sexta-feira, dezembro 3

Quando me dou aos outros esqueço-me de mim, deixo-me para trás, não espero por mim, fico desacompanhado.
Perco-me completamente, parto para outro lugar, penso que não volto, perco-me, saio do meu mundo. O meu mundo é o dos outros.

Há duas palavras que se tornaram pejorativas: Ingénuo e Sentimental.
A primeira significa sentimento de inocência, ausência de malícia, benevolente.
A segunda significa compassivo, sensível, triste.
Cada vez são mais associadas a uma coisa negativa.

Porque será que as lágrimas dos outros custa-me sempre mais a ver?
Porque será que as lágrimas dos outros me fazem pensar em acabá-las?
Será por isso que tenho sentido de humor e brinco facilmente com as coisas que acontecem á minha volta?
Ás vezes é com um sonho que melhor se enfrenta a realidade…
Para muitos ser amigo é dar-nos sempre razão.

O coração de um amigo é coisa que sempre se quer.
No entanto ser amigo é uma coisa que custa. Dá trabalho, e dores. È sofrer para que o outro não sofra.

Ser amigo é tornar o outro livre, um acto de sinceridade, uma aceitação de defeitos.
Um amigo é uma pessoa em que se acredita, alguém que ser quer amar, e que se ama.
Um amigo não é interesseiro, nem oportunista.
Amar é ser alguém para alguém.

Mas ser amigo não é abdicar dos nossos princípios.
O amigo é o outro eu, é sermos nós próprios com ele, para que ele seja ele, o amigo.
Se há lugar onde podemos ser íntegros e nós próprios é a amizade.
È o lugar onde não há falta de verdade e de liberdade.

Os amigos são pessoas que se preferem.
Querer ser amigo de todos e/ou usar a palavra amigo(a) para todos é tornar a amizade banal, é tornar impossível a criação da amizade.
Não se pode querer ser amado sem amar, sem respeitar a liberdade do outro. Não querer amar é querer ficar sozinho.

Custa abdicar, sacrificar, pactuar, mas é esse o preço a pagar por algo que vale muito mais: o valor raro, sem preço da amizade, de amar.

quinta-feira, dezembro 2

Ser português é querer saber como é o outro, o que não é português, e tirar prazer disso.
É juntar os trapinhos com a primeira pessoa, branca, preta ou de outra cor qualquer que lhe parecer apetitosa.

O Brasil é o resultado de milhares de quecas que os portugueses deram.
Aliás nós demos quecas em todo o lado, desde África á Ásia.

O namoro com o Brasil já dura desde 1500, desde que os portugueses chegaram e viram “as miúdas giras e nuas”.
Aos ingleses tudo lhes metia nojo, os espanhóis preferiram passar tudo a espada, só nós fodemos tudo. E com prazer mutuo…
O mundo é mais moreno e bem disposto por nossa causa.

Entre os brancos, pretos, vermelhos e amarelos, nós criamos os beges, os cinzentos, os ocres, os castanhos, os marfins, os cafés, a canela, os chocolates e pintamos coisas boas, que nos apetecia pintar.

Para mim toda a cor me cabe no olhar para onde quer que olhe.

terça-feira, novembro 30

Alguém que tenha coragem de ter mão em nós.
A maioria dos seres humanos são fracos, volúveis, egoístas, vaidosos, influenciáveis e maus.

A única razão porque a liberdade tem de ser plena quanto é praticamente possível, é porque as alternativas vão contra a humanidade.
Mas liberdade não significa fazer aquilo que te “dá na real gana”.
Do que o povo gosta é de bajuladores, de quem lhes diga que são bons, que são os melhores.
A xenofobia, o racismo, a homofobia, o estúpido “orgulho nacional” agudizaram-se.
O mundo é cada vez mais uma sociedade de desalmados e safados, em que os “bem sucedidos” exibem o seu sucesso diante dos fracassados.

Esta mania moderna de ter de se sofrer em privado, para não chatear os outros enoja-me.

segunda-feira, novembro 29

O povo na sua maior parte, enlouqueceu.
O que mais assusta é o povo em armas, egoísta, xenófobo, homofóbico, prepotente.
E é maior o perigo quando o poder se usa deles.

Aliás a igreja, o poder politico e o económico sempre usaram o povo para os seus interesses, para enriquecerem, para perpetuarem o poder.
Em nome da Pátria e de Deus, cometeram-se e cometem-se os maiores crimes contra a humanidade.
E nesta altura de “crise”, provocada por aqueles que agora estão a ser ajudados com os nossos sacrifícios, as instituições financeiras, quase todos os direitos civilizacionais conquistados, estão a ser retirados, a bem da economia e do controlo do défice.

No meio desta catástrofe anunciada, não se iludam, os anos que se seguem (2011,12 e 13), vão ser muito complicados, eles vão acabar com a pouca segurança no trabalho, e com a maioria das ajudas sociais, e com baixas de reformas, pensões e subsídios, enquanto eles acumulam riqueza e várias pensões milionárias, que depositam em off-shores, para fugir aos impostos.

Mas o povo português é generoso.
E mais uma vez se comprova esta afirmação.
A recolha de Inverno do Banco Alimentar Contra a Fome, só no 1º dia consegui mais 100 toneladas de alimentos do que no 1º dia da campanha de 2009.
Os pobres é que ajudam os pobres.

Ser generoso não é comer o bife e dar o osso ao cão.
Ser generoso é estar tão faminto como o cão, e partilhar o osso com ele.

Mas senhores poderosos, o povo faminto revolta-se. E se sabem ler, vejam os livros de história. Foi por isso que Maria Antonieta perdeu a cabeça.
Na guilhotina…

PS: Reza a história que quando Maria Antonieta estava na guilhotina, o carrasco perguntou-lhe se ela queria beber um vinho do Porto (só podia!), para lhe custar menos a dor.
Ao que ela respondeu:
- Olha filho, deixa estar. É que depois fico com a cabeça andar á roda, e lixo-te a lâmina toda!

sexta-feira, novembro 26

Portugal é a sina mais suave que se pode ter.
Há nomes bonitos, mas não há nome mais bonito do que Portugal.

