terça-feira, janeiro 10


Quem me detesta não passará a adorar-me, se me ouvir explicar o meu pensamento e/ou os meus actos.
Mas eu sou um tipo decente, e por isso não tenho por eles nenhum ódio de estimação, que eles fazem questão de cultivar, e só sinto pena deles, e esperar que um dia ganhem humanidade, e se lembrem daquilo que fizeram e disseram.
Que o cuspo lhes caia em cima, e que não mordam a língua, porque senão podem morrer envenenados.
Os meus inimigos não precisam de novas armas para me difamarem, eles usam ainda as antigas. E depois é para quem me quer bem que escrevo.
E depois dá-me um gozo saber o que provoca o ódio deles em relação a mim. A inveja.

Será possível roubar memórias?
Sim é possível, ou por trauma ou por doença.
No meu caso foi por doença. Sabem aquela impressão de que estive ou vivi algo, mas que não me lembro quando e como? Quando se tem uma doença que apaga memórias da tua cabeça, parece que algo se perde de nós, pois nós somos, principalmente devemos ser presente, mas também o nosso passado.
O que eu andei para chegar onde hoje estou, foi o culminar de um percurso de vida, muitas das vezes ingrato, outras vezes de más escolhas, mas que é meu, só meu, o bom e o mau. E só o que aprendi me vai servir de armas, ferramentas para o que há-de vir.
E mais uma vez o bom e o mau.

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