país.

A praça dá acesso á Baixinha que mais parece Alfama e o Bairro Alto misturados.
Segue-se a Igreja de Santa Cruz, onde estão sepultados os nossos dois primeiros reis. Foi iniciado em 1131 com o apoio de D. Afonso Henriques, e entregue á Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Foi remodelado por D. Manuel I.
Ao lado o Jardim da Sereia, onde não existe nenhuma. Segue-se a Igreja de São Salvador, fechada.
A Sé Nova é imponente mas não tão bela como a Velha, essa sim um dos mais belos monumentos portugueses, e que merece visita demorada.
A Baixa é tão rica em motivos de interesse que é difícil destacar alguns, lembro-me da Torre do Anto, o Instituto da Arqueologia, o Arco de Almedina são breves exemplos desta riqueza.

Na margem oposta o Convento de Santa-Clara-A-Velha, felizmente já recuperada.
O Convento de Santa-Clara-A-Nova, parte ocupado pelos militares, é de uma riqueza monumental e onde está sepultada a Rainha Santa Isabel.
Também aqui se pode ir ao Portugal dos Pequenitos, um pouco saudosista…

Coimbra só peca por ter demasiados monumentos fechados, e os que estão abertos pouco se pode filmar ou fotografar.

terça-feira, maio 13

O pêssego é a única fruta de homem porque têm pêlo.

O que seria eu se não tivesse conhecido as pessoas que se atravessaram na minha vida?
Eu sou o que sou porque as pessoas que passaram, e as que estão na minha vida, influenciam-me.
Lembro-me do filme Steel Mognolias , que além de ser uma bela historia de amizades, representa o quanto podemos influenciar positivamente os que estão mais próximo de nós.

A história é simples mas é difícil não nos identificar com ela.
6 mulheres, 6 historias diferentes de vida, que apesar das contrariedades conseguem sobreviver através dos laços que as ligam.
Annelle (Daryl Hanhan) chega á cidade para trabalhar no salão de Truvy (Dolly Parton) no dia de casamento de Shelby (Júlia Roberts), filha de M’Lynn (Sally Field). Ouiser (Shirley MClain), ex-mulher do pai de Shelby e marido de M’Lynn, e Clairee (Olympia Dukakis) a viúva do falecido mayor da cidade.

A cena do cabeleireiro em que Shelby tem um ataque de hipoglicemia, é magnífica nos desempenhos das actrizes. Isto tudo misturado com as desastradas tentativas do pai e dos filhos para expulsar os pássaros das arvores do local da recepção.
A cumplicidade e os afectos sobressaem no meio do drama e da comédia, pois a vida é feita de ambos. E um casamento, tal como uma amizade tem de tudo.
A filha parte em lua-de-mel, o coração da mãe aperta-se.

Salta-se para o Natal.
Shelby volta a casa, Annelle continua a trabalhar no salão de Truvy, e está mais bonita, mas o casamento de Truvy está a ir pelo cano abaixo, Clairee comprou a rádio e o clube local.
Shelby anuncia á mãe que está grávida, o que provoca uma discussão entra as duas. O medo de M’Lynn de perder a filha é maior do que a felicidade de ter netos.
Novo encontro no cabeleireiro e mais uma festa, de Natal, onde o pai anuncia a gravidez da filha. O contentamento das amigas passa á preocupação, e ao apoio á mãe. A amizade permanece.

Novo salto no tempo, para o primeiro aniversário do neto. Mãe e filha vão ao cabeleireiro. No meio das coscuvilhices Annelle reza, tornou-se uma fanática religiosa, e Shelby comunica que vai ser operada porque os rins estão a falhar. A mãe vai doar um dos seus.
As amigas estão juntas no hospital, as operações correm bem.
Enquanto as amigas estão no cabeleireiro a fazer a festa de despedida de solteira de Annelle, Shelby em casa desmaia. É internada e entra em coma e a mãe não sai do lado dela.
Acaba por morrer.
A mãe comanda os homens, dando-lhes instruções para o funeral da filha. Depois em desespero vai a correr a abraçar o neto. A dor de uma mãe que perde um filho é uma das coisas mais terríveis para um ser humano.