Eu aprendi a amar o meu país, apesar dos tugas que por ai andam a estragá-lo.

Antes de conhecer o meu ex, pouco conhecia de Portugal, e foi com ele que comecei a fazer campismo e a viajar por esta terra linda, cheia de história e riqueza.
Comecei por querer conhecer as capitais de distrito, e depois o resto.
Apaixonei-me por muitas terras, muitos locais, pelas gentes, pela gastronomia, pela paisagem. Tudo tão diversificado.

É-me impossível dizer que gosto mais de uma região a outra, pois todas elas têm sítios de encantar e motivos de interesse.
Existem pequenas “bolsas” em Portugal que não conheço, e que espero um dia visitar, embora me falte a disponibilidade financeira para tal, neste momento…
E as ilhas, que ainda não visitei, tirando as Berlengas LOL.

Os sítios que mais me encantaram, é difícil fazer uma lista, mas as aldeias históricas mexem comigo, gosto mais do interior do que do litoral, das zonas de serras do que as zonas planas.

Mas meu Deus, a gastronomia, como somos privilegiados. Em Portugal não se come mal, pelo contrário come-se muito bem. Então no Porto e no Minho…
E a doçaria, que é digna dos anjos, nada como um bom Pastel de Tentúgal, uma Serica, um Pastel de Belém, um Pudim Abade de Priscos, só para amostra. E os vinhos, eu adoro os do Douro, Dão, Bairrada, Bucelas, Colares, Távora-Varosa, os Verdes, os do Pico, os Algarvios. E o pão, cozido a lenha e com enchidos. E o bacalhau, seja ele á Braga, á Lagareiro, com Natas, Dourado, à Gomes de Sá. E os queijos desde os amanteigados da Serra, Serpa ou Azeitão, aos do Rabaçal, da Ilha, Frescos, de Cabra, Ovelha ou Vaca, são todos saborosos.

E a comida, desde o simples Frango Assado no Forno, a um Cozido à Portuguesa, uma Feijoada, uma Posta à Mirandesa, uma Francesinha, e um sem findar de iguarias que nos deliciam.
Tudo isto misturado com compotas, ervas aromáticas, azeite (o ouro da comida), boa fruta, boa carne, bom peixe, bom marisco, bons bivalves (ai como eu adoro berbigão).
E o saber fazer. O mais importante é a tradição de saber fazer. Gerações e gerações a aperfeiçoarem o que já é sublime.

E depois digam lá se isto não é motivo de orgulho!

quarta-feira, novembro 24

Vestimos camisolas de marca produzidas por trabalho infantil e trabalho escravo.
This are the days.

A propósito da globalização e da saúde da economia mundial, está-se a fazer um enorme retrocesso civilizacional.
Quando foi “despedido” por ser gay, em 2007, ganhava líquidos 827,00€, acrescidos do passe (+ 56,00€), PPR (+ 50,00€) e telemóvel novo de 18 em 18 meses.
Hoje com um curso técnico profissional na UAL de Técnico de Apoio à Gestão, trabalho por 525,00 sujeitos a descontos.

Cada vez se ganha menos por mais trabalho, com menos segurança e menos direitos.
Vale tudo, e não se iludam isto vai piorar. 2011 vai ser terrível.
Actualmente existem 30% de portugueses que não comem nada durante um dia inteiro, 30%= 3 000 MILHÕES de portugueses que passam o dia sem ter dinheiro para comer.
Existe 15 000 pessoas em lista de espera para receber ajudas de instituições. A classe média foi dizimada.
Existem hoje apenas ricos e pobres.

É revoltante ver escolas que abrem aos fins-de-semana só para que alunos não passem fome, pois é a única refeição do dia que eles tomam. CRIANÇAS MEU DEUS, CRIANÇAS.

É ESTE O PAÍS SOCIALISTA? É ESTE O ORÇAMENTO QUE OS SOCIAIS DEMOCRATAS APROVARAM COM A SUA ABSTENÇÃO, NUMA ATITUDE DA MAIS RELES COBARDIA POLITICA!
E ainda tem a divina lata de dizer que é para bem de Portugal!

Por isso sou a favor desta Greve Geral, embora não tenha hipótese de a fazer, pois tenho vínculo precário no meu emprego, como muitos portugueses. Que isto de poder fazer greve não é para todos.
Mas devia.






terça-feira, novembro 23

Somos umas bestas, no mau sentido, somos primitivos, somos primários.

A maneira como muitas vezes nos tratamos uns aos outros é inacreditável, em termos de sermos humanos.
Choca-me ver os preconceitos existentes na sociedade, preconceito que sempre esteve presente na minha vida.
Eu próprio sou vitima desse preconceito, e não estou a falar do facto de ser gordo, ou de usar óculos, ou de já não ser jovem. Esses são os menos.

Falo do preconceito em relação á cor da pele, á religião, á orientação sexual, ao das classes.
Não somos nós todos humanos. Não temos todos o mesmo sangue nas veias?
Não sofremos nós todos pelas mesmas razões, não amamos todos os nossos filhos, não sofremos todos das mesmas doenças, não nos alegramos todos pelas mesmas coisas, não queremos todos ser amados?

Eu quando olho para uma pessoa, não vejo um negro, ou árabe, um cigano, um asiático, vejo primeiro um ser humano. Claro que as características físicas o definem, e podem atrair-me ou não, posso achar uma pessoa atraente fisicamente ou não, mas se for um bom ser humano, diferente ou não de mim, tem espaço no meu coração, incondicionalmente.

