domingo, fevereiro 23

A fábrica dos preconceitos não trabalha só nos recatos dos lares.
A sociedade e as suas instituições são o principal foco de desigualdades. A começar pelas igrejas.
O preconceito além de ser fruto da estupidez, também o é da ignorância, e se a segunda pode não ser, a estupidez é uma escolha. E só o estúpido se mantém ignorante.
E as sociedades mudam devagar, especialmente a portuguesa, como se justifica um mundo tão machista onde a maioria são mulheres, e geralmente são elas que fundam a base moral dos filhos?

Sempre tive uma visão abrangente da vida, sempre tentei, e acho que na maior parte das vezes consegui, ver os vários ângulos dos factos.
Sei que o facto de me assumir como gay, frontalmente brutal por vezes, é como ir para uma arena cheia de leões prontos para nos comerem vivos.
Mas como posso querer uma mudança de mentalidades, se eu não fizer a minha parte? Como quero ser aceite se tenho vergonha de ser como sou?
E como não sou completamente estanque vou recebendo influências dos outros.

Mas acho que vivemos gerações anormalmente felizes, depois quando caem na realidade, estatelam-se com estrondo e entram em histerismos, tudo intensamente amplificado.
Vivemos numa época muito conturbada, tanto económica como socialmente, e estes tempos são um ninho óptimo para chocar mentalidades xenófobas, racistas, homofobas, inquisidoras, fascistas, nacionalistas e todos sabemos no que isto vai dar. Os sinais estão ai e a maioria anda a olhar para o lado…

A um homem exige-se sólidas qualidades humanas, como a coragem, responsabilidade, verdade, honestidade, solidariedade, companheirismo, humanidade, bondade, generosidade e justiça.
Acusam-me de não medir as palavras, mas nunca fui prudente, esses são os calculistas, medem todos os actos, e eu nunca fui calculista.

Quando faço algo de bom não é para ninguém, estou a fazer o melhor que sei e o que acredito.

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