sexta-feira, novembro 29

Tenho uma família grande.
Aliás tenho duas famílias grandes.

A primeira, a de sangue, é da Beira Baixa, da aldeia da Ponte de Fajão, Freguesia de Fajão, Concelho da Pampilhosa da Serra, o único do distrito de Coimbra que pertence á Beira Baixa, ali entre as serras do Açor e da Lousã.
A aldeia tem duas pontes, tal como Lisboa, a nova e a velha, sendo a velha mais nova que a nova. Tem uma pequena capela no centro, ruas estreitas onde na maioria não passam carros, só cabras e gente, embora em alguns casos sejam o mesmo.
O rio Ceira divide a aldeia, não ao meio mas em parte, algumas casas ainda são de pedra emparelhada castanha, como no Piódão, mas cada vez são menos substituídas pelas casas de emigrantes na capital. Renasce todos os Agostos com festa e dramas a rodos.

A família paterna é desta aldeia, embora a gerações mais novas já tenham nascido em Lisboa e arredores. Os pais e avós viveram do campo, as gerações seguintes da restauração. A muitos não lhes tiraram o interior rural deles, alguns filhos seguiram-lhes as pisadas. É extensa.
A família materna é mais pequena, mas igualmente numerosa, e é de uma aldeia a 2 km chamada de Gralhas numa encosta da serra do Açor, rodeada de pinhal.
Actualmente toda esta família é desconhecida para mim…

A minha outra família também é numerosa, mas não nos une laços de sangue, foi fruto de escolhas, minhas e deles, algumas fáceis e outras batalhas que tive de travar, e que travaram pelo meu afecto.
Tenho a da ILGA, a dos Dark Horses e os outros avulsos.

Estes estão presentes e conheço-os a todos, são eles que me ajudam a suportar as filhiçes da putisse da vida e os filhos da puta que vivem nela a infernizar a minha e a dos outros.

quarta-feira, novembro 27

Sempre tive uma boa relação com as bebidas alcoólicas.
Quando era miúdo só me deixavam beber um Triple Seco no Natal. Ao contrário de alguns primos meus, inclusive dois criados nos arredores de Lisboa, nunca bebi sopas de cavalo cansado.
Experimentei o vinho apenas na aldeia de meus pais, sem conhecimento de minha mãe, mas foi o tinto que nunca gostei.
Aos 18 anos, quando foi corrido de casa dos meus pais, comecei a beber vinho branco, na altura misturado com gasosa, ou seja dava cabo do vinho.
Comecei com os alentejanos, mais frutados e doces, depois comecei a gostar de outras regiões, hoje pouco vinho alentejano bebo.
Aprendi a apreciar uma boa bebida alcoólica e até passei á uns anos a gostar de cerveja, que não bebia.
Como nunca me embebedo, tenho uma relação de qualidade/quantidade que me permite desfrutar de uma boa bebida, sem depois passar pelo efeito da ressaca.
Não gosto de excessos…

A relação com o tabaco foi sol de pouca dura, foi mais uma influência dos meus colegas de liceu, fumei uns meses, e depois tomei juízo, percebi os malefícios que fazia e o dinheiro mal gasto, e sempre tive medo de adições.

Quanto a drogas, dei uma vez uma passa num charro, por insistência de um gajo com quem tive um flirt, mas ficou por ai, as drogas sempre me assustaram e sou contra.
Acho que gosto de ter controlo sobre a minha mente e os meus actos.

Por isso coisas que me prendam não, prender-me só as emoções. 

terça-feira, novembro 26

Porque raio certas pessoas insistem em dar-nos detalhes das suas actividades menos apelativas aos sentidos?
Porque raio tenho de saber quantas vezes vão á retrete por dia e a má qualidade do ar que provocam no meio ambiente?
Porque tenho de ter visões das pessoas a meter o dedo no segundo canal para provocar o mesmo efeito que a Sónia Brazão provocou na sua cozinha?
Eu não liberto gases á frente das pessoas, nem me ponho a arrotar ou a tirar símios das fossas nasais!

