sexta-feira, dezembro 23


O impossível continua a acontecer, parece absurdo mas acontece. Sobretudo se é horrível.
Quantas maneiras haverá de ser feliz?

A curiosidade alimenta-se da ignorância.
Deus disse para não adorarmos outro que não a ele. Não será isso um pecado de vaidade?
Deus precisa do homem para ser o que é. Deus morrerá com a morte do homem.
Estranho é que os crentes perdoam tudo a Deus, e quanto menos o compreendem, mais o desculpam.

Nascem milhões de seres neste planeta, para terem vidas simples. A fraqueza alimenta a força, para que ela esmague a própria fraqueza.
Acho que tenho dentro de mim uma balança, que me serve de padrão para avaliar os outros. Claro que isto não obedece a nenhuma ciência, é uma coisa involuntária, aprendida com o meu percurso de vida, e com a minha inteligência emocional.
Não me consigo contentar com um simples papel de corpo presente.
Já há demasiada gente entre a multidão a disfarçar a sua incompetência.
Ás vezes chamam-me de segunda classe. Nada mau, estou um passo de ser de primeira classe. Outros dizem que sou burro, esquecendo-se de que pertencemos á mesma espécie .
Se sou burro, e ainda por cima de segunda classe, porque perdem tempo a discutir comigo?

quinta-feira, dezembro 22


Não sei o que me leva a amar mais uns locais do que outros. No entanto já tive muitos casos de amor á primeira vista.
Lisboa, claro, foi o meu primeiro amor. Cidade onde nasci e me fiz homem.
A sua luz, este rio que a banha e lhe refresca os pés, o castelo que vigia a cidade, os velhos bairros pequenas aldeias no interior da cidade, as colinas tal qual seios que fazem de Lisboa uma mulher bonita, a gente hospitaleira e liberal, os eléctricos amarelos como o sol, os monumentos cheios de história e pergaminhos, as noites frenéticas, as tascas e restaurantes com os seus petiscos deliciosos, a noite de Santo António em que a cidade não dorme, tudo convida a amar a capital.

Continuo a desconfiar destas “boas almas” cuja maior preocupação é informar-me (já sei, estou a repetir-me, mas eles não desistem...)
Há gente tão minúscula, que são mais pequenas que formigas. E não se vê meio de crescerem...
As conclusões são apenas brevidades, a discussão, a pesquisa, o adquirir de conhecimento, é que torna o processo interessante.
Tive uma vida inteira para chegar aqui, mas cá estou. O destino, ou o que chamamos de destino, não conhece linhas rectas.
Ai, as virtudes do silêncio e das palavras bem empregues...
Há tanto homem idiota que me faz ter vergonha de ser homem. Gosto de pessoas simples e afectuosas. Se pensam que me levam só com palavras bonitas, estão enganados.

quarta-feira, dezembro 21


Nunca temi as reações a comentários ou minhas palavras escritas. Continuo na mesma.
Esforço-me para parecer inteligente na palavra, no gesto, na atitude. As portas do meu coração estarão sempre abertas para gente honesta.
Se por vezes sou desmancha-prazeres, paciencia. Se forem pessoas inteligentes, hão-de preferir  que seja honesto convosco, mesmo que isso vos custe a ouvir, do que diga palavras doces sem sentido.
Há tanta gente ai a necessitar de humildade. E tanta inteligencia, estudo, saber, erudição, teses, para quê? Para isto? Para a desumanização do homem?

As religiões do mundo pretendem sempre manter os pecados de sempre, para manter o seu poder sobre os homens, que está sempre disposta a pagar as suas supostas ofensas a Deus, em vez de verem as suas culpas, e os crimes que comentem em nome dele, e a sua responsabilidade na degradação da condição humana.

