quinta-feira, novembro 17




Hoje desdenha-se da bondade, está fora de uso, não é prática, é um obstáculo ao triunfo pessoal e colectivo, e indigna dos tempos modernos.


Existirá a sinceridade?

Não será ela uma máscara que esconde os nossos sentimentos?

Das duas uma, ou eu tenho a mania da perseguição, ou anda ai algum poder cósmico que não me grama.

Uma pessoa disse-me recentemente de supetão, sem eu esperar por tal e sem descortinar a razão (que não me explicou, e eu também não perguntei): “Tu és diferente dos outros”.

Não disse que eu era melhor que os outros, ou que a maioria.

Mas disse como um elogio, que eu aceitei de bom grado, por ser verdadeiro. Realmente não me sinto melhor do que os outros, sejam eles quem forem, e não anseio sê-lo.

Contento-me, e luto, para ser diferente, para fazer a diferença.

Gostaria, sinceramente, de ser o pior ser humano á face da terra, pois seria feliz se todos fossem melhor do que eu, pois tinha a certeza de que este mundo seria um lugar maravilhoso para se viver.

E com tantas vezes nos perdemos uns dos outros, num mar de equivocos e desconfianças. Chego muitas vezes a casa exausto, e pergunto-me, vale a pena?

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