Desculpem lá meus amigos, mas o facto de gostar muito de vocês, isso não se estende aos vossos odores menos agradáveis ao meu olfacto, nem vos dá direito a me brindarem com o vosso rio Trancão.
Ah e quem disse que é romântico ver uma pessoa a cagar de porta aberta? Ou pior a limpar o rabo? Foi a Tia Bobone, foi?
Pensam que a vossa merda cheira a rosas? Ou ao novo perfume da Gucci?
E espremerem borbulhas e pontos negros é romântico? Não querem antes espremer os vossos tomatinhos (alguns cerejas). Aposto que se vão divertir mais…

E já agora para não fugir do assunto.

Acham que o cheiro do vosso sovaquinho é Chanel Nº 5? Eu sei que há gente que sua que nem a barragem do Alqueva, mas existem roll-ons muito baratinhos e eficazes; ou pensam que quando nasceram forma mergulhados numa essência de baunilha aromatizada, e não precisam de tomar banhinho?

segunda-feira, novembro 25

O provincianismo.
Nada pior do que o provincianismo.

Um labrego a armar-se em citadino é um triste espectáculo.
Mas qual é o complexo de inferioridade em se ter nascido fora da capital?
É algum estigma?
E os provincianos de Lisboa? Acham que Portugal é Lisboa e o resto paisagem? Que só são cultos os que vivem na capital?

Lisboa é apenas a capital deste belo país, o que já de si é muito, mas o que seria Lisboa sem o resto do país!
E depois que raio de mania esta de fazerem comparações? As entre Lisboa e o Porto são clássicas e disparatadas, e sempre infelizes. Como se pode comparar As Valquírias do Wagner com o Mosteiro de Alcobaça? Não se pode, são coisas diferentes e igualmente belas.
Depois as comparações com o “lá de fora”… Lá de fora de onde? Do Cérbero atrofiado deles? E nisto de provincianismo há para todos os gostos. È como ir á secção de iogurtes de um hipermercado.

Cada um é do lugar onde nasceu, e onde cresceu, os lugares influenciam as pessoas, como a sua cultura.
Eu adoro chanfana, queijo de cabra, enchidos e castanhas porque passei os meus verões de infância na serra do Açor e da Lousã, adoro montanhas e rios pela mesma razão. Sou cosmopolita, gosto de sardinhas assadas, do santo António, de fado, de ginjinha, de pastéis de Belém, de eléctricos porque nasci e fui criado em Lisboa.
Mas também gosto de francesinhas e rojões com tripa enfarinhada, e da torre dos Clérigos, dumas boas migas alentejanas, dum queijo da serra e do rabaçal, duma posta á mirandesa, da sé de Coimbra, do porco perto alentejano, e muito mais…

Renegar a nossa cultura, tanto a portuguesa como a da nossa localidade, é renegar-nos a nós mesmos. Se se têm sotaque que se o fale, e se assuma com orgulho.
Eu amo a minha cidade, mas também o meu pais, o meu povo, a minha cultura, a minha língua.

Isto não é o Vaticano.

sexta-feira, novembro 22

Uma das más recordações que tenho da minha infância, é a de assistir a uma matança do porco.
Devia ter uns 5 anos, lembra-me que ainda não andava na escola.

O ritual era feito em frente á capela da aldeia, por baixo dum telheiro onde o porco foi pendurado.
Eles sentem o perigo, por isso o bicho começou a guinchar (percebi a expressão guinchar que nem um porco), já isso era aflitivo. Depois espetaram-lhe a faca no pescoço e ao ver o sangue a jorrar em golfadas, foi demais para mim, corri para longe, e miúdo, fui chorar em cima da Ponte Nova.

Não condeno o acto, mas nunca convivi bem com o ritual. Menino da cidade.
Nas minhas férias de verão na aldeia de meu pai, sempre tive contacto directo com os animais, e com a sua morte para servir de alimento.
Ajudava no campo como os meus primos, que nunca fui de ficar quieto a ver os outros a trabalhar, e convivi com galinhas, porcos, cabras (essas ainda continuo a conviver), coelhos, bem como os selvagens, sapos (que apanhava á noite, ás vezes apanho com cada um…), lobos, javalis, cobras, águias, enguias, peixes de rio, e toda a fauna das Serras do Açor e Lousã.
Hoje muitos destes animais já são difíceis de encontrar.

Um dos episódios que me marcou foi numa altura de festa na aldeia, penso que no verão, pela quantidade de família presente. Estávamos a jogar cartas numas das escadas que davam acesso á casa de uma tia-avó, quando uma galinha sem cabeça passa por cima do jogo, e se estatela no meio da rua, depois de saltar os degraus e correr pelo longo corredor, que atravessava a casa, vinda de um pátio do lado oposto.