Há dois principios que não abdico: que todo o homem deve ser tratado com humanidade, e de que não devo, não posso, fazer aos outros o que não gostaria que me fizessem.
Já me basta o trabalho que tenho em ser eu, em escrever o que penso e sinto, e que tudo isto seja suficiente.

terça-feira, dezembro 20


Admiro todos aqueles que caem, se magoam, fica feridos, até para sempre, mas que se levantam, lambem as feridas, curam-se e continuam a caminhar sorrindo.

Por favor não me compliquem a existencia. Não, já não sou jovem.
Cuidado que uma faísca pode incendiar uma floresta.
Em todo o lado se premeiam os que aguentam e bajulam a prole estupida dos que nos exploram.
Ás vezez é preciso mudar de passeio para evitar encontros, e mesmo dar a volta e retroceder.
E eu luto para não me esqueçer de que sou um homem livre.

Estamos num tempo de derrota, de contar os mortos, de começar de novo, e sobretudo de manter a moral.
Confesso que a minha vida actualmente não me dá muito espaço para ter disciplina.
Com as coisas que quero fazer, o tempo escasseia. Entre ginásio, rugby, voluntariado, estar com os amigos... Mas tento rentabilizar tudo.
E o que me leva a ser voluntário? A necessidade de ajuda e o meu dever em ajudar.

Muita gente foge da discussão de ideias, por medo de ver apagadas as opniões deles.
Que mania esta de os portugueses se lamuriarem de sermos poucos, “poucos mas bons”, mas se somos assim tão bons, não seria bom sermos meslhores?
É que a avaliar pelo estado do país...

quinta-feira, dezembro 15

O amor é o início, o meio e o fim.

O amor faz-me pensar.

Faz-me sofrer.

O amor obriga-me a escolhas, a separações, a ser rejeitado.

O amor castiga-me e compensa-me. Prémio e  castigo.

O amor fere-me.

Mas também me salva.

O meu  amor é uma alegria, mas também uma tristeza.

O meu amor é  orgasmo, êxtase.

O amor é uma armadilha.

O amor é uma fraqueza e uma força. 


O amor é inquietação, esperança, nunca certeza, uma dúvida.

O amor faz-me voar, faz-me despenhar.

O amor assusta-me.

O amor faz-me feliz. 

O amor é caos, mas uma ordem.

O amor é mágico.

O amor é o meu prisioneiro. E o meu guarda. E a minha sentença.

O amor é guerrilheiro.

O amor comanda-me.

O amor sufoca-me.

O amor pode ser um sucesso ou um fracasso.

O amor é rico.

O amor é heroísmo.

O amor é um corpo.

O amor é uma cruz.

O amor é uma dor.

O amor não tem cor.

O amor é um sorriso. 

terça-feira, dezembro 13

Conta comigo sempre.

Desde a sílaba inicial até à última gota de sangue.
O sonho é, e será sempre e apenas, dos vivos, dos que se aninham no coração e se alimentam de amor, esse amor acima do desejo, bem acima do sofrimento.
Conta comigo sempre. Piso as mesmas pedras que tu pisas, sou a outra face da mesma moeda em que te reconheço, contigo quero festejar dias antigos e os dias que hão-de vir, contigo repartirei também a minha fome mas, e sobretudo, repartirei até o que é indivisível. Tu sabes onde estou.
Sabes como me chamo. Estarei presente quando já mais ninguém estiver contigo, quando chegar a hora decisiva e não encontrares mais esperança, quando a tua antiga coragem vacilar.
Caminharei a teu lado. Haverá, decerto, algumas coisas derrubadas, mas haverá igualmente um amor limpo que se entregará nas tuas mãos e que te ajudará a encontrar, entre as respostas possíveis, as mais humildes, quero eu dizer, as mais sábias e as mais livres.
Conta comigo. Sempre.

segunda-feira, dezembro 12

Abraça-me. Quero sentir o que vem da tua pele, e sentir o intenso calor do teu corpo.

Quando me abraças, nada existe a não ser nós, e somos um só.

Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido do amor em forma de amizade, o sentido da vida.

