Tenho uma família grande.
Aliás tenho duas famílias grandes.
A primeira, a de sangue, é da Beira Baixa, da aldeia da
Ponte de Fajão, Freguesia de Fajão, Concelho da Pampilhosa da Serra, o único do
distrito de Coimbra que pertence á Beira Baixa, ali entre as serras do Açor e
da Lousã.
A aldeia tem duas pontes, tal como Lisboa, a nova e a velha,
sendo a velha mais nova que a nova. Tem uma pequena capela no centro, ruas
estreitas onde na maioria não passam carros, só cabras e gente, embora em
alguns casos sejam o mesmo.
O rio Ceira divide a aldeia, não ao meio mas em parte,
algumas casas ainda são de pedra emparelhada castanha, como no Piódão, mas cada
vez são menos substituídas pelas casas de emigrantes na capital. Renasce todos
os Agostos com festa e dramas a rodos.
A família paterna é desta aldeia, embora a gerações mais
novas já tenham nascido em Lisboa e arredores. Os pais e avós viveram do campo,
as gerações seguintes da restauração. A muitos não lhes tiraram o interior
rural deles, alguns filhos seguiram-lhes as pisadas. É extensa.
A família materna é mais pequena, mas igualmente numerosa, e
é de uma aldeia a 2 km
chamada de Gralhas numa encosta da serra do Açor, rodeada de pinhal.
Actualmente toda esta família é desconhecida para mim…
A minha outra família também é numerosa, mas não nos une
laços de sangue, foi fruto de escolhas, minhas e deles, algumas fáceis e outras
batalhas que tive de travar, e que travaram pelo meu afecto.
Tenho a da ILGA, a dos Dark Horses e os outros avulsos.
Estes estão presentes e conheço-os a todos, são eles que me
ajudam a suportar as filhiçes da putisse da vida e os filhos da puta que vivem nela
a infernizar a minha e a dos outros.