Dia do funeral.
O marido de Truvy diz á sua maneira que não suportaria a sua perda, e acompanha-a ao funeral.
As amigas juntam-se á volta de M’Lynn, cada uma á sua maneira confortam a mãe.
Os homens é que deviam ser de aço, mas são as mulheres que são as flores de aço.
M’Lynn vai-se abaixo e explode de raiva. O que devia ser uma cena triste, acaba em risos por causa de Clairee e Ouiser. Annelle diz que o seu bebé se irá chamar Shelby.

Na Páscoa com os miúdos a correr atrás dos ovos escondidos no jardim, a Annelle rebentam-lhe as águas, as amigas ajudam-na.
O filme acaba com o jipe de Bud (marido de Truvy), e a mota do filho dela, a correrem para o hospital. Shelby vai nascer.
A vida recomeça, as amizades continuam a uni-las. O amor é mais forte que o resto.

Espero um dia ser merecedor das amizades que construi.


quinta-feira, maio 8

Um dos filmes mais belos que vi na vida foi Baleias de Agosto (The Walles of August), Todo o filme é de uma ternura comovente.
Primeiro pelos encantadores desempenhos das lendas vivas que são Bette Davis, Lilian Gish, Vicent Price e Ann Sothern, depois porque é raro ver um filme só com papeis para actores de terceira idade, numa homenagem á velhice e ás longas amizades.
Sempre que o vejo comovo-me, todos os actores representam duma forma tão simples, que nos esquecemos que o são, e os diálogos são de uma acutilância e beleza, que nos dão varias lições de vida.

Bette Davis faz de Libby, uma mulher cega, pouco maternal, um bocado amarga, astuta, com uma enorme e bela cabeleira branca e um pouco caprichosa.
Lilian Gish faz de Sarah, a irmã protectora de bom coração, típica avozinha de chapéu, sempre a cuidar da casa e do jardim, sensível, sempre a desculpar os caprichos e o mau feitio da irmã.
Ann Sothern é Tishae a mais nova e espirituosa do grupo, amiga das duas há mais de 50 anos, tem uma afeição especial por Sarah, que defende e faz rir.
Joshua (Harry Carrey JR.) e o sr. Maranov (Vicent Price) são o resto do elenco. O primeiro é o handyman do local, e o segundo um turista habitual da ilha Maine (onde se passa o filme).

A velhice, a demência, a morte, a solidão, a viuvez, as lembranças, as doenças, o sentido de humor, os afectos, e até o galanteio, são os temas deste filme, que é difícil não sentir ternura pelas personagens. O filme faz-nos pensar na velhice, no que irá ser de nós, nas memórias, nas recordações, na perda dos que amamos.
No fim o mau feitio de Libby revela-se medo, medo da morte, medo de perder a irmã que cuida dela. As visitas do sr. Maranov a casa das duas, revela a crueza e má educação de Libby.
A cena em que Sarah se arranja para jantar e comemorar o aniversario do casamento com o falecido marido, é comovente. Sarah prepara-se para o evento, arranja-se, senta-se numa mesa com toalha branca, vela acesa, duas rosas, uma branca e uma vermelha, uma foto do ex-marido, e um copo de vinho. Na grafonola toca uma canção, uma velha canção de amor. É interrompida por uma Libby histérica e fantasmagórica, que conta que teve um pesadelo com a irmã morta. Sarah zanga-se e diz-lhe que se ela quer morrer que o faça, mas que ela pretende continuar a viver.

Tisha traz um homem de uma imobiliária para comprar a casa, mas Sarah não gosta e mostra o seu desagrado á amiga. As memórias são um dos alimentos do ser humano.
O filme acaba com as duas irmãs no promontório abraçadas, á espera de ver as baleias que visitam a ilha em Agosto.
Aí já eu estou de lágrimas nos olhos, porque acabei de ver um grande filme, com grandes actores, numa história simples e comovente.

É um dos filmes da minha vida. 

terça-feira, maio 6

A verdade nunca prejudica uma causa justa. Sábias palavras de Mahatma Ghandi.
A verdade é uma arma poderosa que tanto pode matar como salvar.