Agora que vem ai a época natalícia, façam um exame de consciência e avaliem-se a vocês próprios. E descubram quais são os preconceitos que existem nas vossas mentes, e façam que os vossos desejos para o novo ano, não sejam os habituais “acabar com a fome no mundo e com as guerras”. Começam a acabar com as “guerras e as fomes” das vossas mentes. Conheçam aqueles que vos são diferentes e aprendam a diferença com eles.
Acreditem que serão melhores pessoas e mais capazes para vencer as adversidades.

E não estou a dizer que é fácil…

segunda-feira, novembro 22

O triunfo da ecologia é a consciência humana do longo prazo.

A ecologia para mim não é uma bandeira, é um imperativo do ser humano.
O desrespeito pelo nosso planeta é, infelizmente, uma prova da falta de educação e cultura de um povo. E infelizmente Portugal não foge á regra.

Lixo é deitado em qualquer lado, utiliza-se a floresta como deposito, e alguns até provocam incêndios, danificando património que é de todos.
Nos rios e no mar o regabofe é o mesmo. Até no líquido mais precioso para a nossa sobrevivência, o ser humano faz a s maiores porcarias.
O ar então é sujeito a todas as agressões.
No fim vamos pagar tudo. Com juros…

O homem comporta-se como se fosse dono da natureza e não refém dela, dependente dela. Actua como se fosse um bem inesgotável, mas não é.

Uma das coisas boas que tive na minha educação, foram as férias de Agosto passadas na Serra do Açor. Aprendi a respeitar a natureza e os animais, como seres integrantes da nossa vida, e que contribuem para a nossa existência, seja como alimento, seja como reguladores da natureza. O que seria de nós se não houvesse animais que através da sua alimentação, não controlassem a população de outros, que se tornariam pragas nefastas ao homem.

Ser ecológico é ser humano. E activo. E algumas são coisas simples.
Separar o lixo é uma delas.

quinta-feira, novembro 18

Os animais tratam mal os diferentes deles.
Nós também…

Muitos “seres humanos” tem dificuldade em aceitar a diferença.
Eu que o diga, fui expulso da minha família por “ser diferente”, apenas por um simples facto de a minha orientação sexual ser diferente da maioria.

A minha orientação sexual é uma parte muito importante da minha vida, tem a ver com a minha sexualidade, parte sempre muito importante da vida de qualquer ser humano, logo a seguir á alimentação, e com os meus afectos, o que afecta a minha estabilidade emocional.
Mas não me define como ser humano.

Eu sou como todos os outros, tenho fome, frio, calor, sangro, choro e rio como todos os outros.
Tenho os mesmos desejos de felicidade e bem-estar que qualquer outro.
Quero ser amado e respeitado como todos os seres humanos.
E tenho defeitos como todos temos.

Nunca vou perdoar à minha mãe e ao meu irmão o facto de me renegarem por isso.
Nem lhes vou perdoar terem “dado a noticia” a toda a família permitindo que eles tentassem me humilhar publicamente, o que não conseguiram á minha frente porque eu não sou propriamente uma “criaturinha frágil”.
Mas que magoa, magoa…

Ser mãe é amar um filho incondicionalmente, protegê-lo, ampará-lo, acarinhá-lo.
Nada disto me foi dado.
Porrada, recebi muita, amor e carinho nada. Não me lembro de um carinho de meus pais.
Mas pelo menos o meu pai não me rejeitou, pelo menos ele era mais inteligente.
Tenho pena de o não ter “conhecido”…

quarta-feira, novembro 17

O principal sinal de humanidade é a maneira como os seres humanos tratam os animais.
O ser realmente humano seria incapaz de tratar mal um animal.

É verdade que para nós comer-mos, tem de ser sacrificadas vidas de animais.
Só quem não viveu no campo (eu passava o Agosto de férias na Serra do Açor, na aldeia de meu pai), não tem essa noção. E é algo que se deve experienciar.
Assistir a uma matança do porco é uma recordação negativa que me ficou para o resto da vida, e que não faço questão de repetir. Mas deve ser essencial e necessária para que respeitemos os animais que sacrificamos para nossa alimentação. Sem eles a nossa vida seria menos saborosa, e menos saudável.

Por isso não devemos maltratá-los, se eles servem para nossa alimentação, deveríamos tratá-los com muito respeito e conforto até eles serem mortos.

A tourada é uma barbárie, feita e aplaudida por grunhos sedentos de sangue. Não vejo qualquer “espectáculo” ou “arte” no sofrimento alheio, seja ele animal ou humano. E não me venham falar em tradição. Na Inquisição era “tradição” queimar pessoas vivas nas fogueiras nas praças principais, para gáudio dos espectadores que aplaudiam, e não é por isso que se manteve “ a tradição” até hoje.
Viu-se o que Barrancos ganhou com a legalização da tourada de morte. Perdeu visitantes, que agora vão para Monsaraz porque lá ainda é ilegal, pois também eles querem manter “a tradição”. E o povo adora ilegalidades.

Se os portugueses aplicassem tanto empenho em trabalhar e cumprir a lei, como se empenham em não a cumprir ou a fugir dela, teríamos um país mais maravilhoso do que temos.
Sem grunhos.

terça-feira, novembro 16

O que distingue muitos seres humanos dos animais, é terem a mania de que são bons.

Não há nada pior do que uma pessoa convencida de que é a maior.
Sei que por vezes as pessoas pensam isso de mim, mas não corresponde nada à verdade.
Não tenho vergonha da minha inteligência, nem da minha bagagem cultural, e lá porque os interluctores são abaixo da média, não tenho eu de descer a minha para não os incomodar. Era só o que faltava…

segunda-feira, novembro 15

O erro é abdicar do estudo, do pensamento, da devoção. O maior perigo é a facilidade.

Um dos meus maiores erros da vida, foi ter parado os estudos aquando da minha obrigação de cumprir o serviço militar. Devia ter seguido e não o fiz.

Claro que estes erros pagam-se caros, e hoje podia estar melhor a nível profissional do que estou.
Não sou estúpido, nem nenhum génio, mas sou inteligente e consigo aprender bem, se tiver bons mestres, sou curioso a nível intelectual e aprendo fácil se for bem estimulado.

