segunda-feira, dezembro 5



Há poucos indivíduos a quem é dado contemplar as qualidades dos outros como espectadores tranquilos. Mas é difícil encontrar um que seja capaz ou tenha a vontade, ao mesmo tempo que deixar que essas pessoas lhe deem conselhos, e mais dificil aceitá-los e segui-los, escutando as suas impressões ou as palavras de outro, e de permanecer simples observador, sem querer também mudá-lo. Sem se dar conta disso, torna-se crítico, procurando mostrar a sua razão, exercer o seu humor e avaliar a sua própria pessoa.

O ingénuo fá-lo inicialmente, é certo, sem a menor intenção malévola, mas mesmo nele, as propriedades naturais do indivíduo não tardam a impôr os seus pensamentos,de pura vaidade e pedantice, desejo de ser superior aos dos outros, de tal modo que depressa estará mais a ser avaliado pelas suas fraquezas do que pelas suas qualidades.

E queremos nós censurar essas qualidades humanas?

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