domingo, setembro 14

Miguel Relvas voltou como empresário, e tem uma empresa de consultadoria onde ganha milhões em comissões, cujos valores são secretos, e mais do que certo, sem pagar impostos.
Entretanto já se sabe a fórmula do governo para acabar “as gorduras do estado”, criar um imposto sobre as gorduras dos alimentos que comemos.
Um politico que diz que o país está bem, mas os seus cidadãos é que estão mal, faz pensar o que realmente defende um estado que acho que isto é um caminho válido. Defende a economia e não defende os seus cidadãos.
Como chegámos a este estado de coisas?
Querem que vos dê a minha versão da coisa?
Aqui vai:

Primeiro porque os cidadãos, o povo que é a maioria, não agiu em prol do bem comum, de todos. Na sua egoísta visão tacanha de defender o seu pedaço, cagou-se no bem colectivo, da sociedade.
Estamos a assistir á maior transferência de bens da historia da humanidade.
A democracia foi vendida ás corporações, o maior assalto alguma vez feito a nível mundial, desregulou-se a banca e a finança, o que deu asas para a especulação. Isto provocou uma febre de aumentar lucros.
As grandes empresas compram governos.
Os principais mentores desta politica forma Tactcher e Reagan, seguidos em Portugal por Cavaco Silva e Durão Barroso (percebem agora porque foi para a União Europeia). Foram criados grupos de pressão para manobrar os governos e políticos da oposição, bem como sindicatos, associações profissionais e até ong’s, ao ponto de se infiltrarem nelas.
Controlando o governo baixaram-se impostos sobre o capital (as mais-valias, rendimentos, lucros e propriedades), enfraqueceram-se os sindicatos, e gastaram-se milhões de euros a fazer passar leis e noticias na comunicação social, para viciar o jogo e enfraquecer qualquer resistência. O número de trabalhadores sindicalizados diminuiu drasticamente, o ser sindicalizado é mal visto pelas empresas, e pesa no CV.
Segue-se a imprensa, comprou-se jornais, formaram-se canais de TV, e temos uma “imprensa livre e isenta”.

Os anos 80 foram o gatilho.
As empresas financiam os partidos, e cobram esses actos de bondade para com a democracia, os ricos deixaram de precisar dos governos e passaram a ser eles a governar.
O mercado livre foi vendido em doses maciças como o bem para a humanidade.
Pura mentira e engano. Isto só permitiu ás empresas ir explorar os trabalhadores mais fracos em qualquer parte do mundo.
Entretanto criaram cada vez mais impostos para a classe média e aliviou-se os das classes ricas. Chegou-se ao ponto da percentagem de impostos pagos pelos ricos ser muitas vezes mais inferior aos dos pobres.
A lei está cheia de lacunas que permitem a fuga aos impostos, actualmente as empresas apenas pagam 13% dos impostos que deviam pagar, o resto pagamos nós…
Aliás eles até recebem “incentivos empresariais” pagos pelos nossos impostos.

Hoje a comunicação social é controlada ora pelo estado, ora pelos grupos económicos. As notícias são vítimas de censura, o que se lê e vê é quase totalmente manipulado, e especialmente pela direita conservadora. A comunicação social está nas mãos de poucos e o objectivo é claro, manipular o povinho, a opinião pública ou distrair do que é essencial e necessário. São inundados de lixo e futebol.
O jornalismo de investigação quase que desapareceu (o honesto e isento), não existe debate sério, nem perguntas incómodas, veja-se as entrevistas a políticos.
Somos peões que só servimos para ser explorados. As empresas “deslocam-se” para onde podem ter mão-de-obra mais barata e manipulável, e usa-se isso contra a população dos países. Os salários mantêm-se baixos nos países de origem, as receitas dos impostos e da segurança social descem, e a produção e a rentabilidade dos trabalhadores sobe, tornando os patrões mais ricos e os trabalhadores e o estado mais pobre. Isto chegou ao ponto do primeiro-ministro dizer que os salários altos são o que provoca o desemprego.

O patriotismo da classe financeira e dos ricos desapareceu, agora é o “comércio livre” ou seja não ter de proteger os interesses da nação.
Bill Gates e quejandos inventarem e desenvolveram os computadores para explorar mais as pessoas, tornando o trabalho nas empresas mais barato, permitindo-o ser feito por Web e em qualquer parte do mundo.
A falta de qualificações é outra mentira pegada. Mais uma forma de importar mão-de-obra barata, por isso hoje as pessoas com bons CV não conseguem arranjar emprego.
Agora os alvos são os reformados, a terceira idade e os doentes.
Nos anos 50 os bancos davam juros a quem investisse em poupanças, que era incentivada, e quem investia sabia que era seguro. Hoje paga-se para ter dinheiro nos bancos, que o gere em fundos tóxicos sem nosso conhecimento ou autorização, a segurança social absorve as nossas contribuições sem nos dar troco, os impostos servem para salvar bancos e outras instituições financeiras.
As bolsas são casinos do nosso dinheiro, mas não somos nós que jogamos, a especulação cresce com a desregulamentação do mercado financeiro. E pagam-se fortunas a pessoas para fazerem isto. Quando a coisa corre mal começa-se por salvar os bancos responsáveis, e não os que morrem de fome.

Agora querem-nos fazer crer que a segurança social, a assistência médica, a justiça e tudo o que são conquistas sociais, estão a prejudicar a economia e a empobrecer o país. Outra grande e escandalosa mentira.
O dinheiro da segurança social vem das contribuições que os trabalhadores fazem para o fundo, obrigatoriamente, não vem da economia e muito menos dos impostos, nem sequer é propriedade do estado, embora seja ele o seu gestor.
Ninguém é verdadeiramente penalizado, e por isso eles são como carros desgovernados, que passam sinais vermelhos, entram em sentidos contrários, estacionam em lugares proibidos, andam sempre em excesso de velocidade, alcoolizados e drogados, e fazem tudo isto porque não têm medo. Nunca são responsabilizados, podem destruir tudo e mesmo tirara vidas que não são chamados nem sequer a tribunal.
E isto também se deve ao bipartidarismo existente que facilita tudo isto. As pessoas nas mesas de voto só vêm os mesmos dois partidos.

Os salários dos agora chamados CEOs é 185 vezes mais alto que o do trabalhador comum.
Estamos a ser vítimas de uma conspiração global feita a lume brando, o jogo está viciado pois quem joga dentro das regras e da lei está condenado á pobreza. Obrigam as pessoas a recorrer ao crédito para enriquecerem mais.
Esta é a terceira guerra mundial, já está a acontecer, o nosso maior medo não é a Rússia de Putin, nem o Irão, nem a Coreia do Norte, nem os talibãs, são os grandes grupos económicos. Eles dizem-nos “estás a afogar-te, então nada ou então afoga-te mas longe, estás por tua conta”.

Existem dois tipos de poder, o do dinheiro e o do povo, e é tudo uma questão de números.
Mas o poder do dinheiro está a vencer, e se queremos lutar temos de saber que não vai ser fácil, eles estão a ripostar.
Não fomos nós os que trabalham, que fizemos a crise, foram eles com a ajuda dos nossos governos, especialmente os de direita. A democracia está a morrer aos bocados, já ninguém sabe o que foi o 25 de Abril, o Primeiro de Maio, O Primeiro de Dezembro, o Cinco de Outubro. Dois destes feriados até já forma abolidos, para que se perca a memória.

Eles não vão cuidar de nós, eles estão a cuidar deles, se não nos unir-mos vamos falecer como diz o outro…

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