Sei que com 20 e tal anos as minhas motivações não eram as mesmas do que hoje, mas não deixou de ser um erro.
Poderia voar mais alto, e sem asas sou como a galinha, tem asas mas não voa.

quinta-feira, novembro 11

É por ser capaz de se exceder que o ser humano pode ser tão noviço e tão mau.

Por isso o ódio, que tolda o cérebro e faz o ser humano pior do que os piores animais, ou seja umas bestas.

Odeia por tudo, por causa da religião, do futebol, da cor da pele, da nacionalidade e até da orientação sexual.
Como se fossemos assim tão diferentes entre nós, não tivéssemos nós os mesmos anseios e ambições, as mesmas dores e desgraças, as mesmas virtudes e fraquezas.

Não compreende o ódio.
Eu não tenho capacidade para odiar. Quando uma coisa ou uma pessoa me deixa desconfortável, ou enfrento a situação ou afasto-me, não tenho ódios de estimação, dão muito trabalho e eu quero é sossego, que já não tenho pachorra para coisas que não me interessam.

Infelizmente trabalho numa área profissional em que o homofobismo é prática corrente, e temos de ouvir os comentários depreciativos acerca dos homossexuais quase diariamente. E calar, que a barriga tem de ser alimentada todos os dias, e não existe liberdade de barriga vazia.

quarta-feira, novembro 10

A única natureza é a humana.
Tudo o que abdica do humano é feio.

Andamos num época em que os valores humanos estão em decadência, o estar para o outro é cada vez mais raro.
Por isso quando encontramos pessoas que são solidárias com terceiros, que estão disponíveis para os amigos, e que os acarinham, achamos que encontramos um tesouro, e desejamos que essas pessoas façam parte das nossas vidas.

Mas nem sempre é assim tão fácil, os outros também têm os seus timings, os seus afazeres, as suas prioridades. Isto de ser boa pessoa custa, cada vez mais, num mundo onde a hipocrisia e a maldade imperam, para se ser boa pessoa é preciso coragem.
E nada como nos vingar da maldade fazendo o bem.

Por isso sinto cada vez mais necessidade de estar em contacto com quem me sinto bem, e ajudar nas causas a que me sinto ligado.
Cada vez sinto que sou mal aproveitado, principalmente a nível profissional, já nem quero falar a nível pessoal, pois a esse nível a minha vida é uma desgraça pegada.

Mas o sol nasce todos os dias, mesmo que não o vejamos por causa das nuvens, e o que me faz viver é a esperança de dias melhores.
E como a Esperança é a ultima a morrer (pois mata os outros todos primeiro) …

terça-feira, novembro 9

Estamos numa época de muita sincompreensões, o que não me espanta.


Esta incapacidade de aceitar a diferença, choca-me.
Não vem que também eles são diferentes para tantos outros?
Estaremos condenados a catalogar-nos sempre uns aos outros?


A verdadeira beleza do ser humano está na sua capacidade de ser diferente do outro, e nós só podemos aprender a ser melhores, convivendo com essas diferenças, que nos tornam tanto pessoal como profissionalmente, mais adaptados. A tudo.

segunda-feira, novembro 8

Nunca repudiei um amigo pelo facto de ele pensar.

Sei que muitas vezes sou um bocado acintoso nas minhas opiniões, mas não sou fundamentalista, e mudo de opinião quando alguém me dá bons argumentos para mudar de ideias.

Um dos meus prazeres na vida é conversar, com gente interessante para mim, claro, eu gosto que me façam cócegas no cérebro. As outras dispenso, aliás nem as tenho, já cresci o que tinha a crescer…

As minhas sextas-feiras tem sido de boas conversas e muito riso, fácil, inteligente, o que me faz começar a semana ansiando pela sexta-feira. O que não é bom…

No entanto muitas vezes continuo a sentir-me um outsider em certos círculos. Sábado senti isso claramente, acho que são os meus “medos”, as minhas inseguranças.
Mas também sei que não sou uma pessoa interessante. Não sou bonito fisicamente, sou gordo, não sou especialmente dotado, nem fisicamente nem cerebralmente, não sou rico nem poderoso.
Não tenho muito para dar.
Apenas amizade e abraços fortes, e muito humor.

Mas sei que sou boa pessoa, e não preciso de nenhum deus, nem de nenhuma religião para saber que tenho de sê-lo.
Cada vez mais me agonia a maneira como as pessoas se vêm umas ás outras, os jogos de interesses, as mentiras, a cobiça, tudo o que degrada o ser humano.
Sei que sou um utópico, mas eu só quero ser feliz.

E para ser feliz precisava de ter liberdade, coisa que não tenho. Estou preso ao meu corpo, á minha situação financeira, á minha vida conjunta com o meu ex que teve um AVC.

Eu sei que há muita gente com maiores problemas que eu, mas as minhas dores sou eu que as sinto. E doem. Muito.

quarta-feira, novembro 3

A mais bela coisa da vida é precisamente a própria vida.
E a vida é feita de pessoas

Eu adoro gostar de pessoas. Todas elas me fascinam. E com todas elas aprendo alguma coisa.
Neste momento da minha vida estou a conhecer novas pessoas, a maioria muito interessantes.

Este fim-de-semana de 3 dias + 1 hora, sim Domingo mudá-mos para a hora de inverno, foi dos mais agradáveis que tive.
Sexta fui jantar com amigas minhas à Taberna Ibérica. A companhia é sempre agradável, matar saudades, por as conversas em dia. O local, embora caro, tem comida saborosa.

Sábado e Domingo estive na sede da ILGA a ajudar na Feira do Livro LGBT, que correu bem, senti-me útil e a ajudar a “nossa causa”. Apesar da chuva, muita gente veio ver e comprar.
Sábado depois da feira integrei a Brigada do Preservativo, integrado nas campanhas de luta contra o HIV/SIDA, fui com a brigada que foi aos bares da zona do Príncipe Real e á zona de prostituição de travestis do Conde Redondo.

