quarta-feira, janeiro 4


Todas as pessoas do mundo se cruzam entre si, os tempos mudam, mas só os lugares permanecem, e esperam.

Sabem como manter uma amizade?
O truque é não nos esquecermos das pessoas, dar-lhes liberdade para serem e pensarem, e no outro dia, dar-lhes a mão, estando elas desprevenidas.
Ser amigo não é ser livre, é prender as pessoas a nós, e sermos cativos delas.
Ser dependente dos amigos, em doses moderadas e generosas, é saudável, e aconselhável. Faz-nos bem. Quando aos meus amigos, pergunto por vezes: “mereço eu tanto?”
Mereço, porque neles investi horas e horas, afectos e sentimentos, que eles retribuem.
Sei que não posso ver tudo, ler tudo, amar todos, saborear todos os sabores, mas dá-me uma vontade...

É verdade que quando falo de Lisboa, os meus olhos se iluminam.
Mas isso acontece sempre que falo de algo que me apaixona. E o que faz de Lisboa, uma cidade diferente? Os seus monumentos, sim. O rio, concerteza que sim. A sua luz, é unica. As suas colinas são lindas, a sua arquitectura é surpreendente. Mas não acho que é isto que faz de Lisboa uma cidade diferente das outras...
Para mim, a alma de Lisboa são os Alfacinhas.
Essa gente castiça e liberal, generosa e alegre, esta gente de fado, de Alfama. Sobreviventes do terramoto, e da incuria daqueles que (des)governam a cidade.
Lisboa é linda, mas a sua gente não fica atrás.

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