Procura-me com os teus braços , dá-me a eternidade do teu abraço, esse momento em que nós pertencemos um ao outro, em que o mundo pára, e nada mais existe.

Abraça-me. Quero proteger-te nos meus braços, e sentir o teu amor em mim.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Quero sentir que tu existes, e que tenho significado para ti.

sexta-feira, dezembro 9


Para que os outros se possam sentir felizes na minha companhia, é necessário antes de tudo que eu tenha a grande força de aceitar as opiniões dos outros, desde que as não sejam contraditórias com a verdade e os factos que posso observar.
Não devo supor-me infalível, tal como não me devo considerar mais inteligente e superior que os outros e único entre o bando de pobres seres incapazes de pensar.
Cumpre-me abafar todo o ímpeto que possa haver dentro de mim para lhes restringir o direito de pensarem e de exprimirem, como souberem e quiserem, bem como aceitar, e até absorver os resultados a que puderam chegar.


Se assim não agisse, nada mais faria de que contribuir para matar o idealismo e a convivência com os outros, só vive uma vida dentro do pensamento poderoso e livre.

quarta-feira, dezembro 7


Não, a vida não me desapontou! Pelo contrário, todos os anos a acho melhor, mais desejável, mais misteriosa...
Desde o dia em que vejo a mim a grande libertadora, a ideia do que a vida pode ser para aqueles que procuram viver, e não dever!... Quanto ao próprio conhecimento, para mim é um mundo de perigos, é um universo de vitórias. «A vida é um meio de conhecimento», quando se tem este princípio no coração, pode viver-se não somente corajoso mas feliz, pode-se rir alegremente!
E quem, de resto, se ouvirá, a rir e a bem viver se não for primeiramente capaz de vencer e de guerrear?

Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é.
E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas emoções naturais é que faz de nós seres tão infelizes. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita.
Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.

O amor é, por definição, um prémio sem mérito. Se alguém me diz, eu amo-te porque tu és inteligente, porque és uma pessoa decente, porque me dás presentes, porque não andas atrás de outros homens, porque sabes cozinhar, então eu fico triste.
É muito mehor ouvir, eu sou louco por ti embora nem sejas inteligente, nem uma pessoa decente, embora sejas um mentiroso, um egoísta e um canalha.

terça-feira, dezembro 6


As liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social e liberdade económica.
Pela cultura, o homem desenvolve o seu espírito crítico e criador não se devendo impedir que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado.
Pela organização social, o homem intervém na sua vida em sociedade, como aluno de uma escola de humanidade, tem de se educar para o melhor.
Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar ao que existe de mais belo e de mais amplo, nenhum homem deve ser explorado por outro homem, ninguém deve, pela posse dos meios que permitem explorar, pôr em perigo a liberdade dos outros. Na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção, nenhuma falta de liberdade.
A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos.

Eu sou contra a tolerância, porque ela não basta. Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro.
A intolerância é péssima, mas a tolerância não é tão boa quanto parece. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância.

segunda-feira, dezembro 5



Há poucos indivíduos a quem é dado contemplar as qualidades dos outros como espectadores tranquilos. Mas é difícil encontrar um que seja capaz ou tenha a vontade, ao mesmo tempo que deixar que essas pessoas lhe deem conselhos, e mais dificil aceitá-los e segui-los, escutando as suas impressões ou as palavras de outro, e de permanecer simples observador, sem querer também mudá-lo. Sem se dar conta disso, torna-se crítico, procurando mostrar a sua razão, exercer o seu humor e avaliar a sua própria pessoa.

O ingénuo fá-lo inicialmente, é certo, sem a menor intenção malévola, mas mesmo nele, as propriedades naturais do indivíduo não tardam a impôr os seus pensamentos,de pura vaidade e pedantice, desejo de ser superior aos dos outros, de tal modo que depressa estará mais a ser avaliado pelas suas fraquezas do que pelas suas qualidades.

