terça-feira, novembro 29


É sabido que a qualidade do pano não evita as nódoas.
“Entre pessoas de qualidade, as diferenças só servem para unir”.

Será que este meu constante pessimismo vem do facto de nunca ter sido uma criança feliz?
A vida é como o mar, uns tomam banho nele, outros nadam á superficie. Mas os mais aventureiros mergulham, e é assim com as pessoas.
Falar não compromete e satisfaz a curiosidade.

As qualidades que mais gosto de encontrar nos outros é a bondade, a sensibilidade e a inteligencia.
Quando alguém me perguntou á pouco tempo “sou assim tão transparente?”, eu sem pensar muito bem na resposta, disse”não, eu é que sou atento”.
E sou.

Quem convive comigo sabe que eu ao principio sou um pouco como um animal assustado, só vou á conversa se me chamarem a ela.
Mas depressa percebem que não é por timidez, ou desconfiança. É exactamente por ser atento, por gostar de saber o terreno que piso, e que ele seja bem firme. Gosto de ter os pés bem assentes no chão, não faço castelos no ar.
Numa pessoa não me interessa de onde veio, nem para onde vai, mas o que é.
Ser superior ao ter. Mas hoje só se vive para ter, e não para ser.

E quem sou eu para os outros?

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