Este caso de Hollande, da sua amante, e a atitude da legítima, não são muito lisonjeiras para as mulheres. Elas queixam-se dos estereótipos, mas depois caem neles como moscas.
Duas belas mulheres a disputarem um homem lindo, com um corpo espectacular, bem formado e inteligente. A esposa descobre a traição e diz que não abdica do seu marido, tais as virtudes do marido, e a amante que deve ser muito feminista, trai a outra, pois elas são tão boazinhas umas para as outras.
E isto não se passa num bairro social ou numa aldeia rural, mas com mulheres de classe alta, educadas, com cultura acima da média.

Esta coisa do “somos todos responsáveis” vai dar sempre ao mesmo, que é a de nunca se apurar responsabilidades, todos a fugir com o cu á seringa.
Esta mania que temos de que podemos fazer o que nos apetece, porque é a nossa vida e ninguém tem nada a ver com isso, é muito lindo, mas e a consciência?

Os bons exemplos vem de quem? Não será de nós mesmos?

segunda-feira, maio 5

É a primeira vez que cá estou, desde a última vez que cá estive.
Esta pérola não foi dita nem por Lili Caneças, nem por um concorrente da Casa dos Segredos. Foi um presidente da Republica de Portugal, que esteve no cargo entre 1958 e 1974, fantoche de Salazar. Aliás a criatura foi um manancial de disparates, como “hoje visitei todos os pavilhões, sem contar os que não visitei”, ou “foi dado o numero 100 a este despacho, não por acaso, mas porque vem na sequência de outros noventa e nova promulgados”.
Foi mantido por Salazar na presidência, e depois por Marcelo Caetano porque, obviamente, não os demitiria como Humberto Delgado. O chamado de General Coca-Cola por Salazar, e seu antigo apoiante, não morria de amores por ele. O General Sem Medo como o povo o chamou, foi derrotado em eleições fraudulentas, e depois assassinado pela PIDE, a mando do ditador, em Espanha em 1965.

Salazar era o mesmo que proibia as mulheres de chorarem ao verem os filhos, maridos, irmãos, partirem para a guerra, e que mandava esconder os caixões que os traziam mortos, os estropiados, os dementes. O mesmo que tinha a lata de dizer ás mães que se elas choravam os filhos mortos, ele cuidava de todos os portugueses.
E não me venham com conversas, uma grande maioria dos “retornados” era fascista e racista, e ainda hoje choram o facto de não terem os pretos para os servir, e até muitos deles mataram ou ajudaram a matar.
Se é verdade que fomos os mais brandos colonizadores, isso não que dizer que não tenhamos feito muitas atrocidades, como aliás ficou provado em muitos documentos e imagens na ONU.

O que acho engraçado é que os que culpam a revolução e os governantes que fizeram a descolonização, por terem entregue mal as antigas colónias, não culpam Salazar e Caetano pelas guerras em Angola, na Guiné e em Moçambique.
Todos nós sabemos que foram os nativos africanos que pediram aos europeus para serem escravizados e para lhes roubarem as matérias-primas dos seus territórios.
Aquelas terras eram nossas porque as comprámos? Porque as nos deram?
Até D. Afonso Henriques foi relegado para segundo plano como herói nacional pelo Estado Novo, pois era incómodo louvar um homem que lutou contra o poder instituído, e que submetia a um rei que não desejava. Os heróis eram o Santo Condestável, os navegadores e Camões.
O fado era “é tão bom e honrado ser pobrezinho e desgraçadinho”, o futebol entretinha o povo, a revista era tolerada como panela de pressão para esvaziar as tensões, no cinema ia tudo para a esquadra contente e a dançar (a policia era boazinha e não havia torturas), e nossa senhora de Fátima protegia todos.

Todos não, os comunistas e outros traidores á pátria não gozavam da sua protecção, e a igreja católica conivente com o Cardeal Cerejeira e depois D. António, ao comando benziam a nação a bem da ordem e dos bons costumes católicos.
E o povo?
O povo passava fome com os cofres cheios de ouro nazi, que serviu para comprar armamento para as guerras coloniais. O povo era para manter inculto e pobre, para ser mais fácil de iludir e manobrar, explorar e mandar morrer para África ou nas prisões.
Quem chora e quer isto tudo de volta é tão fascista como os que colaboraram com a ditadura.