Outra das cenas deliciosas que assisti várias vezes foi a de ver os cabritos aos saltos, aquando da chegada dos rebanhos ao curral, pois eles não iam pastar á serra junto com os adultos. Saltavam com as quatro patas ao mesmo tempo, parecendo ter molas, numa histeria colectiva por cima de muros e telhados.
Eu ia com o meu tio Armando guardar as cabras para a serra da Lousã.
Cabras são bichos danados que comem tudo o que apanham (eu avisei), e por isso o leite de cabra, que bebi aos litros, e adoro é muito saudável e rico em proteínas.
Os queijos que as minhas tias faziam, uns frescos, outros semi duros, eram deliciosos. Os da minha Tia Jesus, que a minha mãe e meu irmão diziam ser porca (uma mulher que sempre vi a cada limpa, ao contrario de minha mãe, e que trabalhava no campo), mas que os comiam, inclusive os que a minha tia dava para me entregarem, eram os de pasta mole. Os da minha tia Irene eram os frescos, enormes, e que não davam a comer aos meninos de Lisboa, um dia eu, o meu irmão e duas minhas primas atacamos um inteiro e foi um ver-se-te-avias. A minha tia ficou satisfeita e acabou-se o queijinho flamengo para os sobrinhos.


Cumpre-me como cidadão votante e patriota falar sobre os “incidentes” da manifestação das polícias, ontem na assembleia da república.

Lembro que estes mesmos polícias são os que evacuam as galerias da assembleia da república quando o povo, aquele que os alimenta com os seus impostos, se manifesta. Que são os mesmos que batem no povo quando este se manifesta nas mesmas escadarias, e na mesma situação que eles. São os mesmos que defendem e protegem os políticos e os ricos contra nós, os pobres.

Isto só prova de que lado estão os policias e os militares, cada vez mais desacreditados, apenas se importando em manter os seus privilégios e mordomias, também esta gente se está cagando para o povo, e só se lembra que é igual a nós quando sofre as mesmas agruras, mas que se esquece rapidamente quando leva um chupa-chupa dos poderosos, e se vira logo contra o povo.
E só prova que uns têm o direito a tomar conta das escadarias de um edifício que é pago, principescamente, pelo povo, e outros, os que pagam, a maioria, não.
Quero ver se hoje o povo fosse invadir as escadarias do parlamento, se a policia tinha a mesma atitude que teve ontem…

Eu fui militar, e sei o tipo de mentalidade que reina nas hostes.
Os políticos, a começar pelo presidente e acabando no ministro da administração interna não dizem nada, cobardemente como sempre, agora vão satisfazer as exigências das policias, eles vão ficar fora dos sacrifícios que nos obrigam a ter, e vão ter outra vez as “forças da ordem” a bater-nos e a prender-nos por querermos a liberdade e a dignidade que temos direito.

Agora não me peçam para respeitar as “forças da ordem” por esta desordem a que chegamos.

quinta-feira, novembro 21

Pedir desculpa.
Porque será tão difícil fazê-lo?

Já o fiz várias vezes na vida, algumas até sem ter culpa, e não o faço mais porque não é meu hábito magoar as pessoas, nem sou indiferente aos sentimentos alheios.
Parece que pedir desculpa por causa de um erro, é algo censurável, que demonstra fraqueza por parte de quem o faz.
Pedir desculpa é ter coragem. Desde quando coragem é fraqueza?

Se errar é humano, pedir e aceitar desculpas também.
E não pensem que basta aceitar umas desculpas para ser perdoado. Digo-vos que enquanto alguém não esquecer uma ofensa, não desculpou.
Portanto aceitar as desculpas e perdoar são duas coisas diferentes, não confundam.
Há coisas na vida que eu não perdoou, não tenho forças para o fazer. Se algo ainda me magoa, ou nos danificou permanentemente, como podemos perdoar?

Eu sou humano, e digo que mais depressa perdoei o meu cão por me ter rasgado uma mão (e que me deixou uma cicatriz), do que certas palavras e actos de algumas pessoas.
Também em mim não perdoou certas coisas

quarta-feira, novembro 20

Quem me conhece sabe que não gosto de levar porrada.
Sadismo e masoquismo não são a minha praia.