Nos bares andei com panfletos a distribuir pelos utentes dos bares. Gente gira e simpática, alguns estrangeiros (os panfletos eram em português), mas foram raros aqueles que recusaram.
No Conde Redondo havia poucos travestis na rua, por causa da chuva, mas ainda encontrámos alguns, simpáticos quase todos, houve uma excepção, um caso de psicanálise, gente muito bem arranjada, alguma demasiado arrojada para o meu gosto, mas não eram para mim que eles lá estavam.

Domingo ainda fui depois da feira “arrastado” para um aniversário de um amigo, dos amigos, dos amigos.
Ainda bem que fui, gente divertida, sem complexos, muita gargalhada. Pena ter de me vir embora cedo. Isto de morar na margem sul e sem carro é uma “pain in the ass” ou á portuguesa UMA MERDA!

terça-feira, novembro 2

O meu pai se fosse vivo fazia hoje 69 anos.

A imagem que tenho dele é de um homem distante, que não sabia lidar com os filhos.
Nunca tive carinho de meu pai, nem ensinamentos, nem desabafos, nada…
Só se limitava a dar o dinheiro para o sustento e era ao que se resumia o seu papel de pai.

Era um homem alto, tinha 1,90 (alcunhavam-no de Cristo Rei). Profissional e participava em organizações associativas, tendo sido homenageado várias vezes pelo seu trabalho.

No entanto a relação com a família era um desastre.
Ausente para os filhos, infeliz no casamento. Com a agravante de minha mãe sempre ter “virado” os filhos contra o pai. Aos 14 anos percebi que afinal as coisas não eram como ela “pintava”, e ai começou os problemas…

Era um homem que fumava 3 maços de cigarros por dia, e bebia acima do limite.
Tal levou á ruína da sua saúde, aos 35 anos teve a sua primeira trombose (no total de 3), que o paralisou parcialmente do lado direito.
Faleceu com 48 anos no dia 30 de Dezembro de 1989.

Ao contrário da minha mãe e do meu irmão, nunca me maltratou pela minha orientação sexual, bem pelo contrário, acho que até lhe ganhei o seu respeito.

Mas este sentimento de que tendo um pai, não o tive, ficará para sempre em mim.
Ele esteve na Guerra Colonial em Angola, e nunca me falou sobre o assunto. Só vi umas fotografias dele, e a figura da sua madrinha de guerra que sempre assombrou a relação entre a minha mãe e o meu pai. Nem sei se tal personagem existia na vida dele, para a minha mãe era bem real.
Só sei das “fitas” da minha mãe e da ausência dele nos aniversários da família, no Natal, etc.

No fim acho que era um homem infeliz, sem coragem para ter mudado a sua vida, e que fez infelizes os filhos, que foram vitimas inocentes de “um erro de casting” que foi o casamento de meus pais.

Enfim, já lhe perdoei, mas não esqueci.

sexta-feira, outubro 29

Felizmente estou inteiro, nunca me deixei capar.

Se á coisa que detesto é que me tentar “calar”. Sou como a Maria da Fé “cantarei até que a voz me doa”.
Fico fulo quando me tomam por parvo. Tenho as minhas limitações, como todos nós, mas não sou nenhum idiota, respeito sempre os outros e por isso exijo o mesmo deles.

Não é por eu ser gay que tenho de calar as afrontas que me fazem.
Não ando desesperado por companhia, e para sexo, é o mais fácil de encontrar…

Já bastou a minha família, que porque achavam que eu por ser gay, era um ser frágil e cobarde. Enganaram-se redondamente…
Sou homossexual mas com tomates.

Não me privem da minha liberdade, não me faltem ao respeito, dêem-me um carinho ou atenção de vez em quando, e tem amigo para a vida. Agora se falham, meus amigos, vocês é que perdem, acreditem que sim. Porque pelo que vejo á minha volta, amizade sincera é cada vez mais rara.

quinta-feira, outubro 28

A morte tem prioridades incompreensíveis

Vivemos hoje em dia como se a morte fosse uma coisa que nunca estivesse atrás da esquina.
Mas ao mesmo tempo temos comportamentos como se quiséssemos viver a vida toda num momento.

Nunca temos tempo para aqueles que deveríamos amar, e aqueles que nos amam. Ou é o trabalho, ou a própria “vida”, que nos impede de comunicarmos regularmente. Tudo serve de desculpa para o indesculpável, que não nos queremos dar ao trabalho de sabermos como estão os outros, embora quando nós precisamos queremos sempre que eles estejam disponíveis para nós.
Porque os outros até podem estar a precisar de nós, ás vezes basta um ombro amigo, e é uma chatice ter de “aturar os problemas dos outros”. Já me bastam os meus…

E depois acontece algo que muda a nossa vida, ou a vida dos outros, e depois vem as lágrimas de crocodilo, sempre tardias e desnecessárias. Os mortos são sempre boas pessoas, que ninguém liga enquanto vivos, e até dão jeito porque já não nos chateiam mais.
Com diz o ditado: “De boas intenções está o inferno cheio”.

Ao mesmo tempo vive-se hoje tudo a 1000%, trabalhasse até à exaustão, horas a mais que se rouba á nossa saúde, á nossa família, a nós próprios.
Conduz-se como se estivéssemos todos numa prova de fórmula 1, sem respeito pela vida alheia.
Bebe-se e fuma-se como se o nosso corpo tivesse “bagagem” para viver 1 000 anos, não se percebe que a saúde se pode perder com os excessos, não se dorme de jeito, e isto paga-se tudo no corpinho, mais cedo e mais tarde.

Vivemos para tudo o que é tecnologia, tudo virtual, e esquecemos que o ser humano nasceu para ser afagado, para o contacto físico. Até o acto sexual se torna cada vez mais virtual, sem contacto, impessoal.
Prefere-se ir para um lugar cheio de fumo e barulho, do que nos sentarmos a conversar com gente inteligente, a discutir diferenças e semelhanças e a rir, muito.

