Todas as pessoas do mundo se cruzam entre si, os tempos
mudam, mas só os lugares permanecem, e esperam.
Sabem como manter uma amizade?
O truque é não nos esquecermos das pessoas, dar-lhes
liberdade para serem e pensarem, e no outro dia, dar-lhes a mão, estando elas
desprevenidas.
Ser amigo não é ser livre, é prender as pessoas a nós, e
sermos cativos delas.
Ser dependente dos amigos, em doses moderadas e generosas, é
saudável, e aconselhável. Faz-nos bem. Quando aos meus amigos, pergunto por
vezes: “mereço eu tanto?”
Mereço, porque neles investi horas e horas, afectos e
sentimentos, que eles retribuem.
Sei que não posso ver tudo, ler tudo, amar todos, saborear
todos os sabores, mas dá-me uma vontade...
É verdade que quando falo de Lisboa, os meus olhos se
iluminam.
Mas isso acontece sempre que falo de algo que me apaixona. E
o que faz de Lisboa, uma cidade diferente? Os seus monumentos, sim. O rio,
concerteza que sim. A sua luz, é unica. As suas colinas são lindas, a sua
arquitectura é surpreendente. Mas não acho que é isto que faz de Lisboa uma
cidade diferente das outras...
Para mim, a alma de Lisboa são os Alfacinhas.
Essa gente castiça e liberal, generosa e alegre, esta gente
de fado, de Alfama. Sobreviventes do terramoto, e da incuria daqueles que (des)governam
a cidade.
Lisboa é linda, mas a sua gente não fica atrás.
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