sexta-feira, fevereiro 7

Quais são as imagens que guardo de Lisboa?

O Tejo, o rio que parece um mar, e que dá a luz á cidade atravessado pelos cacilheiros e pelas pontes, ligando o Centro ao Sul.

A luz, esta luz que ilumina os azulejos das fachadas, e reflecte-se nelas, e que varia de cor conforme as estações, e que faz sobressair as calçadas a preto e branco do chão de Lisboa.

As colinas, que são mais de sete, que inventaram para a comparar com Roma, que dão variadas perspectivas e pontos de observação de e sobre a cidade. Ver Lisboa do alto é quase como nos sentirmos aves, ver uma cidade de brincar, sermos miúdos por instantes.

As cores, dos prédios, dos eléctricos, dos azulejos, dos jardins, vibrantes. Dão energia e alegram a cidade e os alfacinhas. Do azul ao amarelo, é toda uma palete de cores, um arco-íris, todo o ano.

As tradições. Desde o fado, ao Santo António, á Senhora da Saúde, ás procissões de semana santa, ás luzes de Natal, ás feiras da Ladra e da Luz, ás marchas na avenida, ás castanhas assadas no São Martinho (com sorte com água-pé), aos raminhos da quinta-feira de espiga, aos manjericos em Junho com sardinha assada e melão, ás iscas com eles e ás bifanas cheias de molho, á ginjinha no Rossio, ás noites no Bairro Alto, aos pasteis de Belém (que não são pasteis de nata), á Feira do Livro.
Lisboa tornou-se a grande capital de Portugal, mas não perdeu o seu carácter, o que a torna única no mundo.
Os Alfacinhas são cosmopolitas mas bairristas, tradicionais.

A arquitectura variada, característica, pouco monumental mas que marca pela diversidade.
Lisboa cai e ergue-se, arde e renasce das cinzas. Desde os romanos aos árabes, aos judeus, aos nórdicos, aos africanos, aos asiáticos, aos povos de leste, todos vieram enriquecer a cidade. Percorrer os bairros antigos é receber lições de história, ver os bairros novos é respirar futuro e modernidade.

O verde. Lisboa tem muitos espaços verdes, jardins, parques e um espaço florestal, o Monsanto. Dos montes estéreis fez-se um dos maiores parques florestais do mundo em cidade. O aqueduto trouxe a água que Lisboa precisava, e os jardins e os chafarizes começam a nascer na urbe.

Lisboa é linda.
Vista do outro lado do Tejo, entende-se a sua grandeza, simples, singela, bela. Como uma mulher elegante e simples, daquelas que nos cativam só de olhar.

E o Tejo namora com ela…

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