Cada vez parece que temos aversão uns aos outros.

Se todas as novas formas de mais facilmente comunicarmos, nos vai tornar cada vez mais distantes fisicamente, quero voltar aos sinais de fumo e tambores.

terça-feira, outubro 26

Não se deve bater a portas que não se querem abrir.

È o que eu sinto neste momento, que ando a tentar abrir portas sem resultado.

Se calhar a imagem que dou de mim não corresponde ao meu verdadeiro “eu”, alguns acham-me arrogante, vaidoso, que tenho a mania que sou sabichão.
Nada mais de errado, mas se calhar dou essa imagem, para me proteger…

Acho que já me magoei tanto, que ponho uma carapaça e escondo-me atrás dela.
Isto de sairmos da nossa zona de conforto é lixado.
Mas como não temos GPS no cérebro nem no coração, estamos condenados a vivermos sempre no limbo das emoções, e a espalhar-nos ao comprido de vez em quando.
E depois esta minha mania de não querer magoar as pessoas, irrita-me e só me magoa ainda mais. Que bom poder mandar á merda as pessoas sem sentimentos de culpa.

Toda a gente parece normal até os conhecermos verdadeiramente, eu sei que tenho as minhas manias, mas vocês também estão bem arranjados…
A vida é curta, por vezes temos de arriscar.

Palavras leva-as o vento, confio nas pessoas que fazem, não nas que dizem.

sexta-feira, outubro 22

Olhar para trás é ter medo

E não são os gays pessoas que viveram com o medo?

O medo de serem “descobertos”
O medo de serem expulsos da família
O medo de serem abandonados pelos familiares e amigos
O medo de perderem o emprego
O medo de serem rejeitados pela sociedade
O medo de serem agredidos e até mortos por não serem iguais á carneirada
O medo do HIV/SIDA
O medo da exclusão
O medo de Deus
O medo da solidão
O medo de mostrar os afectos
O medo de não ser amado

Gay, quem vos maltrata não merece respeito, nenhum, e maltratar não é só fisicamente, mas também psicologicamente, financeiramente, religiosamente.

No fim eles são frustrados, uns medrosos, com medo da sua sexualidade, e por isso querem reprimir a dos outros. Em vez de se preocuparem em serem felizes, em amar, canalizam as suas energias a odiar o que é diferente, ou não, deles próprios.
São uns recalcados, que temem a sua própria sexualidade.

quarta-feira, outubro 20

Engraçado que hoje lembrei-me de antigos locais de engate que já desapareceram, e que eu frequentava.

  • O Parque Eduardo VII era um dos locais de excelência, junto ao agora Clube de Ténis e no agora Jardim Amália Rodrigues (vulgo Alto do Parque).
  • Também desapareceu aquela pastelaria/pronto-a-comer que ficava no Chiado e que ardeu com o famoso incêndio que destruiu a zona em 1988.
  • Os antigos barcos da CP, que levavam as pessoas do Terreiro do Paço para o Barreiro, eram palco de muita acção.
  • Aqueles enormes corredores das saídas do metro na antiga estação da Rotunda, hoje Marquês de Pombal, eram palco de belos encontros, (tive lá uma orgia com mais 17 marmanjos, uma delicia).
  • O Centro Comercial de Alvalade era outro centro de grande actividade sexual, numas casas de banho mais recatadas, hoje fechadas só para funcionários.
  • Também um encerrado Centro Comercial na Avenida da Liberdade (Libersil se não me falha a memória), a casa de banho do fundo, era uma delícia para quem gosta do belo sexo.
  • Outras casas de banho, eram as que ficavam na ligação do metro dos Restauradores para a estação de comboios do Rossio, bem como as próprias WC da estação. Hoje as primeiras estão fechadas, as segundas só para utilizadores dos comboios.
  • Em Loures os WC do jardim á saída para Lousa/Bucelas eram também frequentados por gente que gostava de um belo varão
  • E quem não foi tão feliz nas já arrasadas casas de banho á entrada das praias da Costa da Caparica (em frente ao antigo terminal dos comboios das praias)?
  • E os Centro Comerciais do Campo Pequeno?
  • E os WC do parque automóvel dos Restauradores?

Ao ver o que mudou, vejo que muito do bom se perdeu. Embora hoje seja tudo mais “aberto”, todos estes lugares me deixaram boas recordações.
E onde fui muito feliz…

terça-feira, outubro 19

Sei que muitas vezes reajo exageradamente a certas situações. tenho consciência disso.
Mas bolas, devo-me calar quando acho que me estão a ofender? a desrespeitar? quando as acções dos outros vão contra os meus ideais?
Deve uma amizade valer o silêncio?


Sei que toda a gente diz adorar a frontalidade. 
O pior é que gostam de ser frontais, mas não gostam que sejam com eles, e ai é que a porca torce o rabo...


Sei que sou muito frontal, e quando sinto a minha liberdade a ser posta em causa, viro fera, doa a quem doer.
É o meu lado negro, o outro lado da minha lua.


Hoje fui á minha médica de família, que sabe que sou gay, e ela disse-me que tenho de ser cínico para sobreviver neste mundo cão, mas bolas falhei esse "upgrade" e não tenho dinheiro para comprar a versão CINISMO2011.


Cada vez me magoa mais ver que muitos daqueles que guardo no coração me esqueceram por completo, e nem sequer tem um tempo no seu atarefado mundo FARMVILESCO para me mandarem um mail, a dizerem que estão vivos e de boa saúde.