E queremos nós censurar essas qualidades humanas?

terça-feira, novembro 29


É sabido que a qualidade do pano não evita as nódoas.
“Entre pessoas de qualidade, as diferenças só servem para unir”.

Será que este meu constante pessimismo vem do facto de nunca ter sido uma criança feliz?
A vida é como o mar, uns tomam banho nele, outros nadam á superficie. Mas os mais aventureiros mergulham, e é assim com as pessoas.
Falar não compromete e satisfaz a curiosidade.

As qualidades que mais gosto de encontrar nos outros é a bondade, a sensibilidade e a inteligencia.
Quando alguém me perguntou á pouco tempo “sou assim tão transparente?”, eu sem pensar muito bem na resposta, disse”não, eu é que sou atento”.
E sou.

Quem convive comigo sabe que eu ao principio sou um pouco como um animal assustado, só vou á conversa se me chamarem a ela.
Mas depressa percebem que não é por timidez, ou desconfiança. É exactamente por ser atento, por gostar de saber o terreno que piso, e que ele seja bem firme. Gosto de ter os pés bem assentes no chão, não faço castelos no ar.
Numa pessoa não me interessa de onde veio, nem para onde vai, mas o que é.
Ser superior ao ter. Mas hoje só se vive para ter, e não para ser.

E quem sou eu para os outros?

segunda-feira, novembro 28


Não me confundam com qualquer gajo que tem aspirações a ser qualquer coisa de escritor.
Na verdade as coisas que digo, e escrevo, não tem nada de extraordinário.

Existem pessoas que tem acções para comigo, que me levam a colocá-las no lugar dos animais irracionais.
Depois digam que sou um exagerado, quando digo que o mundo é governado por uma cambada de filhos da puta. É que anda para ai uma cambada de gente que se portam como umas crianças mimadas, a que, lhes tiraram o brinquedo...
Como me é dificil falar com pessoas detentoras de uma unica razão, e que fazem questão de falar com os outros com uma certa insolência.
Como me irrita falar com pessoas que não ouvem ou não querem ouvir aquilo que lhes digo, e ainda por cima fazem questão que se note.

sexta-feira, novembro 25


Os anos de vida vivida que perdi devido ao comodismo.

De há um ano para cá muita coisa mudou na minha vida, e tudo começou com o meu blog mais antigo.
Um leitor e comentador assíduo, pediu-me para me conhecer e levou-me ao voluntariado na ILGA. Ai conheci pessoas extraordinárias.
Já tinha tentado fazer voluntariado lá, mas não obtive resposta, e das 3 vezes que lá tinha ido, não gostei do ambiente (mais tarde percebi porquê), e afastei-me.
Mas o meu amigo Zé insistiu para que fosse lá com ele, e eu confiei nele e fui.

Quando entrei vi atrás do bar um homem moreno, alto, bonito, charmoso, com um sorriso lindo. O Manel. Hoje é um dos meus melhores amigos, foi graças a ele que tive vontade de voltar, e foi graças ás qualidades que ele viu em mim, que hoje sou voluntário activo e presente na associação.
Depois vieram os amigos, foram nascendo cumplicidades, amizades, carinho.
Ricardo, Atila, Jorge, Paulo, Zahara, Nuno, Fátima, Manel João, Ana e tantos outros, tornaram-se pessoas assíduas na minha vida.

O Arraial Pride deste ano foi a cereja no topo do bolo, deu-me uma “volta ao miolo”, e foi uma das mais extraordinárias experiências da minha vida, e das mais recompensadoras. Senti-me “em familia”, focado num objectivo, fui acarinhado, e dei o “litro”. Perdi nessa noite 3 quilos, e isso deu-me o “pontapé de saída” para melhor o meu aspecto e a minha saúde física e mental.

