Miguel Relvas voltou como empresário, e tem uma empresa de
consultadoria onde ganha milhões em comissões, cujos valores são secretos, e
mais do que certo, sem pagar impostos.
Entretanto já se sabe a fórmula do governo para acabar “as
gorduras do estado”, criar um imposto sobre as gorduras dos alimentos que
comemos.
Um politico que diz que o país está bem, mas os seus cidadãos
é que estão mal, faz pensar o que realmente defende um estado que acho que isto
é um caminho válido. Defende a economia e não defende os seus cidadãos.
Como chegámos a este estado de coisas?
Querem que vos dê a minha versão da coisa?
Aqui vai:
Primeiro porque os cidadãos, o povo que é a maioria, não
agiu em prol do bem comum, de todos. Na sua egoísta visão tacanha de defender o
seu pedaço, cagou-se no bem colectivo, da sociedade.
Estamos a assistir á maior transferência de bens da historia
da humanidade.
A democracia foi vendida ás corporações, o maior assalto
alguma vez feito a nível mundial, desregulou-se a banca e a finança, o que deu
asas para a especulação. Isto provocou uma febre de aumentar lucros.
As grandes empresas compram governos.
Os principais mentores desta politica forma Tactcher e
Reagan, seguidos em Portugal por Cavaco Silva e Durão Barroso (percebem agora
porque foi para a União Europeia). Foram criados grupos de pressão para
manobrar os governos e políticos da oposição, bem como sindicatos, associações
profissionais e até ong’s, ao ponto de se infiltrarem nelas.
Controlando o governo baixaram-se impostos sobre o capital
(as mais-valias, rendimentos, lucros e propriedades), enfraqueceram-se os
sindicatos, e gastaram-se milhões de euros a fazer passar leis e noticias na
comunicação social, para viciar o jogo e enfraquecer qualquer resistência. O número
de trabalhadores sindicalizados diminuiu drasticamente, o ser sindicalizado é
mal visto pelas empresas, e pesa no CV.
Segue-se a imprensa, comprou-se jornais, formaram-se canais
de TV, e temos uma “imprensa livre e isenta”.
Os anos 80 foram o gatilho.
As empresas financiam os partidos, e cobram esses actos de
bondade para com a democracia, os ricos deixaram de precisar dos governos e
passaram a ser eles a governar.
O mercado livre foi vendido em doses maciças como o bem para
a humanidade.
Pura mentira e engano. Isto só permitiu ás empresas ir
explorar os trabalhadores mais fracos em qualquer parte do mundo.
Entretanto criaram cada vez mais impostos para a classe
média e aliviou-se os das classes ricas. Chegou-se ao ponto da percentagem de
impostos pagos pelos ricos ser muitas vezes mais inferior aos dos pobres.
A lei está cheia de lacunas que permitem a fuga aos impostos,
actualmente as empresas apenas pagam 13% dos impostos que deviam pagar, o resto
pagamos nós…
Aliás eles até recebem “incentivos empresariais” pagos pelos
nossos impostos.
Hoje a comunicação social é controlada ora pelo estado, ora
pelos grupos económicos. As notícias são vítimas de censura, o que se lê e vê é
quase totalmente manipulado, e especialmente pela direita conservadora. A
comunicação social está nas mãos de poucos e o objectivo é claro, manipular o
povinho, a opinião pública ou distrair do que é essencial e necessário. São
inundados de lixo e futebol.
O jornalismo de investigação quase que desapareceu (o
honesto e isento), não existe debate sério, nem perguntas incómodas, veja-se as
entrevistas a políticos.
Somos peões que só servimos para ser explorados. As empresas
“deslocam-se” para onde podem ter mão-de-obra mais barata e manipulável, e
usa-se isso contra a população dos países. Os salários mantêm-se baixos nos países
de origem, as receitas dos impostos e da segurança social descem, e a produção
e a rentabilidade dos trabalhadores sobe, tornando os patrões mais ricos e os
trabalhadores e o estado mais pobre. Isto chegou ao ponto do primeiro-ministro
dizer que os salários altos são o que provoca o desemprego.