Respeito quem gosta, mas darem-me umas nalgadas, chapadas ou torcerem-me os mamilos, é uma candidatura certa a um murro no focinho, ou uma via verde para as minhas manápulas no pescoço alheio.
Porrada levei eu muita em miúdo nas mãos de minha mãe, e fiquei de barriguinha cheia. E os meus mamilos não são botões para sintonizar ondas radiofónicas, lá uns beijinhos e chupadelas meiguinhas, vá!
Já dei nalgadas, apertei e mordi, mas a pedido. Também já fiz outras coisas que não quero que me façam a mim, mas que deu prazer aos meus parceiros. Isto numa relação sexual deve estabelecer-se regras, e principalmente deve-se dizer quando não se está confortável, o que se quer e o que não se quer experimentar.
Não digo que façam uma lista antes, mas durante se algo não é do agrado de um dos parceiros deve-se dizer, educadamente, não.

Também o bondage está longe das minhas preferências, não me excitam couros, fardas, nem apetrechos, coirões já me bastam os que tenho de aturar.
Vejo tanta gente de aspecto tão saudável com cada tara que até dá dó.

Para mim o melhor cheiro, e o melhor objecto de prazer sexual, é outro homem lavadinho, não me enojam os fluidos próprios, nem do corpo alheio, mas higiene é bom e faz bem á saúde, e para os sujar tou cá eu.

terça-feira, novembro 19

Loiros ou morenas?
A pergunta fatal numa conversa entre dois machões.
E os gays?
Serão os gays mais permissivos neste aspecto? Tudo o que vem á rede é peixe (como imaginam os heteros que nós pensamos?).

No meu caso até gosto mais de morenos, a minha primeira vez até foi com um loiro de olho azul, e o meu ex é outro loiro de olho azul, e durou 17 anos.
Mas eu pessoalmente gosto mais de morenos, e robustos, gente magra não me atrai muito.
Mas nem nos gays tudo serve, existem gostos e preferências para tudo, como nos heteros
Claro que existem aqueles que como os heteros, que não podem ver um bom par de mamas que serve logo, aqueles que o tamanho é que conta.
Claro que micros pénis nunca fizeram bem a ninguém, nem defuntos. O tamanho nunca valeu uma boa foda. È como um homem musculado e/ou com pénis de meio metro, se depois não funciona?

Depois gosto de homem masculino, respeito quem goste do contrário, quem sou eu para dizer o que os outros devem gostar. E falando nisso, nunca pensei que pelo facto de ser homem, de ser um gay masculino, fosse ser alvo de preconceito na comunidade gay.
Ah pois é verdade!
Sou vitima de preconceitos e assusto os heteros porque sou muito (ou mais) masculino do que eles, e os gays mais femininos acham que sou assim porque ando num armário, eu que nem gosto de ir ao IKEA.
Meus amigos eu com 10 anos sabia que não gostava de miúdas, aos 12 soube que era gay, aos 14 começei a fazer sexo como se não houvesse amanhã, e ainda não parei, e aos 18 assumi-me. E isto em 1986, há 27 anos, e nunca tive namorada para disfarçar, nem para contrariar a minha orientação sexual, que sempre foi assumida e praticada.
Sou masculino porque sou assim, é assim que sou feliz e me sinto confortável e realizado.

Se eu tenho de aceitar as paneleiriçes e mariquisses dos outros não admito autoridade moral para me criticarem por eu me sentir bem na minha masculinidade.
Adoro mulheres mas não quero ser uma.

Até a maioria delas são mais homens que muita bicha.

sexta-feira, novembro 15

Orgias, um fetiche recorrente na cabeça de muitos.
Há quem só se sinta confortável num sexo a dois, outros admitem a três, outros troca de casais, o chamado swing(?). Mas as orgias são vistas mesmo por muitas almas liberais como uma depravação sexual.
Confesso que não sou virgem nestas coisas, não que tenha sido muitas as vezes em que participei em tais, e mais não foram por escolha pessoal. Nem tudo ou todos me servem.
Mas uma orgia assusta muitos. Eu nem vos digo o numero mais gordo…

A poligamia é outro assunto tabu. Na comunidade gay existem vários casos, mas não é tão comum como se diz, nem tão incomum na comunidade hetero como hipocritamente se quer fazer crer.
Nunca tive uma relação poligâmica mas não vejo que seja algo de condenável. Apenas penso que se tem de ter a cabeça bem feita para se aceitar tal, e gerir. E mesmo dentro da poligamia existem várias realidades.