Acho que ando a escolher mal as pessoas, ou então tenho uma costela masoquista.
MERDA PARA OS SENTIMENTOS.

segunda-feira, outubro 18

Sexta-feira lá fui sair com o meu amigo, e fomos ver o pôr-do-sol ao Miradouro de Santa Catarina, acompanhados de um café e uma cerveja.
Muita gente, alguma bonita, outra muito “entornada”, mas a vista bonita, e a surpresa de ver um novo bar com esplanada, no fim do miradouro, aproveitando uma velha habitação reconvertida.
Vivi em Santa Catarina, e vi o abandono a que aquilo estava…

Depois fomos a pé até ás bifanas em frente à Estação do Rossio, pois tou mal de finanças, e por 2,90€ comemos uma boa bifana com uma boémia à pressão, e lá ficou o estômago aconchegado.

Depois fomos aos bar da ILGA beber uns copos, na fisga de depois irmos ver uns bares na 24 de Julho. Mas a companhia fez-nos ficar lá até mais tarde.
Conheci uma especialista em Egiptologia, mulher muito interessante, professora, divertida, gira, acompanhado do meu amigo, e dos seus amigos foi conversa agradável e divertida, ou seja o que eu chamo um serão divertido. Estava a precisar assim de uma noite. Rir muito e falar de coisas sérias, conhecer novas pessoas, trocar ideias e experiências, aprender, sempre.

Como vivo na margem sul, tive de me vir embora pelas 2 da manhã, pois o ultimo barco é às 2.30 e o ultimo autocarro para minha casa ás 2.45. Os comboios acabam ás 1.30 aos dias de semana e á meia-noite e meia aos fins-de-semana.

Aconselho a quem goste de adrenalina efectuar esta viagem.
Miúdos, em bandos enormes, bêbados, drogados, a beberem e a fumarem charros dentro do barco e do autocarro, com os telemóveis com música aos altos berros (Kizombas ou Raps), negros a ameaçarem brancos, por vezes porrada, e o autocarro a parar exactamente no sitio onde “eles” querem, porque o motorista não se arrisca, bem faz ele. Polícia nenhuma, nem cheiro, nem vislumbre.
Já houve autocarros apedrejados, incendiados, gente agredida dentro deles. Mas tudo é permitido, até um dia haver mortes.
Querem mais radical, mais adrenalina do que isto?

PS: A pedido dos visados, retirei o nome das pessoas, parece que sou demasiado expressivo, enfim devo ser mesmo parvo! 

sexta-feira, outubro 15

Anteontem estava um bocadinho "down" e pasei pelo WC da estação de comboios em Lisboa, á ida para casa.
Estava lá um indiano jeitoso, com um sarda bem carnuda e escurinha e eu fiquei logo alerta.
Vi que ele estava em "ponto de rebuçado", e eu fiquei também...


Ele foi para uma privada e deixou a porta entreaberta e baixou as calças, deixando ver um corpo delicioso, eu claro que entrei e ele rápidamente colocou-me um preservativo e sem tirar a mochila das costas agarrou no meu membro e colocou-o no seu anus. Eu como sou boa pessoa fiz-lhe a vontade e comi o cuzinho até ele se vir, o que fez abundantemente.
Saíu e eu fiquei ali a seco.


Mas não por muito tempo, veio entretanto um mulato maduro, de casaco de fato e calças de ganga, que vendo-me ali de calças para baixo, e em ponto de ebulição, ficou excitado e veio ter comigo.
Claro que foi um ápice até eu ter o seu membro na minha boca, que cresceu e bem. 
Entretanto ele sai e eu pensei, bolas fiquei novamente a seco, mas eis que ele volta e torna a entrar e desta vez despe-se da cintura para baixo, e foi maravilhoso, ele usava uns boxers brancos que lhe ficavam a matra com a pele escura. 
Não resisti e vim-me, o que provocou também a ejeculação nele.


E pronto lá ficámos 3 pessoas mais felizes...

quarta-feira, outubro 13


Tu para mim morrestes, disse eu ao Zé depois de ele ter pisado uma mina.

Pessoalmente quando alguém abusa da minha bondade ou me falta ao respeito, é como se morresse.
Por isso já “matei” muita gente na minha vida. A começar pelo meu irmão e pela minha mãe. Demoraram a “morrer”, mas lá foram…

Sofro com as decepções, com as falhas de carácter. Supostamente aqueles que nos deviam amar, a família, deviam não nos falhar, não nos mentir, não nos roubarem valores tanto monetários como de carácter.
Se sou o que sou hoje, devo a estranhos que sempre me ajudaram, pessoas que sem serem do meu sangue, me “acolheram” e me ensinaram a ser um melhor ser humano. E não pensem que acabou, continuo sempre a aprender com aqueles que tem coisas para me ensinar.
Quero aprender, sempre.
Por isso não tenho medo de transmitir os meus conhecimentos.

Amanhã arranjo uns novos…

terça-feira, outubro 12

Por alguma razão os carros de Fórmula 1 só têm um lugar.

Eu também se é para me espalhar que seja sozinho, não quero a responsabilidade de ter alguém estampado por minha causa.
Talvez por isso sou muito individualista no que respeito á minha vida. Não peço ajuda a ninguém por já ter tido a minha conta de decepções.
Sou pessoa de ajudar, quando posso e quero, sim é preciso eu querer, e gostaria de fazer mais pelos outros, se a minha “saúde financeira” o permitisse.
Não me ofusco pela riqueza, pelos bens ou pelo poder. Se assim fosse teria aceitado casar com a prima prometida, fingido ser aquilo que não sou, e corresponder ao que a minha família esperava de mim.

Sei que assim não sou feliz, mas pelo menos não fiz nenhuma mulher infeliz, só as faço rir, gosto da sua companhia, gosto da mulher feminina, forte e inteligente. Nada como uma conversa com mulheres inteligentes, vêem a coisas de uma forma diferente, que nós homens não vemos.

Natália Correia ensinou-me que até na mais “batida” das prostitutas existe uma pessoa digna de respeito e de interesse.
E eu só respeito quem me respeita, para os outros estou-me cagando, literalmente.

segunda-feira, outubro 11

Tenho de perder esta mania de que sou menos do que os outros.