A liberdade é um bem muito precioso para se prescindir dele, a liberdade não se compra nem se vende, tal como a dignidade humana.

domingo, maio 4

Algo terá de mudar para que tudo fique na mesma. Isto é dito no filme “O Leopardo” de Luchino Visconti com Burt lancaster.
Hitler, Estaline, Mussolini, Franco e Salazar pensavam desta forma. Mas também os actuais regimes “democráticos”.
Sempre que os governantes, os poderosos ou as igrejas fazem reformas, é caso de ficarmos de sobreaviso. Quando mudam algo, ou é porque lhes convém ou porque têm medo e fazem uma manobra para que tudo fique na mesma, sem parecer que fica.

Miguel de Unamono, escritor e professor catedrático da Universidade de Salamanca, e que teve uma grande ligação afectiva e intelectual com Portugal, ao ponto de Miguel Torga ter tomado o seu nome como escritor, chamou Portugal um país de suicidas. E somos.
Vemos os nossos governantes a levar o país para o abismo, e comportamo-nos como carneiros a ir para uma arriba.
Sou ateu graças a Deus disse Luís Buñuel.
A Igreja sempre esteve do lado das ditaduras, e da direita, da ordem e dos bons costumes. A esquerda e os intelectuais sempre forma vistos como perigosos, O pensamento livre assusta-os. Já D. João III escolheu colocar definitivamente a Universidade em Coimbra, para a afastar das ideias novas que vinham com os mareantes e os seus livros perigosos, e para junto da igreja e da mentalidade conservadora de um interior sem acesso ao mar.

A Igreja Católica apoiou o regime de Salazar, como o de Franco, Mussolini e até o de Hitler até certa altura.
Não sou propriamente ateu, mas olho com desconfiança e precaução para as religiões, mas especialmente a católica onde fui educado, e mesmo para esta “revolução franciscana”.

Esta pratanha que através do sofrimento se ganha o céu, ou que serve para nos tornar mais fortes, e melhores, não me convence. 

quinta-feira, maio 1

A resistência aos tiranos é obediência a Deus.
Foi Thomas Jefferson terceiro presidente dos Estados Unidos, que proferiu estas palavras.
Defensor da liberdade, igualdade e fraternidade, era considerado um homem de princípios e muito ético.
Portanto quando a igreja condena a desobediência contra os poderes estabelecidos, está ao serviço de quem?

Os valores da liberdade, verdade, honra e da dignidade humana, são cada vez menos defendidos, e em alturas de crise é mais fácil amedrontar as pessoas, e mantê-las aprisionadas.
O que não te mata torna-te mais forte disse Friedrich Nietzsche. Provocador e combativo, era contra o racismo e o anti-semitismo. Isto não impediu que a sua irmã e o seu marido, um dos fundadores do partido nazi, utilizassem a sua obra a favor do terceiro Reich, ao contrário do seu amigo Richard Wagner, este anti-semita.
Em alturas de crise deturpam-se valores, e viram-se ideias e conceitos uns contra os outros para baralhar, confundir, dividir para reinar, e manter as pessoas na ignorância.

A riqueza deveria servir o povo, e não dominá-lo. Quem escreveu isto foi Theodore Roosevelt, o 26º presidente dos Estados Unidos, era um homem corajoso e culto.
Esta frase transmite o seu pensamento em relação ao que deveria ser a distribuição da riqueza.
Hoje vive-se um conceito de economia em que o lucro é um valor sacralizado, o lucro tudo justifica, e o que não dá lucro é para abater.
Em alturas de crise culpa-se o pobre, o trabalhador por não haver lucros, não é produtivo e então deve ser penalizado e sacrificado em nome da santa competitividade. Direitos, regalias, remunerações, tempos de pausa são-lhe retirados, em nome da endeusada flexibilidade. O trabalhador tem de ser flexível, uma palavra deturpada pelo empregador, e que significa empobrecer o empregado, torná-lo mais fraco e vulnerável, e assim mais fácil de ser explorado.

E segundo os entendidos, obtêm-se lucros explorando. Aliás os bons exemplos são a China e a Índia, esses exemplos perfeitos de democracia e humanidade.