Já o sexo com desconhecidos é mais usual e tolerado, especialmente se não forem casados. É excitante, uma fantasia recorrente tanto em homens como em mulheres.
Esta ideia de promiscuidade nos gays é uma treta que alguns heteros tentam fazer passar, por causa dos conceitos morais a que estão presos, por causas diversas, que agora não me apetece estar a montar, todos sabemos quais são.
Os homens heteros, na sua maioria, e as mulheres numa boa parte, desejam sexo fora do casamento, mas como vivem em relações estereotipadas e conceitos de moral castradora, que segundo muitos protege os “valores sagrados da família”, os inibe de praticar o sexo fora do casamento, e a maioria fá-lo em segredo.

E agora com a internet, o sexo virtual substitui o carnal, o táctil, pois o maior órgão sexual do ser humano não se vê pelo menos a olho nu, é o cérebro.

quarta-feira, novembro 13

Masturbação, antes só que mal acompanhado?

Engraçado (ou talvez não), se pensarmos que a masturbação era um acto condenado pelas sociedades no princípio e até meio do século passado. Algumas religiões ainda a condenam.
O mesmo se passa com a sodomia (se não sabem o que é aproveitem estes segundos e vão ver no Google).
Ainda é por muitos visto como actos relacionados com a sexualidade (ou depravação segundo os homofobos) dos gays, portanto contra-natura, mal eles sabem que há gays que não gostam de fazer sexo oral, nem anal.

A igreja e certa direita defensora dos valores morais superiores patriarcais da família tradicional, continuam a considerar o sexo só para procriação, ou seja desprovido de prazer, como os animais, ou seja pénis com vagina.
Como o sexo entre dois homens não tem vagina envolvida, ou duas mulheres não têm pénis no meio, somos pecadores e imorais.
Para mim privar alguém do prazer do sexo é que é imoral.
Na catequese, e nos discursos que o padre das aulas de religião e moral, era ensinado que era um pecado ter prazer no sexo. Uns deixam-se vencer pelo medo, eu não.
Também foi na escola que aprendi o prazer da ejaculação, o anal e o oral vieram depois. Ambos foram descobertos com um amigo do meu irmão (descansem alminhas que a criatura tinha a mesma idade que eu, o meu irmão só tem mais 368 dias).
Como ele sabia pouco mais que eu da coisa, foi tudo atabalhoado, infeliz e doloroso. Mas também não durou muito, ele era um hetero á descoberta, e eu um gay sem armário.


O problema é que muitos preferem a masturbação, e o sexo virtual, ao contacto físico e intimidade sexual com os outros.

segunda-feira, novembro 11

É verdade que desde miúdo sempre me atraíram os homens maduros, mas nunca gostei de paizinhos.
Sou muito independente e gosto de ser eu a controlar a minha vida. Nunca gostei de ser sustentado, comecei a trabalhar aos 14 anos, idade legal nessa altura, num armazém de móveis, a levar com pesos nas costas. Comecei no duro, Era preciso ganhar dinheiro em casa, e aqui o paneleiro era inferior, mas o dinheiro que ganhava já servia, era entregue todo, sem eu sequer ter dinheiro para compra um bolo se tivesse fome.

Ainda hoje não gosto que me ofereçam coisas caras.
Também não gosto de adições, por gostar d éter o controle sobre os meus actos e a cabeça bem desperta. A mim não me vêm bêbado, gosto de sabre o que faço, onde e com quem. E depois não nasci para ser sustentado, vivi sempre do meu trabalho, e a ideia de ser controlado por alguém faz-me urticária. Nunca me envolveria com ninguém por dinheiro, conforto ou segurança.
Estar numa relação a não ser por amor e respeito é para mim algo contra-natura.
Nem no sexo gosto de ser dominado, nem de dominar. Para mim o sexo é algo que ambos devem desfrutar, sem jogos de poder ou submissão.
Vencido talvez, submisso nunca.


domingo, novembro 10

Adoro mulheres
Três delas formaram-me como homem.
Mas nunca as vi como objectos sexuais, nem nunca tive desejo por elas.
A única miúda que beijei na vida foi por causa de uma aposta de colegas de escola, e ela tinha mais bigode que o Freedie Mercury.

