terça-feira, janeiro 3


Embora muitas vezes não concorde com as opiniões alheias dos outros, continuo a acreditar na liberdade de expressão. Prefiro que exista do que a liberdade sem expressão. E continuo a dizer que um homem com fome e sem justiça, não é livre.

Há pessoas que me irritam pela sua inutilidade.
Estão na vida como o papel de parede está para as casas. Cobrem-nas mas tapam a beleza das paredes, são belas ou feias, mas não adiantam nada á existência dos outros.
E acredito piamente, e tento praticar, que um homem é inútil se não “tocar” a vida dos outros.
Estar disponível para o outro não é estar de “perna aberta”, mas um acto de generosidade, que como em tudo na vida, requer moderação e ponderação.

Um homem não tem de ser forçosamente um ser humano, mas um que não seja é imbecil.
Os valores humanos são para ser exercidos, na sua plenitude. Não digo que é fácil, nem é suposto ser. Viver é difícil, só assim tem mais valor um homem, tal como a vida, não se faz de facilidades, por vezes as dificuldades são o seu tempero. E nada como apimentar as coisas.
Para mim a maior tragédia do ser humano é a farsa. E como certa gentinha vive a sua farsa, e pensa sinceramente que os outros acreditam nela, e não vêem a mentira, a falsidade.
E tudo é tão fácil de decifrar, a equação é simples. Palavra diferente da acção, nada mais simples.
Estas criaturas podem enganar alguns principalmente os que vivem outras farsas. Mas as máscaras caem sempre, e a verdadeira personalidade de cada um vem sempre á tona. Pelas suas acções, nunca pelo seu discurso.
No entanto esta gente é perigosa, e por vezes causa danos nos outros, por vezes irreparáveis.
Quando se estão a afogar, agarram-se a qualquer canoa, numa tentativa desesperada de se manterem á tona, e por vezes afogam os outros neste processo.

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