As liberdades essenciais são três: liberdade de cultura,
liberdade de organização social e liberdade económica.
Pela cultura, o homem desenvolve o seu espírito crítico e
criador não se devendo impedir que transmita aos outros o que tiver aprendido
ou pensado.
Pela organização social, o homem intervém na sua vida em
sociedade, como aluno de uma escola de humanidade, tem de se educar para o
melhor.
Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para
que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar ao que
existe de mais belo e de mais amplo, nenhum homem deve ser explorado por outro
homem, ninguém deve, pela posse dos meios que permitem explorar, pôr em perigo
a liberdade dos outros. Na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma
restrição de cultura, nenhuma coacção, nenhuma falta de liberdade.
A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço
fraterno de todos.
Eu sou contra a tolerância, porque ela não basta. Tolerar a
existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco. Quando se
tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de
superioridade de um sobre o outro.
A intolerância é péssima, mas a tolerância não é tão boa
quanto parece. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem
excluídas a tolerância e a intolerância.
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