Quando os hetero sabem da minha homossexualidade, muitos me perguntam, ingenuamente, se experimentei com mulheres e não gostei, e depois “virei-me” para os homens.
Como se ser gay fosse uma escolha…
Nunca fui sexo com uma mulher, nem nunca o fantasiei, nem com um casal hetero, o que acontece com alguns gays. Se houvesse uma mulher no meio da cama, eu sairia logo de cena.
Por isso nunca seduzi homens hetero, nem quero converter nenhum em gay, como também não quero que me convertam.

As mulheres para mim são companheiras espirituosas, sejam hetero ou lésbicas.
Ao contrário do que muitos hetero e os homofobos pensam, um gay não é necessariamente um gajo que quer ser mulher. Não me sinto atraído por um bom par de mamas, nem quero umas para mim, nem no meu corpo, nem no alheio.
Segundo os gays sou um puro. Nunca senti que devia esconder a minha orientação sexual numa relação de obrigação camuflada com uma mulher.
O mais engraçado que agora, mais maduro, sou assediado por mulheres e por vezes demasiado jovens.
Mas para elas serei sempre, apenas um companheiro, uma amigo e confidente. E nunca lhes roubarei os homens, como o não faria a amigos gays, por mais giros que sejam.


Outra coisa que baralha as pessoas é a minha frontalidade como falo de mim como homossexual, conscientemente, para desmitificar preconceitos, o que só acontece conhecendo-se a verdade.  

quinta-feira, novembro 7

O que eu já aprendi ao longo destes 32 anos. Descobri que era diferente aos 10 anos, aos 12 anos soube que era gay, e aos 14 tive a certeza.
A primeira vez é sempre um pouco desastrada.
A minha foi com o melhor amigo do meu irmão. Eu nunca fiz qualquer investida á criatura, era demasiado tímido, e ele tinha um comportamento típico de jovem hetero, até tinha andado a namoriscar uma prima minha.
Digamos que foi inesperado e doloroso, coisas de miúdos de 14 anos.

A primeira vez pode ser assustadora, e a dor não agrada á maioria, e como eu muitos não gostam de associar a dor ao sexo.
Não tenho medo da dor, mas não a associo a prazer. Já treinei rugby com uma cólica renal (verdade que não sabia que o era, associei a alguma pancada que tivesse levado), por isso suporto a dor física.

Mas tive bons “professores” que me ensinaram como tirar prazer do sexo sem magoar.
Compreendo quem goste de umas boas palmadas mas eu dispenso, e querem bater? Vão bater na vossa família.
Aprendi que o sexo é para meu prazer, e que o meu prazer é também dos meus parceiros terem igual prazer, aliás perco o entusiasmo se o meu parceiro não tiver prazer também.

Coisas…

quarta-feira, novembro 6

Era novo quando vi o meu primeiro espectáculo de travestis.
Só mais tarde descobri a prostituição de travestis e transexuais, e os que vivem entre os dois mundos.

Há quem lhe chame o terceiro sexo, ou o sexo indefinido.
Pouco me importa o que lhe chamem, para mim são seres humanos.
Recordo-me a primeira vez que fui a um bar de travestis/transexuais, o extinto RockandBall, por baixo do Trumps (entrava-se pela porta ao lado). Ambiente pesado “faca na liga”, fiquei com uma má impressão.
Mais tarde, quando comecei a fazer voluntariado na ILGA. Fui fazer brigada do preservativo na zona do Conde Redondo, onde a população transgénera se prostitui.
Confesso que a primeira vez não ia confortável, mas pensei que se os outros o faziam, eu também era capaz.
Fez-me abrir os olhos para um universo quase desconhecido para mim, ouvir e falar com ela(e)s fez-me entender o percurso, a vivência, os problemas, a realidade, as relações entre a comunidade, muitas vidas sofridas, mas também muito amor e humanidade.
E foi uma aprendizagem, porque a ignorância é a base de todos os preconceitos, fiquei mais sábio, um melhor ser humano.

Não sinto qualquer atracão pelo feminino, mas isso não quer dizer que não respeite.

