Era novo quando vi o meu primeiro espectáculo de travestis.
Só mais tarde descobri a prostituição de travestis e
transexuais, e os que vivem entre os dois mundos.
Há quem lhe chame o terceiro sexo, ou o sexo indefinido.
Pouco me importa o que lhe chamem, para mim são seres
humanos.
Recordo-me a primeira vez que fui a um bar de
travestis/transexuais, o extinto RockandBall, por baixo do Trumps (entrava-se
pela porta ao lado). Ambiente pesado “faca na liga”, fiquei com uma má impressão.
Mais tarde, quando comecei a fazer voluntariado na ILGA. Fui
fazer brigada do preservativo na zona do Conde Redondo, onde a população transgénera
se prostitui.
Confesso que a primeira vez não ia confortável, mas pensei
que se os outros o faziam, eu também era capaz.
Fez-me abrir os olhos para um universo quase desconhecido
para mim, ouvir e falar com ela(e)s fez-me entender o percurso, a vivência, os
problemas, a realidade, as relações entre a comunidade, muitas vidas sofridas,
mas também muito amor e humanidade.
E foi uma aprendizagem, porque a ignorância é a base de
todos os preconceitos, fiquei mais sábio, um melhor ser humano.
Não sinto qualquer atracão pelo feminino, mas isso não quer
dizer que não respeite.
Como sempre o exageros são despropositados, em tudo, e em
todo o lado há gente boa e má, tonta e ajuizada.
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