Não sei se conseguia viver num mundo sem livros. Acho que me
suicidava de tédio.
Foram sempre os livros que me ajudaram em momentos de solidão,
que me ensinaram e me deram cultura, me abriram a mente e deram-me uma nova visão
do mundo.
A grande desgraça do ser humano é que está tão empenhado em
ganhar a vida, que não tem tempo para ser feliz, e muito menos para sonhar.
Os ricos podem ver a beleza pois têm a barriga cheia.
Sou um maldito porque não sou entendido. Se sou bom é demasiado,
sou lamechas ou parvo, se sou crítico sou dramático e tenho a mania. E por isso
vivo a maior parte do meu tempo em solidão.
Não sou, nem gosto de relações superficiais. Tenho sofreguidão
por pessoas, mas que é doce, nisso sou um bocado suicida, por isso lido mal
quando me sinto traído ou usado.
Tenho poucos preconceitos e recalcamentos, mas muitas
lembranças e algumas mágoas.
Mas não me peçam para não pensar, não sou um “Maria-vai-com-as-outras”,
se discordo digo-o e justifico.
Nesta coisa dos afectos sou um franco-atirador, vou sem
apoios, sem armas, mas com defesas, ver se o outro vale a pena.
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