Quais são as imagens que guardo de Lisboa?
O Tejo, o rio que parece um mar, e que dá a luz á cidade
atravessado pelos cacilheiros e pelas pontes, ligando o Centro ao Sul.
A luz, esta luz que ilumina os azulejos das fachadas, e
reflecte-se nelas, e que varia de cor conforme as estações, e que faz
sobressair as calçadas a preto e branco do chão de Lisboa.
As colinas, que são mais de sete, que inventaram para a
comparar com Roma, que dão variadas perspectivas e pontos de observação de e
sobre a cidade. Ver Lisboa do alto é quase como nos sentirmos aves, ver uma
cidade de brincar, sermos miúdos por instantes.
As cores, dos prédios, dos eléctricos, dos azulejos, dos
jardins, vibrantes. Dão energia e alegram a cidade e os alfacinhas. Do azul ao
amarelo, é toda uma palete de cores, um arco-íris, todo o ano.
As tradições. Desde o fado, ao Santo António, á Senhora da
Saúde, ás procissões de semana santa, ás luzes de Natal, ás feiras da Ladra e
da Luz, ás marchas na avenida, ás castanhas assadas no São Martinho (com sorte
com água-pé), aos raminhos da quinta-feira de espiga, aos manjericos em Junho
com sardinha assada e melão, ás iscas com eles e ás bifanas cheias de molho, á
ginjinha no Rossio, ás noites no Bairro Alto, aos pasteis de Belém (que não são
pasteis de nata), á Feira do Livro.
Lisboa tornou-se a grande capital de Portugal, mas não
perdeu o seu carácter, o que a torna única no mundo.
Os Alfacinhas são cosmopolitas mas bairristas, tradicionais.
A arquitectura variada, característica, pouco monumental mas
que marca pela diversidade.
Lisboa cai e ergue-se, arde e renasce das cinzas. Desde os
romanos aos árabes, aos judeus, aos nórdicos, aos africanos, aos asiáticos, aos
povos de leste, todos vieram enriquecer a cidade. Percorrer os bairros antigos
é receber lições de história, ver os bairros novos é respirar futuro e
modernidade.
O verde. Lisboa tem muitos espaços verdes, jardins, parques
e um espaço florestal, o Monsanto. Dos montes estéreis fez-se um dos maiores
parques florestais do mundo em
cidade. O aqueduto trouxe a água que Lisboa precisava, e os
jardins e os chafarizes começam a nascer na urbe.
Lisboa é linda.
Vista do outro lado do Tejo, entende-se a sua grandeza,
simples, singela, bela. Como uma mulher elegante e simples, daquelas que nos
cativam só de olhar.
E o Tejo namora com ela…
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