Com o Manel veio de “presente” o Matt, que me desafiou para o rugby, ao que resisti ao principio, mas devido á sua perseverança (ele, além de tenaz , e muito mais inteligente do que eu), acabei por ir, e estou feliz por não ter deixado escapar este novo desafio na minha vida.
Passei a cuidar de mim, perdi 15 quilos, passei a cuidar da minha aparência (embora nunca serei um gajo bom, que um utilitário nunca será um topo de gama), mas sinto-me mais eu, mais confiante, e quando olho para o espelho e me vejo, já não me sinto triste.
Sou melhor pessoa, mais confiante. Ganhei uma nova auto-estima, um novo look e o melhor de tudo, amigos lindos e de qualidade.

quarta-feira, novembro 23


De vez em quando sou abordado por criatura que se propõem a salvar-me a “alma”.

Mas eu nem sei se a vida merece que a amem profundamente.

Ás vezes penso que ninguém entende o meu pensamento. Será que sou assim tão complicado, ou sou tão simples que não me levam a sério?



É curiosa e apaixonante a maneira como cada um vê Deus, ou têm o seu Deus pessoal. E como em nome dele, ostraciza os outros, ou castiga e até os mata.

Como me espanta sempre, e já devia estar vacinado, as coisas mais estúpidas que as pessoas dizem, como se fossem as mais verdadeiras pérolas de sabedoria.

Ás vezes dá-me vontade de içar a bandeira (não, não é essa entre os membros inferiores) branca, e dizer “rendo-me”.

Não me considero uma fortaleza, nem um gajo com carácter forte, mas tenho uma couraça que me protege, a maior parte das vezes do ódio, da mesquinhez e da estupidez alheia.

Esse muro que ergui, foi á custa dos afectos que recebo dos outros.



No fim amo os meus amigos porque sei que eles me querem bem, e mimo-os e estou sempre a acarinhá-los para que saibam que também eu lhes quero bem, e que os amo, e que estou aqui para eles, sempre, com as minhas qualidades e defeitos, com as minhas ferramentas.

Tudo o que tenho, e nada tenho, é deles.

segunda-feira, novembro 21

Só quem ama com o coração aberto, sente este inefável prazer de sentir a felicidade dos amigos como sua.

Decidi tentar a minha “sorte” no rugby porque um grande homem e meu amigo, o Matt, insistiu em me desafiar, e porque não me quero arrepender de não ter feito algo por medo de fracassar.
Ter a sensação de que podia ter feito, e de ter recuado por insegurança minha, é coisa que me deixa com um sabor amargo na boca. Um fel que não quero saborear.

Há coisas na vida que nem prefiro saber, porque me enojam tanto, que me provocam náuseas, senão vómitos.
Mas o mal, é que há sempre alguém com boas ou más intenções (o mundo está cheio de “altruistas”), que me vai fazer o “favor” de me por a par.
Convém não perder a cabeça, mas convenhamos que por vezes é difícil não nos deixarmos levar pelas emoções.

É por isso que muitas vezes vivo a felicidade pela alegria nos olhos dos meus amigos.


Quem são os meus amigos?
Eles sabem quem são, são aqueles que tenho no meu coração, e existem mais que estou a integrar.
Se são muitos, sim são. Tenho-os mais do que a média. Se sou eu que os sinto por defeito de personalidade, talvez. Mas sei que o meu coração consegue ver neles as qualidades que eu acho merecedoras da minha admiração.
Se os tenho na minha vida é porque os mereço, foram batalhas, nunca ganhas porque podem partir a qualquer hora, que eu travei, e ganhei.
Sinto-me um privilegiado por fazerem parte da minha vida, essas criaturas belíssimas.

A morte pode vir quando quiser, dela não tenho medo, o meu medo é de não poder fazer aquilo que desejo, o meu medo é o sofrimento, que muito já tive, o meu e o dos que amo.

sexta-feira, novembro 18


Que gente é esta que cada vez veste mais mal?
Andam com roupa cada vez mais berrantes, e com desenhos incongruentes, e vestem-se como se acabassem de levantar da cama, e nem tivessem abrido os olhos para escolher a roupa. E depois ficam com aquele ar de que andam a arrumar carros todo o dia, e não veem sabão desde a implantação da Republica.
Já para não falar que tem de mostrar o mais possivel, desde a roupa interior, aos implantes mamários e o rego do cu.
Será que ele(a)s pensam que são tão lindos, que tudo lhes fica bem? Porque não se vestem então com sacas de batatas?