Bolas, porque não tenho um corpo a condizer com o meu intelecto.
È que acreditem, o meu cérebro é muito sexy.

Sexta-feira fui jantar com o meu amigo Zé Manel, a um restaurante indiano vegetariano, não foi caro, mas não me peçam para repetir e experiência tão cedo…
Não pensem que não gosto de comida indiano, gosto bastante, mas eu gosto de carne e peixe, só com legumes não vou lá…

Depois fomos ao bar da ILGA buscar preservativos para distribuir pelos bares da zona do Príncipe Real, e fomos acabar a noite no Pavilhão Chinês na Rua D. Pedro V. Nunca lá tinha entrado, e apesar de não ser barato, é um sitio muito giro, verdadeiro museu do coleccionismo e muito cosmopolita. Obrigado amigo Zé por me lá levares e ainda por cima pagares a conta.

Hoje voltei ao “ram-ram” do trabalho a pensar na próxima sexta-feira. Não que tenha muito $, mas nem que seja para ir beber um copo e comer uma bifana, tenho de ir descomprimir e ver gente bonita. Pelo menos “lavo a vista”.
Aliás fui à pouco tempo, com esse recente amigo, ao bar WOOF e gostei de lá estar, pois senti-me em casa, com “ursinhos” como eu. Só faltou o mel rsrsrsrsrsrsrs….

sexta-feira, outubro 8

As trutas fêmeas fingem o orgasmo.
Ou seja as “gajas” são como as trutas.

Que lindo animal para elas serem comparadas…

Nós, os homens, não podemos fingir orgasmos, nem sequer uma falsa atracção. Se não houver desejo não se levanta nada, não há erecção.
Por isso nós gays sabemos sempre que o outro está a fim de “brincadeira”, não há como enganar, é tudo mais honesto e prático.
Aliás os homens são muito práticos, e mais simples que as mulheres. Confessem lá amigas, vocês são seres muito complexos, e como vocês sabem nós temos uma dificuldade em processar coisas complicadas. Tem de ser uma coisa de cada vez.

Por exemplo sexo e futebol, não dá
Comer e fazer sexo, só no filme “Nove Semanas e Meia”, ou seja é ficção
Pensar em fazer sexo e executar qualquer tarefa, esqueçam…

Já sei, estão as meninas a dizer “os homens só pensam em sexo”, ok, verdade. E que mal vem ao mundo. Mais vale pensar sempre em sexo do que em coisas piores.
Os homens são físicos, para eles o amor sem sexo não faz sentido, é isso que os conforta, é a maneira de eles dizerem que amam, e de se sentirem amados.

Tudo simples, descomplicado.
Entenderam?

quinta-feira, outubro 7

Sinto pena destes idiotas de hoje.
Gente nova cheia de reumatismo no cérebro, eles estão encharcados de “morangos com açúcar” até ao tutano. O respeito e a educação não fazem parte do seu ADN.
Mas eles não são os culpados, os culpados são os encarregados de educação que não fazem a sua obrigação de os educar e punir quando necessário, e não falo em tareias de “caixão á cova” como eu levei, falo em castigos, e muitas vezes o que doem mais não são os das palmadas.

Hoje em dia eles tem tudo, e querem tudo naquela hora e sem “mas”. Os pais vão na cantiga, e agora não se pode dar um tabefe na criança, que vêem logo as autoridades tirarem-lhes os filhos por abusos e maus-tratos. As mesmas que fecharam os olhos aos abusos da Casa Pia e dos padres.

Os que são “de jeito” são apelidados de maricas, e nem as “garinas os gramam” pois por mais que a mulher diga que quer um homem que a compreenda, elas gostam é do homem mau, o brigão, por isso suspiram pelo Mourinho e quejandos. No fim gostam dos que as tratam mal.
É por estas e por outras que eu prefiro os homens…

quarta-feira, outubro 6

Segunda fui jantar ás pizzas com uns amigos da Universidade, e como sempre a comida estava deliciosa e a companhia óptima.
Nada com uma boa companhia, com boa conversa e boa comida.
Já lá tinha estado sexta-feira na companhia de outro amigo, com quem vi o por do sol no miradouro da Graça, (não sejam badalhocos, não foi nenhum encontro romântico), e depois fui até ao bar da ILGA, o tal do clube da bolinha.

Desta vez fiquei com melhor impressão das pessoas, mas com a quase certeza de que se não fosse com alguém que já era “íntimo” da casa, teria o mesmo “tratamento” das vezes anteriores.
Inscrevi-me como associado e mais uma vez pus-me á disposição para ajudar, aliás já me comprometi a ir todos os sábados de fim de mês, ajudar na distribuição de preservativos. Vamos lá ver se o pedido do dinheiro é mais rápido do que a aceitação da ajuda. Mas estou disposto a dar o benefício da duvida…

Já não me chegam as minhas penas, tenho que ir buscar as penas dos outros.
Aliás cada vez me sinto com se estivesse a pagar uma divida que não contrai, uma pena por um crime que não cometi.
Mas isso é um problema que tenho de resolver eu, pertence á tal luta entre mim e mim, que tenho de travar diariamente.

Acho que muitas das minhas mágoas tem a ver com a falta de carinho de que sofri na minha infância, aliás só levei porrada, muita…
Acho que até sou um ser muito equilibrado para uma infância tão infeliz que tive, se calhar sou mais forte do que penso.
O meu pai não sabia amar, e por isso não o soube fazer com os filhos, a minha mãe era uma mulher desequilibrada, sem educação, ultra-católica. Com tudo de mau que esta mistura comporta, o meu irmão um ser dissimulado. Os únicos que escapavam naquela casa eram os canários que coitados estavam presos na gaiola, e ainda levavam de vez em quando cada tortura debaixo da torneira pela minha mãe neurótica.
Ou seja os meus pais foram um erro de casting…

Por isso dou tanto valor aos sentimentos humanos, os genuínos e humildes.
Gosto de gente simples e humilde, como eu.