Como sempre o exageros são despropositados, em tudo, e em todo o lado há gente boa e má, tonta e ajuizada.

terça-feira, novembro 5

Há pessoas que acham certas profissões atraentes, ou pelas indumentárias ou pelo que representam.
Eu nunca tive fetiche por fardas, e muito menos, depois de ter sido militar.
Acho que um homem ou é bonito ou não o é, o que veste e como se veste pode melhorar (ou piorar) a aparência tal como o sabão.

Os militares e os polícias estão no topo dos fetiches por fardas/profissões, são sinónimo de poder, força e coragem. Claro que aquelas calças elásticas dos GNR fazem maravilhas á vista, mas se não houver nada que “encha” a farda, pouco importa.
Os bombeiros também são alvo de libido sexual de muitos. Se aos policias querem que os prendam, aos bombeiros querem segurar-lhes na mangueira, de preferência com um jacto potente e com um grande canhão de água.

Os médicos também são alvo-fetiche, eles querem levar com a seringa do doutor no rabiosque, ou que eles lhe enfiem o termómetro pela goela abaixo, ou então que lhes faça um exame de próstata.
Já aos personal-trainers querem que eles os deixem brincar coma s bolas e os pesos, que lhes estiquem e alonguem, pegar nas barras, e que os façam suar muito.

Aos já citados policias querem que os prensam, que lhes ponham as algemas, que lhes façam torturas, e que lhes obriguem a confessar tudo, com o cassetete incluído.
Quanto aos militares exigem-lhes  que tragam o arsenal pesado todo, que os bombardeiem  com o pesado canhão, com artilharia grande e potente bazuca, e que lhes rebentem a porta traseira toda.

Já os professores querem que lhes dêem reguadas (e não nas mãos), que os obriguem a ficar a fazer trabalhos de casa depois das aulas, que lhes dêem com o ponteiro, e os obriguem a beber o leitinho escolar que faz bem aos ossos, gostas de ir ao castigo, e adoram fazer orais.
Já aos nadadores-salvadores, querem ser afogados e depois que lhes façam respiração boca-a-boca.
Aos marinheiros querem que lhes dêem com o contra-torpedeiro, ou com o submarino pelas costas, mesmo com o risco de ficar encalhado em alguma fossa, e aos pescadores que lhes dêem com o arpão nos costados até ficarem sem ar, e que venham para terra com boas sardas.
Já quando vão ao talho pedem sempre ao homem um bom naco de carne, ou um bom enchido ou morcela.


E a lista continua…

sábado, novembro 2

O incesto é uma coisa que me perturba. Até posso compreender que dois seres da mesma família possam estar atraídos um pelo outro, ou mesmo sentir amor.
Nunca o senti por isso não sei dizer o que faria em tal situação.
Sei que não escolhemos quem amamos, por mais que queiramos contrair, o coração e a mente prega-nos tantas partidas.
Penso que será um fetiche para muitos, e realmente não sou moralista ao ponto de os querer atirar para uma fogueira.

Já a pedofilia repugna-me, acho uma doença do foro psiquiátrico, sei que para muitos é uma luta entre o desejo sexual e a moral, e que não é fácil procurar ajuda, pela carga moralista negativa que acarreta tal comportamento. É um assunto difícil e complicado de ser falado e tratado, mas deve ser visto por este prisma.
Eu como não sinto atracção por menores de 30 anos (contam-se as excepções que passaram pelo meu carnet)

Já a atracção por avozinhos depende do idoso (lol), um bem conservado e charmoso até que é bem-vindo, desde que não adormeça a meio, ou lhe caia a dentadura na bebida (já nem falo de incontinências).

Nunca tive qualquer envolvimento com um familiar (por mais primo afastado que fosse), com colegas de trabalho, no serviço militar ou na escola. Gosto de separar águas.
O sexo deve ser sempre consentido, nunca obrigado, por isso acho qualquer perafilia contra-natura. E se já fui assediado por miúdos, mas sempre rechacei as tentativas, nem nunca vi filmes do Bel-Ami. Há quem goste deles tenrinhos, eu só os bifes de vaca.

Embora tenha boas mamas (a avaliar por uma que me disse que eu não devia usar t-shirts com o peito que tenho, e não, não estão descaídas e não são de silicone, LOL), mas não dou mama a miúdos, nem desmamo adolescentes!