Quero ser alguém que não seja eu, num lugar que não seja este.
Deus não existe, e se existe é um completo idiota, para ter criado o homem da maneira que o fez.
Na minha cabeça tenho ideias simples, no meu comportamento sou uma pessoa simples.
Então porque razão as pessoas se dividem entre acharem que sou um convencido armado ao pingarelho, ou um gajo que diz coisas muitos interessantes e inteligentes?
“Quem se cala como eu calei, não poderá morrer sem dizer tudo”.
O que vale é que de vez em quando lá se consegue ouvir alguma coisa com um grau suficiente de inteligencia.
Quando as ideias novas me faltarem, reciclarei as velhas, para que possam parecer novas.

quinta-feira, novembro 17




Hoje desdenha-se da bondade, está fora de uso, não é prática, é um obstáculo ao triunfo pessoal e colectivo, e indigna dos tempos modernos.


Existirá a sinceridade?

Não será ela uma máscara que esconde os nossos sentimentos?

Das duas uma, ou eu tenho a mania da perseguição, ou anda ai algum poder cósmico que não me grama.

Uma pessoa disse-me recentemente de supetão, sem eu esperar por tal e sem descortinar a razão (que não me explicou, e eu também não perguntei): “Tu és diferente dos outros”.

Não disse que eu era melhor que os outros, ou que a maioria.

Mas disse como um elogio, que eu aceitei de bom grado, por ser verdadeiro. Realmente não me sinto melhor do que os outros, sejam eles quem forem, e não anseio sê-lo.

Contento-me, e luto, para ser diferente, para fazer a diferença.

Gostaria, sinceramente, de ser o pior ser humano á face da terra, pois seria feliz se todos fossem melhor do que eu, pois tinha a certeza de que este mundo seria um lugar maravilhoso para se viver.

E com tantas vezes nos perdemos uns dos outros, num mar de equivocos e desconfianças. Chego muitas vezes a casa exausto, e pergunto-me, vale a pena?

quarta-feira, novembro 16


Todos os dias penso. Se morrer hoje, o que vão pensar de mim? O que vou deixar neste mundo? Deixarei o mundo e as pessoas como dantes? Irão sentir a minha falta?

Parece ser sina, esta das pessoas lerem depressa e mal aquilo que escrevo e entenderem pior.
Não vos ensinaram a respeitar a opnião alheia?
E discutir opniões não é fazer Autos-de-Fé...
Eu por mim verifico com satisfação que as minhas faculdades mentais continuam a funcionar muito bem. Bem como o dom da imaginação.
Mas a terra é pequena, e infelizmente a maioria da gente que vive nela também não é grande.

Ás vezes gostava de ser uma torre, para não cair á primeira patada.

terça-feira, novembro 15


Há pessoas que só servem para moer o juizo dos outros.

Como conciliar os principios de uma crença, com os principios da tolerância?
Faz-me confusão aqueles discursos de que só os que se convertem a A ou B, serão escolhidos por uma divindade qualquer, e serão salvos, e recompensados. Com se nós todos não fossemos irmãos, carne da mesma carne, sangue do mesmo sangue, não tivessemos todos saido da “passarinha” da mãe, e termos a vida a prazo.
O mundo é vasto demais para andarmos cá sempre ás turras uns com os outros.
Bolas, como já não me bastasse as cruzes que tenho de levar ás costas, saem-me agora esta gentinha com inveja da minha existência.
Mas inveja de quê? Que tenho eu que lhes provoque inveja?
Serão-lhes as horas demasiado lentas e os dias demasiado rápidos?
Cada vez mais a minha maior tentação é calar-me...