É sabido que a qualidade do pano não evita as nódoas.
“Entre pessoas de qualidade, as diferenças só servem para
unir”.
Será que este meu constante pessimismo vem do facto de nunca
ter sido uma criança feliz?
A vida é como o mar, uns tomam banho nele, outros nadam á
superficie. Mas os mais aventureiros mergulham, e é assim com as pessoas.
Falar não compromete e satisfaz a curiosidade.
As qualidades que mais gosto de encontrar nos outros é a
bondade, a sensibilidade e a inteligencia.
Quando alguém me perguntou á pouco tempo “sou assim tão
transparente?”, eu sem pensar muito bem na resposta, disse”não, eu é que sou
atento”.
E sou.
Quem convive comigo sabe que eu ao principio sou um pouco
como um animal assustado, só vou á conversa se me chamarem a ela.
Mas depressa percebem que não é por timidez, ou
desconfiança. É exactamente por ser atento, por gostar de saber o terreno que
piso, e que ele seja bem firme. Gosto de ter os pés bem assentes no chão, não
faço castelos no ar.
Numa pessoa não me interessa de onde veio, nem para onde
vai, mas o que é.
Ser superior ao ter. Mas hoje só se vive para ter, e não
para ser.
E quem sou eu para os outros?
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