O patriotismo da classe financeira e dos ricos desapareceu,
agora é o “comércio livre” ou seja não ter de proteger os interesses da nação.
Bill Gates e quejandos inventarem e desenvolveram os
computadores para explorar mais as pessoas, tornando o trabalho nas empresas
mais barato, permitindo-o ser feito por Web e em qualquer parte do mundo.
A falta de qualificações é outra mentira pegada. Mais uma
forma de importar mão-de-obra barata, por isso hoje as pessoas com bons CV não
conseguem arranjar emprego.
Agora os alvos são os reformados, a terceira idade e os
doentes.
Nos anos 50 os bancos davam juros a quem investisse em
poupanças, que era incentivada, e quem investia sabia que era seguro. Hoje
paga-se para ter dinheiro nos bancos, que o gere em fundos tóxicos sem nosso
conhecimento ou autorização, a segurança social absorve as nossas contribuições
sem nos dar troco, os impostos servem para salvar bancos e outras instituições
financeiras.
As bolsas são casinos do nosso dinheiro, mas não somos nós
que jogamos, a especulação cresce com a desregulamentação do mercado
financeiro. E pagam-se fortunas a pessoas para fazerem isto. Quando a coisa
corre mal começa-se por salvar os bancos responsáveis, e não os que morrem de
fome.
Agora querem-nos fazer crer que a segurança social, a assistência
médica, a justiça e tudo o que são conquistas sociais, estão a prejudicar a
economia e a empobrecer o país. Outra grande e escandalosa mentira.
O dinheiro da segurança social vem das contribuições que os
trabalhadores fazem para o fundo, obrigatoriamente, não vem da economia e muito
menos dos impostos, nem sequer é propriedade do estado, embora seja ele o seu
gestor.
Ninguém é verdadeiramente penalizado, e por isso eles são
como carros desgovernados, que passam sinais vermelhos, entram em sentidos
contrários, estacionam em lugares proibidos, andam sempre em excesso de
velocidade, alcoolizados e drogados, e fazem tudo isto porque não têm medo. Nunca
são responsabilizados, podem destruir tudo e mesmo tirara vidas que não são
chamados nem sequer a tribunal.
E isto também se deve ao bipartidarismo existente que
facilita tudo isto. As pessoas nas mesas de voto só vêm os mesmos dois partidos.
Os salários dos agora chamados CEOs é 185 vezes mais alto
que o do trabalhador comum.
Estamos a ser vítimas de uma conspiração global feita a lume
brando, o jogo está viciado pois quem joga dentro das regras e da lei está
condenado á pobreza. Obrigam as pessoas a recorrer ao crédito para enriquecerem
mais.
Esta é a terceira guerra mundial, já está a acontecer, o
nosso maior medo não é a Rússia de Putin, nem o Irão, nem a Coreia do Norte,
nem os talibãs, são os grandes grupos económicos. Eles dizem-nos “estás a
afogar-te, então nada ou então afoga-te mas longe, estás por tua conta”.
Existem dois tipos de poder, o do dinheiro e o do povo, e é
tudo uma questão de números.
Mas o poder do dinheiro está a vencer, e se queremos lutar
temos de saber que não vai ser fácil, eles estão a ripostar.
Não fomos nós os que trabalham, que fizemos a crise, foram
eles com a ajuda dos nossos governos, especialmente os de direita. A democracia
está a morrer aos bocados, já ninguém sabe o que foi o 25 de Abril, o Primeiro
de Maio, O Primeiro de Dezembro, o Cinco de Outubro. Dois destes feriados até já
forma abolidos, para que se perca a memória.
Eles não vão cuidar de nós, eles estão a cuidar deles, se não
nos unir-mos vamos falecer como diz o outro…