quarta-feira, novembro 23


De vez em quando sou abordado por criatura que se propõem a salvar-me a “alma”.

Mas eu nem sei se a vida merece que a amem profundamente.

Ás vezes penso que ninguém entende o meu pensamento. Será que sou assim tão complicado, ou sou tão simples que não me levam a sério?



É curiosa e apaixonante a maneira como cada um vê Deus, ou têm o seu Deus pessoal. E como em nome dele, ostraciza os outros, ou castiga e até os mata.

Como me espanta sempre, e já devia estar vacinado, as coisas mais estúpidas que as pessoas dizem, como se fossem as mais verdadeiras pérolas de sabedoria.

Ás vezes dá-me vontade de içar a bandeira (não, não é essa entre os membros inferiores) branca, e dizer “rendo-me”.

Não me considero uma fortaleza, nem um gajo com carácter forte, mas tenho uma couraça que me protege, a maior parte das vezes do ódio, da mesquinhez e da estupidez alheia.

Esse muro que ergui, foi á custa dos afectos que recebo dos outros.



No fim amo os meus amigos porque sei que eles me querem bem, e mimo-os e estou sempre a acarinhá-los para que saibam que também eu lhes quero bem, e que os amo, e que estou aqui para eles, sempre, com as minhas qualidades e defeitos, com as minhas ferramentas.

Tudo o que tenho, e nada tenho, é deles.

Sem comentários: