A minha opinião sobre as eleições autárquicas.
Os ganhadores destas eleições: PS, CDU, CDS e as candidaturas independentes
Os perdedores: PSD, BE e demais pequenos partidos
Pode-se dizer que as eleições podem ter tido um reflexo nacional de penalização á politica do actual governo, mas existem casos em que isso não aconteceu.
Em muitos concelhos votou-se naqueles que pareciam a melhor solução, noutros foi no partido, e em alguns foi no líder da lista.
Mas também perdeu a democracia, pelo exagerado nível de abstenção (tamos a falar de poder local, aquele que gere mais de perto as nossas vidas, carago!).
Um dos fenómenos das limitações de mandato, foi de que câmaras que detinham o poder do mesmo partido á décadas mudaram de mãos. Isto ou quer dizer que realmente há medo ou que há lideres que são carismáticos.
E a demora em aparecerem resultados também foi uma derrota…
Mas os partidos tremeram ao verem as listas de candidatos independentes vencerem mais de uma dezena de municípios e a conquistarem muitos mais mandatos. Até ouvi um dirigente do PSD a bradar que os partidos são essenciais á democracia. A esta democracia?
O PS ganhou definitivamente as eleições autárquicas de 2013, maior número de municípios, maior número de votos, maior número de mandatos.
Qualquer tentativa de minimizar este facto só se pode considerar ridícula e vinda de pessoas ressabiadas com dificuldade em assumir a realidade.
Se Seguro saiu reforçado, duvido, mas que será mais difícil de substituir, concordo.
O PSD perdeu em toda a linha, embora se possa congratular por Braga, Guarda e Faro, mas pode ficar-se por aqui.
Alberto João perdeu em todas as frentes, embora não o vá admitir, tal como as lapas, só irá sair do poder á faca.
Seara, Menezes, Moita Flores foram um dos muitos derrotados, mais aquele inenarrável candidato a Gaia pelo PSD (que até me escuso de mencionar o nome para evitar urticárias).
Um facto curioso é que se o PSD tivesse concorrido sozinho a todos os municípios, o descalabro teria sido maior.
Também é verdade que o PSD não perdeu em força para o PS as câmaras que detinha, o que é usado para diminuir a vitória do PS, mas a derrota monumental do PSD é evidente.
Curioso o facto do PSD vencer a câmara de Pampilhosa da Serra com 83,12% dos votos, o novo Cavaquistão.
A CDU recupera quase todas as câmaras que detinha em 2005, inclusive Évora e Beja e até Loures (para o inenarrável Bernardino Soares), e torna-se de novo a grande força autárquica a sul do Tejo.
O CDS apresenta-se como um vencedor por ter conquistado mais câmaras do que em 2009, mas diminui a votação a nível nacional. Paulo Portas é useiro e vezeiro em transformar derrotas em vitórias e esta noite foi mais do mesmo, e usou como grande vitória a candidato independente do FCP ao Porto como uma grande conquista.
O BE perde a única câmara que detinha (Salvaterra de Magos), mas mantém o nível de votação e o aumenta o de mandatos, mesmo sem ganhar autarquias.
As candidaturas independentes vencem em toda a linha, embora haja situações patéticas, como a de Oeiras, onde se considera um autarca preso por corrupção como modelo e se grite o nome dele em plenos pulmões, por uma criatura que deitava suor por todos os lados, e uma candidatura feita pelo FCP a vencer no Porto.
A abstenção foi brutal (eles preferem votar na Casa dos Segredos), mas existe um concelho que teve 18,61% de abstenção, Arronches. Aliás o distrito de Portalegre foi o que menor taxa de abstenção teve (36,86%).
No oposto esteve o distrito de Setúbal com 58,32%, com Almada a registar a maior abstenção a nível concelhio com 59,73%.
Em 2017 há mais…
segunda-feira, setembro 30
domingo, setembro 29
Fui ontem á festa da ILGA REMIX e emocionei-me
Não porque fosse uma coisa triste, mas exactamente pelo
oposto.
Como meu hábito, tenho esta mania de por vezes me afastar do
mundo á minha volta e olhar para os outros, como se fosse um ser invisível,
algo esotérico, e observar.
E o que vi foi gente linda, uns mais próximos de mim do que
outros, mas gente boa, feliz, divertida, que gosta de partilhar a sua energia e
ser generosa por que dá aos outros.
Faz 4 anos que fui levado para a ILGA para fazer
voluntariado na Brigada do Preservativo no Conde Redondo.
Não sabia eu que iria mudar a minha vida para melhor, que
iria ali conhecer os meus melhores amigos, e que hoje estaria a jogar rugby, a
ser carinhosamente bem tratado por tanta gente maravilhosa que me aceitou na
sua vida.
Também vi gente que, tal como eu, se transformou em seres
melhores, mais seguros de si, mais generosos e bondosos, e gente que está a dar
os primeiros passos neste projecto.
Por mim vejo-os como minha família, pois a família são
aqueles que nos amam e nos protegem.
Não sei o que pensam de mim, mas sei aquilo que quero. E
quero fazer o que está certo, e sinto isso na ILGA, apesar de diferenças que
existem, e são benéficas, entre nós, somos um todo, somos ILGA, somos a família
ILGA. E o meu coração tem um grande bocado ILGA, bate por ela, defende-a com
unhas e dentes, como um grande bocado é DARK HORSES, e porque isto tudo faz de
mim um homem melhor.
A todos os meus companheiros, de ILGA e DARK, o meu muito
obrigado, por fazerem de mim um ser humano mais completo, por me fazerem
evoluir, pelos desafios, pela alegria que me dão em viver.
Enquanto tiver forças estarei nas lutas, dentro e fora,
completo, sempre.
E acreditem que terão sempre em mim um amigo, um irmão, um
confidente, um abrigo, um amparo, um ombro para chorar, um abraço apertado, uma
palavra reconfortante, um conselho mais ou menos sábio, um homem.
sexta-feira, setembro 27
Nunca me senti dentro de nenhum armário.
Aos 10 anos soube que era diferente, aos 12 sabia que era
homossexual, aos 14 provei o fruto proibido, e nunca mais parei.
Os revolucionários anos 70, e os liberais anos 80, não o
foram para os gays. Em 1986 ainda fui preso duas vezes, ao sair do antigo Bric
por ser homossexual, e levado com outros para a esquadra do Palácio da Justiça,
para ser identificado e enxovalhado, “queres o cassetete pelo cu acima?”.
No entanto sempre vi homens de aliança no dedo ao engate nos
locais que existiam, e que sem internet e telemóveis, eram mais que muitos.
As vidas duplas destes casadinhos, que na maioria se diziam
bissexuais, apimentavam a vida dos assumidos, os wc’s da capital eram um
manancial de sexo anónimo e escondido.
Ainda não tinham chegado os anos 90 e a depilação…
E depois a fominha deles era tanta que o sexo era mesmo bom.
O fruto proibido é sempre o mais apetecido.
quarta-feira, setembro 25
O homem mais velho.
Apercebi-me da minha sexualidade aquando da minha mudança da
escola primária para a preparatória (como se chamava na altura os dois anos do
5º e 6º).
Quando comecei a ter aulas de educação física, como miúdo de
10 anos, apaixonei-me pelo professor de educação física, mas não durou muito,
era uma besta. Já o da secundaria não. Alem de tomar banho conosco nos balneários.
Adorava as aulas de ginástica. Tive a certeza que era diferente, depois percebi
que era gay.
Sempre gostei de homens mais velhos, claro que não era pela
idade, apercebi-me depois que era pela segurança e maturidade, e agora já também
sou mais velho.
Por isso compreendo o interesse que miúdos e miúdas novos tem
pela minha carcaça. Mas, lamento, continuo a gostar de gente madura, ou seja
que sabe o que quer.
Fui bom aprendiz, mas nunca quis ser professor.
Porque procurei o afecto de homens mais velhos?
Não sei, o meu ex tem mais 16 anos do que eu, e estivemos
juntos como casal 17 anos.
A diferença de idades pode ser bom e mau, depende apenas de
cada um saber lidar com isso.
Por mim até acho muita malta nova demasiado velha para mim,
velhos gaiteiros também não, nada mais ridículo do que querer ser jovem a vida
toda, (quando alguém me diz que a juventude está na cabeça, dá-me vontade de
lha bater contra uma parede para ver se amadurece).
Acho que para a minha idade não estou mal fisicamente, e
muito melhor de cabeça.
segunda-feira, setembro 16
Comida e sexo.
São as duas principais necessidades do homem. Por isso é
natural que estejam ligadas.
O próprio acto de comer tem conotações sexuais, quem já não ouviu,
“ando a comer aquele gajo” ou “aquele gajo já me comeu”?
Acredito que certos alimentos aumentem a libido, mas isso
nunca alterou os meus menus.
Também a bebida ajuda as pessoas a ficarem mais desinibidas,
mais propensas ao risco, e por tal ao sexo.
Mas como em tudo na vida, os excessos pagam-se.
Numa sociedade obcecada pela aparência, em que o falso se
sobrepõe sobre o verdadeiro, e parece mais apelativo, em que fumar é chique, e
ter mais peso que o “normal” é olhado com desprezo, e por vezes com nojo.
Beber demasiado pode não ser condenado, mas geralmente
afecta o desempenho sexual, uma das razões porque não me vêm agarrado a alguém
ao fim de uma noite, é porque geralmente quase todos já beberam demasiado, e eu
quero que quem faça sexo comigo se lembre pelo menos da minha cara, e se lembre
que lhe proporcionei um bom momento.
Não que eu seja memorável, mas gosto que os meus parceiros
estejam pelo menos tão conscientes como eu.
Confesso que uma boa refeição, e atenção que isso não é sinónimo
de um restaurante caro, aliás nem sequer significa ir a um, é para mim sedutor.
Aliás a maneira de comer, beber e a conversa que dali flui, avalia a inteligência
do homem. E nada mais sexy que um homem cheiroso, com um sorriso tipo arma mortífera
e inteligente.
E pela boca morrem os Peixes…
sexta-feira, setembro 6
Sexo e sons.
Não falo só de gemidos, ou de palavras “porcas”.
Ponho o porcas entre parêntesis porque não sei porque lhe dão
o nome dos suínos fêmeas (e tinham logo que dar o lugar á fêmea, o pecado mora sempre
ao lado…).
O que se diz num acto sexual é como em tudo na vida, há
coisas de bom e mau gosto, e isto varia de pessoas para pessoa.
Eu por mim gosto de saber que estou a dar prazer ao meu, ou
aos meus, parceiros. E quanto a gemidos há quem nos faça vir só por eles…
Mas também já houve quem me tirasse o tesão por falar
demais, ou dizer algo rude ou a despropósito.
Também já me fizeram rir, o que para mim também é afrodisíaco,
aliás nada mais afrodisíaco que alguém inteligente e que nos faça rir.
Uma vez estive com um gajo, daqueles que tu pensas “como é
que eu consegui um gajo destes”, embora na altura em praticava remo, e era fácil
ter corpinhos danone. O matulão, bem saudável de corpo, e a criatura passou
mais de meia-hora a explicar o sexo oral que me fazia. Claro que deu mau
resultado, não há libido que resista, o dito murchou e nada houve mais que o ressuscitasse.
Não lhe disseram que não se fala com a boca cheia, é rude!
Também os sons que vêm acompanhados com odores não são lá
muito sexys, e depois de dizerem que “é natural, faz bem libertar”, pois que os
libertem em privado, a minha vontade é libertar um HI5 na tromba deles.
Porque sempre me esforcei por isso, e porque não sou egoísta,
nem rude, elogios sempre os tive, e os mais inesperados são os que sabem
melhor. Ouvir alguém ofegante dizer-nos no ouvido “foda-se tu és mesmo bom”, dá-me
vontade de continuar o dia inteiro no “dá-lhe-que-dá-lhe”
E depois o próprio engate, a conversa antes, se for
inteligente e divertida, estimula-me. Um belo sorriso é o maior dos afrodisíacos
para mim. E o depois do sexo, aquela conversa íntima e desapoderada, é muito
gratificante.
E depois nunca se
pergunta “gostastes?”, ou “foi bom?”
Se foi bom ele vai-te dizer ou demonstrar. Essa atitude
demonstra insegurança.
E se há coisa em que não sou inseguro é no sexo.
sexta-feira, agosto 30
Noite.
Corpos, suor, calor, dança, bebida, conversa, olhares,
risos, barulho, álcool.
No meio disto tudo comédia e drama. Muito drama, ódios e
amores, por vezes sexo.
Uns fracos e falhados, outros fortes e sucedidos.
E o amor é lindo depois das 4 da manhã e 5 vodkas.
Falar, falar, falar e existir corpos.
Pessoas a falar de pessoas, pessoas a falar de coisas,
pessoas a falar só por falar, só para terem algo para dizer.
Pessoas que se cansam com conversas banais de gente banal, a
maioria com medo, medo de não ter interessem, medo de estarem sós no meio de
tanta gente, de não serem populares e desejados.
Olham uns para os outros sem dizerem palavra, o gajo até é
porreiro, mas procura-se os bíceps. Pode ser um crápula da pior espécie, mas é
sempre escolhido em detrimento do simpático, mas “feio”.
Os homens estão tramados.
Homem e mulher misturam-se, por vezes no mesmo corpo. Tudo
misturado.
Acompanhados mas muito sozinhos. Conhece-se muita gente, mas
não se conhece ninguém. Ludibriam-se, mas no escuro são eles próprios. Multiplicam-se
em vários “eus” para esconder a verdadeira natureza.
Gente vaga e fugidia, fragmentada.
Esperam. Por vezes demasiado. Esperam pela sétima maravilha
do mundo, que pensam estar-lhes destinada, porque andaram a malhar no ginásio e
isso tem de dar resultados.
Sempre nos mesmos locais, uns sentam e esperam, outros não
param quietos.
A noite avança e a ansiedade cresce, as garrafas e copos
vazios multiplicam-se e são levados pelo empregado, farto de aturar tanta gente
estúpida e malcriada.
A espera continua, á espera de algo que os surpreenda. O
outro que até nem era nada de se deitar fora, farta-se e encontra outro, ou
vai-se embora.
Os corajosos ou os convencidos da sua beleza física metem
conversa. Tentam conquistar, alguns são rejeitados, há sempre alguém mais
convencido do que eles. Por vezes as regras invertem-se, mas faz parte do jogo.
Passa-se o tempo a rodar o pescoço, em busca de alguém que
encha os parâmetros, de copo na mão, cigarro na outra. É um corre-corre na
discoteca.
A subida para o quarto escuro aumenta de intensidade é
medida que as horas avançam. Taras, risos, medos, excitação e muito álcool e
drogas.
A procura da perfeição não abranda, os rituais repetem-se,
semana atrás de semana. Sempre é permitido sonhar.
A música pára (aplausos ao DJ), os clientes são convidados a
sair.
Amanheceu.
quarta-feira, agosto 28
Hoje em dia tudo se resume a ter.
Ter uma casa enorme num local in, um carro potente xpto, um telemóvel
topo de gama com G’s a dar com um pau, umas férias em local de luxo com
celebridades a rodos, filhos em colégios caros e de elite.
E começa-se já de pequeninos. Fazem de ter a sua procura de
felicidade, são felizes em ter, e pior de tudo em que os outros não tenham,
para se sentirem superiores.
Se há coisa que me choca e irrita é gente anti-democrata,
aproveitar-se da dita democracia para fazer passar as suas ideias ditatoriais,
e como muitos democratas defendem o direito e a liberdade de expressão, temos o
caldinho feito. E defendem a liberdade de propagação de ódios ás minorias.
Se defendem o direito a ser neonazi, então não podem castrar
os direitos dos pedófilos, dos incendiários, dos violadores, dos assassinos. Que
eu saiba todos estes atentam contra a integridade física e psíquica dos outros.
E as mulheres no meio disto tudo, o seu consentimento e
apoio ás atitudes dos seus homens, dos seus filhos são o que mais me choca. Elas
que durante séculos foram, e ainda são, vítimas do preconceito machista das
religiões e do poder patriarcal, apoiam e ensinam o ódio aos próprios filhos.
Embora elas nos queiram convencer do contrário, a maioria
das mulheres não quer homens inteligentes, nem meigos e atenciosos, a esses
elas apelidam de fracos.
Ou seja, querem homens com os “defeitos” de que se queixam
toda a hora. Vamos lá entendê-las…
Ainda bem que gosto de homens.
Mas como sou um homem de fé, e vejo mulheres que não pensam
assim, ainda vou tendo esperança e fé.
Já tou a imaginar-me numa fogueira LOL
Ainda me soam nos ouvidos todos os insultos e gritos que na
vida me brindaram, por ser “diferente”, como se a diferença fosse um defeito, e
não uma virtude. A grandeza do ser humano está na diversidade, não somos
formigas, nem abelhas, como muitos querem que sejamos, somos gente, humana.
EU bem os ouvi aos insultos e gritos na famosa “vigília da
senhora dona Isilda Pegado.
Toda a gente tem uma “ordem natural das coisas”.
terça-feira, agosto 27
Existem 4 tipos de pessoas: os calões, os pimba, os
conformados e os inconformados.
Os calões são aqueles que fazem tudo o que lhes mandam ou
fazem tudo para não fazer nada. Acham que a vida é uma sucessão de eventos,
passam a maior parte do tempo a discutir jogos de futebol (eles) e a vida dos
outros (elas).
Gritam muito, são espalhafatosos, bajulam os que acham
superiores a eles ou os de que se querem aproveitar, e tratam abaixo de cão os
que julgam inferiores. Afundam-se muito mas acabam sempre por flutuar.
Os pimba são primos dos calões e quando digo primos não falo
em graus de parentesco. São tão fúteis e arrogantes como os calões, mas por
vezes pensam, o que não quer dizer que seja uma boa coisa, pois pensam, dizem e
fazem montes de disparates.
Estes ao contrário dos calões adoram títulos e rastejam ao
ver um todo poderoso, o que para eles é qualquer um que tenha dinheiro ou um
canudo, ou pior um cargo influente.
Os conformados são ex-inconformados que desistiram de lutar,
limitam-se a queixar-se, a reclamar, a viver “ a vida loca” para esquecer as
misérias, alguns até já desistiriam de votar.
Metem-se em adições para atenuar a revolta e a raiva.
Os inconformados também se revoltam, mas agem. Contribuem
para a melhoria. São poucos, mas fazem o que muitos não são capazes ou não
querem fazer, em beneficio de todos.
Sofrem mas não desistem, acreditam na igualdade, na
liberdade, na democracia, e elogiam quem pensam merecer.
E depois o mundo está cheio de palermas, e a nível humano
regredimos em poucos anos, nas conquistas que levaram séculos a conquistar.
Sempre pensei que a era da comunicação e da informática
global, da Internet, abri-se a mentalidade tacanha da maioria das pessoas, que
o acesso fácil á informação traria mais conhecimento.
Puro engano, continuam estupidos e ignorantes, como sempre
foram. Ou pior.
segunda-feira, agosto 26
Era dia 25 de um Agosto cheio de calor.
Nessa altura eu vivia em Pêro Pinheiro , e
trabalhando em Lisboa, apanhava todos os dias o comboio da linha de Sintra, na
estação da Portela de Sintra para o Rossio, onde apanhava o metro para a
Alameda onde trabalhava.
Era quinta-feira e mais um dia de trabalho, num mês típico
de férias.
Ouvia-se no comboio as pessoas a falar que havia um incêndio
no Chiado, mas não havia alarme, apenas comentários avulsos de gente que já se
conhecia de viagens diárias.
O meu ex saiu em Campolide, onde trabalhava, e eu segui para
o Rossio pelo túnel enorme que ligava as duas estações.
Quando chegamos á estação do Rossio, o primeiro sinal de que
algo não estava lá muito bem foi a estação vazia.
Nessa altura a estação do Rossio era o terminal de todos os
comboios da Linha de Sintra e da linha do Oeste, por isso estava sempre cheia
de utentes e comboios. Nesse dia o comboio entrou numa estação vazia, apenas
com alguns polícias num cais com plataforma dupla (dos dois lados), que mais
tarde percebi ser estratégica para evacuar os passageiros da estação o mais
rápido possível.
Nessa altura a estação do Rossio tinha sido transformada num
grande centro comercial, e nesse dia fomos obrigados a sair pela saída do topo,
onde está a praça de táxis, pois o centro estava fechado e vedado.
A primeira visão que tive foi logo ao sair da estação. O
fumo negro e espesso que tapava o sol, e as bolas de fogo que de repente se
viam, acompanhadas com o som das explosões das bilhas de gás, que subiam aos
céus.
Tinha 20 anos na altura, mas já amava a minha Lisboa onde
nasci, e o meu coração estremeceu e ficou apertado, e fiquei assustado.
Fomos encaminhados para o Rossio, que se tinha transformado
de um grande terminal de autocarros, num enorme parque de carros de bombeiros.
Do Rossio tinha-se uma noção da gravidade da situação, eram
umas 8.30 e o incêndio estava longe de ser dominado, e caminhava Rua do Carmo e
Rua Garrett acima, e lavrava em 3 direcções, Sul, Este e Oeste tendo já chegado
á Rua do Crucifixo. O elevador de Santa Justa, feito de ferro, impediu-o de
descer a rua para sul.
Percebi que parte de minha infância tinha morrido nesse dia,
que aquele Chiado não ia ser mais o mesmo dos meus tempos de miúdo e
adolescente. Nesse dia quase que não se trabalhou em Lisboa, não se conseguia
ir á Baixa, onde estavam a maior parte dos organismos estatais onde eu ia
tratar de documentação para a empresa onde trabalhava.
Até ao meio da tarde temia-se que o incêndio alastra-se á
Baixa e ao Bairro Alto, por isso o centro tinha sido encerrado e a luz cortada.
Foi um dia de angústia.
Mas a sexta-feira ainda foi de mais angústia, bem como os
dias seguintes, quando nos apercebemos da quantidade de área ardida, e do que
se perdeu no grande incêndio.
Chorei, chorei de tristeza por ver a minha Lisboa, o meu
Chiado queimado, destruído, estava de luto, negro, como de luto ficaram os
alfacinhas que amavam Lisboa como eu.
Não se sabe ainda hoje o que originou, ou quem, o incêndio.
Sabe-se que foi descoberto ás 4.40 pelo electricista do
Elevador de Santa Justa, que viu o fumo sair dum buraco de um vidro de uma
montra junto ao chão, o que quer dizer que o fogo começou nas caves, que o
policia de serviço na zona deu o alarme aos bombeiros perto das 5 da manhã, que
os bombeiros chegaram ao local 20 minutos depois, já o Grandela era um todo de
chamas, sabe-se que não conseguiram entrar na Rua do Carmo por causa das
esplanadas e contentores de entulho que atravancavam a rua.
E sabe-se no que deu…
Mais de 1 600 bombeiros combateram o fogo, um faleceu, e
evitaram danos maiores, no que poderia ter sido uma tragédia incalculável na
cidade. As temperaturas atingiram tal ordem que até as grandes vigas que tinham
sido colocadas há pouco tempo para reforçar as fachadas do Grandela e dos
Armazéns do Chiado dobraram como borracha.
Se não houvesse aquela tralha na Rua do Carmo teria só
ardido os armazéns do Grandela, assim foram 18 os edifícios ardidos, outros
tanto danificados pelas altas temperaturas e pela água e 3 mortos.
Tudo isto de pode agradecer ao então presidente da câmara
municipal de Lisboa, Nuno Krus Abecasis, que foi um dos mais destruidores de património que a
cidade conheceu.
Até o vice primeiro-ministro da altura, Eurico de Melo, reconhecia na
comunicação social que se a Rua do Carmo não tivesse aquela tralha o incêndio
teria sido rapidamente dominado.
Passados 25 anos nunca ninguém foi responsabilizado pelo sucedido, não
foi Nuno Abecasis pelo crime lesa património (alem dos edifícios, do rombo na
economia da cidade, acrescenta-se o valioso espólio da Valentim de Carvalho,
perdida para sempre uma boa parte da história da musica portuguesa), nem foram
os donos do Pagapouco, na altura donos do Grandela e dos armazéns do Chiado, e
também na altura presos por fuga ao fisco.
O Chiado renasceu das cinzas com a Fénix, sob a pena de Siza Vieira, um
dos nossos maiores arquitectos. As pessoas voltaram á zona nobre e amada. A
alma é outra, mas sobreviveu á catástrofe.
Mas alguma coisa de aprendeu?
domingo, agosto 25
Apontem-me alguém que não tenha uma contradição.
Encontrarmo-nos é muito complicado. Quando estou só tento
sempre encontrar-me e analisar-me, não por esquizofrenia, mas para ver o que
podia ter feito de melhor, e apreender com os erros e falhas.
O mundo anda doido, e se nos deixarmos levar, endoidamos com
ele, pois acho que não vou ver a solução na minha curta vida.
Para mim o mais inteligente seria desistir, perder-me na
mediocridade, passar a “lamber botas” dos medíocres.
Mas fui bem “treinado” pelos grande que passaram na minha
vida, e pelos que hoje fazem ainda parte dela, (e desconfio que muitos me vão
aturar muito tempo). Não consigo trair os valores que me ensinaram, nem trair a
minha honra e o meu carácter humano.
Dizem que sou inteligente, culto, educado, pró-activo, diligente.
Recebo elogios de colegas e clientes, mas não tenho “perfil”. Como me devo
sentir?
Revoltado, angustiado, triste.
E depois é suposto encarar isto com assertividade, “ter
força” (eu davas a força com ajuda dos glúteos). Eu devia ter força sim, para
andar á chapada a esta gente toda.
Li um comentário de um “escritor” que compara o “movimento”
anti-tabaco com o fundamentalismo islâmico e os movimentos anti-aborto. Confesso
que o único aborto que vejo nele é o do seu cérebro. Comparar os “direitos” dos
fumadores a um atentado como o 11 de Setembro, ou a defesa do direito á vida e á
saúde, é algo mais do que idiota.
Sempre defendi a liberdade, sei o que é viver sem ela. E
quem quiser fumar tem o direito de o fazer, mas esse direito não pode ser
superior ao direito de os outros a não fumar. Que eu saiba os não fumadores
nunca prejudicaram a saúde dos fumadores, já o contrário e mais do que sabido e
provado.
Portanto quando falamos dos direitos dos fumadores falamos
de quê?
Do direito a eles fumarem para cima de mim? O direito a
prejudicar a saúde de outros, incluindo criança e até mesmo fetos? O direito a
compuscar as ruas com as suas beatas? O direito a usar o dinheiro dos meus
impostos (sim dos “fundamentalistas e fascistas” dos anti-tabaco), em tratamentos
de saúde provocados pelo seu “direito” a fumar?
Já agora venham-me vender a ideia que o tabaco é bom para a
saúde, e que é sexy e estiloso ter a boca a saber a cinzeiro, e os dentes
amarelos e podres…
segunda-feira, agosto 12
Gosto de sexo.
Como toda a gente tenho as minhas fantasias, umas
concretizadas, outra não, e algumas que não quero que passem de fantasias.
Mas sempre encarei o sexo como uma satisfação saudável, nem
podia ser de outra forma.
Não sou pudico, nem moralista, embora, como todos, tenho os
meus tabus e os meus limites.
Encarar o sexo como uma actividade normal e saudável é sinal
de maturidade e inteligência. Uma das vantagens de não se ser novo é que já se
viveu e viu muito para ter aprendido e aperfeiçoado muitas coisas.
O que já vi e ouvi, e o que já fiz dava para corar um século
de freiras num convento.
Embora tenha nascido com “um comportamento sexual desviante”
(como se dizia na altura em que descobri a minha sexualidade, estávamos no ano
de 1982), sempre a vivi o melhor que soube e pude.
O meu “descaramento” ao falar sobre sexo tem a ver com a
naturalidade como o encaro, e a separação que faço entre sexo, amor e afectos.
E dou mais valor ao amor e aos afectos.
Mas eles não estão dissociados do sexo. E convenhamos que só
o sexo não satisfaz, pelo menos a médio e a longo prazo.
A sexualidade de cada um deve ser respeitada. Tudo na vida
se resume a confiança, respeito e amor, por esta ordem, até no sexo.
Por isso os meus amigos falam comigo sobre sexo com
naturalidade, pois sabem que eu não sou moralista, e que tenho poucos tabus. Também
tem a ver com a minha idade, mas muito com aquilo que já vivi, sexo, sim muito,
com prazer e com saúde.
Por isso foi natural que aceitasse o desafio de um amigo,
que na altura era voluntário da ILGA, para fazer parte da “Brigada do Preservativo”.
Comecei com os transsexuais e trangeneros, na altura com
algum receio, pois era uma parte da população LGBT com quem não tinha
contactos, e por isso pouco familiar.
Foi uma experiência que me fez alargar os meus horizontes,
quebrou preconceitos, e fez-me evoluir como ser humano. Tornou-me melhor.
Depois passei para o Bairro Alto, misto de população LGBT e
hetero, onde estranhamente é mais difícil trabalhar. As vezes que nos dizem que
não precisam de meios de protecção sexual é chocante.
Uma coisa é não usar, outra é não precisar. Não usar é uma
escolha, não precisar é um erro. São opções… As razões que evocam é que me
chocam, pela ignorância, principalmente nas camadas mais jovens da população,
as que tem mais acesso á informação.
Com o boom do aparecimento dos bares bears (ursos) na zona
entre o Princepe Real e São Bento, e as portas abertas, por isso o pessoal na
rua, foi natural que a ILGA apostasse mais nessa zona do que tinha feito até
ai, em que o facto de os bares serem á porta fechada, e havendo a entrega
directa de material aos bares, não houvesse necessidade de uma equipa direccionada
para a zona.
Calhou-me a sorte de fazer parte dessa equipa, porque sendo também
identificado como um urso, foi mais fácil e natural o contacto com a zona e os
seus frequentadores.
Com o Conde Redondo, esta é a zona em que somos mais bem
recebidos, salvo tristes excepções.
E este trabalho não se esgota nas brigadas mensais. Existe
outro trabalho de sapa, que envolve uma equipa empenhada, e contribuo noutras
actividades na ILGA, umas mais visíveis do que outras.
Tirando as já citadas rara excepções, repito somos muito bem
tratados, e ao longo destes anos de trabalho com a comunidade LGBT e os seus
locais de diversão, fui ganhando o respeito e o carinho, e algumas amizades,
que me fazem feliz, e com mais vontade de continuar a fazer o trabalho com
empenho.
Nunca usei nada nem ninguém para conseguir benesses ou
vantagens, nem para ser tratado de maneira especial. Quem me conhece sabe que não
sou dado a essas atitudes. Por isso a estima que recebo é-me duplamente recompensadora.
A todos os que me estimam e me tratam com o carinho que me dão, o meu muito
obrigado. São vocês que me dão o animo, e a força, para, mesmo quando o tempo não
ajuda, ou a carga é demasiado, em que o esforço e o cansaço fazem mossas, em
que por vezes obriga a noites em dormir, que valha a pena.
E obrigado companheiros da ILGA por me permitirem fazer
isto, pelo vosso apoio, pelo vosso carinho, pela confiança depositada, e pela amigos
que me deram.
Vocês fazem de mim um melhor homem.
quarta-feira, julho 24
O mundo não anda mal
Anda é em más companhias.
Participei ontem na contra-vigilia á vigília da senhora dona
Isilda Pegado e enraivecidos acólitos, a favor das famílias tradicionais, e
contra os gays, esses depravados e comedores de criancinhas.
Não me espantou as presenças, mas as ausências.
Eu sei que é mais fácil andarem no social, nas cadeiras do
poder ou na comunicação social, a dizerem que andam a defender os direitos dos
outros, quando há alguns que depois fazem o “trabalho braçal”, aquele que suja
e dói, e que nunca são homenageados e são sempre dispensáveis (já perdi a inocência
há muito, graças a muito sacana), e não me digam que fazerem uma festinha em
que tens de levar a comidinha e pagas as bebidas do bar, o que dá lucro a quem
organiza, é consolação (sorry, eu avisei que tenho mau feitio…)
Quando me vierem falar na defesa dos direitos da comunidade
LGBT, tenham cuidado com o que me vão dizer, pois eu tenho a resposta na ponta
da língua.
Mas realmente estranhei e não compreendo a ausência de
muitos…
De resto as criaturas estavam “bem” acompanhadas pelos energúmenos
do PRD, e os seus capangas, que se entreteram a provocar-nos com insultos,
tolerados pela policia, que parecia estar mais preocupada conosco do que com
eles, (compreendo, éramos mais giros).
Tudo serviu, imagens sacras, cartazes colocados nas
escadarias (a que não tivemos acesso), símbolos nazis e fascistas, cartazes “ não
matem a família normal” e “as crianças não são acessórios de moda”, gestos obscenos,
insultos, rezas, e até discursos de criancinhas (que segundo um amigo meu me
informou hoje, é proibido por lei).
Que bem acompanhados andam a Isilda Pegado, o César da Neves
e os seus apoiantes.
Que eu saiba quem usou as crianças nesta situação foram os
das famílias “normais”, que até bebés de colo levaram, numa altura em que já
deviam estar a dormir, e são eles que os vestem com roupas de marca, como se
fossem uns manequins, (para o argumento acessórios de moda, estamos conversados,
já para não falar de usarem as crianças nas suas ascensões ao status sociais a
que acham ter o direito ou dever a pertencer).
Continuo a perguntar, onde estavam os defensores da
co-adopção?
Não compreendo (na minha cabeça estou a tentar arranjar um
sinónimo), a poltroneria ou a pusilanimidade de muita gente.
terça-feira, julho 23
O mundo não está perdido
Está histérico.
O Brasil está histérico com o Papa.
Inglaterra está histérica com o bebé real.
A Direita está histérica com a manutenção do poder.
Cavaco está Histérico com Passos e Portas.
Os Mercados estão histéricos com o Cavaco.
Os Sportingistas estão histéricos com um troféu que estava
enterrado.
O País está histérico com tanto Festival de Verão.
Angola está histérica em comprar tudo em Portugal.
Os chineses estão histéricos a comprar nacionalidade
portuguesa.
Os Egípcios estão histéricos para terem um estado islâmico.
Passos anda histérico para formar governo.
Os Portugueses andam histéricos para arranjar emprego.
Seguro anda histérico para se impor no PS.
Os comentadores televisivos andam histéricos para dar opinião
sobre tudo.
O Goucha e a Cristina Ferreira andam sempre histéricos.
Os jornais desportivos andam histéricos com as transferências
de jogadores.
Os autarcas corruptos andam histéricos para se
recandidatarem.
As revistas andam histéricas com as vidas dos “famosos”.
A Isilda Pelicano e o Marinho Pinto andam histéricos com o
lobby gay.
A igreja anda histérica com a berguilha dos padres.
A televisão anda histérica com programas de merda.
A Europa anda histérica com os defics.
A Troika anda histérica com Portugal.
A Alemanha anda histérica para por o sul da Europa pobre e
deslocar as fábricas para aproveitar a mão-de-obra barata.
Eu por ando histérico para ganhar o Euromilhões e mandar
esta gente toda para a PQP
quarta-feira, julho 17
segunda-feira, julho 15
Imaginem se o povo alemão se tivesse manifestado na rua
contra as atrocidades cometidas pelo regime nazi.
Teríamos acabado com uma guerra com mais de 50 milhões de
mortos?
Por isso não me venham dizer que o povo é inocente nesta
trapalhada em que estamos metidos.
As pessoas queixam-se agora do desastre, que muitos
previram, mas que mais se recusaram a ouvir, e muitos menos a acreditar.
Metam a mão na consciência e ponderem.
Os bons valores sempre foram desprezados pelos poderosos,
eles esperam que sejamos sempre submissos.
Assustam-me aqueles fervorosos zeladores da lei, da moral, e
dos bons costumes. Vêem a vida em códigos de barras, seguem instruções e leis cegamente
sem se questionarem, e muito pior, sem pensarem.
Por causa disto muita gente tem sofrido e muitos pago mesmo
com a própria vida. E esta gente não tem remorsos de condenarem á miséria e á
morte os outros, os milhões de outros, que querem manter estúpidos e incultos,
para que eles não percebam que tem o poder se serem em maior número. Biliões de
pobres contra uns milhões de ricos, que ainda tem o descaramento de pavonearem
a sua riqueza, e hostilizarem-nos.
Todos nós percebemos que no meio desta crise, os únicos que
não ficam incólumes são os banqueiros, esses mesmos que nos levaram para esta
crise.
Os governos deram-lhes o nosso dinheiro para as mãos, e eles
em vez de o aplicar em desenvolver a economia, apoderaram-se dele, como se lhes
pertence-se por direito, ou seja mordem a mão que lhes dá de comer, e muito
mais do que isso, seja dos depositantes, seja do estado, dos contribuintes.
Isto só lá vai com uma revolução moral.
Expresso as minhas ideias tão quanto a minha liberdade me
permite e tenho opiniões (que por vezes mudam), mas não sou ambíguo, não tento
esconder aquilo que realmente penso. Não sou hipócrita. E faço auto-critica.
quarta-feira, julho 3
Dizem que o cepticismo é uma coisa de velhos. Devo estar mesmo a ficar velho
Há vários tipos de escravidão. Eu sofro de vários: o da
minha orientação sexual, a do meu aspecto físico, o de ser pobre, o de ser
honesto e frontal.
Não que me envergonhe de mim. Assim como não me envergonho
da maioria das minhas escolhas. Só quero viver com a minha dignidade, tão
explorada e por vezes roubada.
Não sou dado á caridade. Porque ela só deve existir onde não
há justiça, nem bondade.
Uma das receitas para matar um homem é tirar-lhe a
dignidade, e as escravidões são uma maneira.
E na verdade, o que faz um homem?
Não é só ter uma pila pendurada entre as pernas, e comer
umas conas. È preciso coragem, inteligência, sensibilidade, carácter, amor á
justiça, bondade, respeito pelo próximo e pela liberdade.
E toda a gente sabe que hoje ter estes atributos, é lutar
contra a corrente.
Dizem que o cepticismo é uma coisa de velhos. Devo estar
mesmo a ficar velho, pois cada vez ando mais descrente no ser humano.
Não vejo nesta malta nova o sangue na guelra, que poderá
fazer mudar o mundo para melhor. Mas isso não me espanta, num mundo cada vez
mais insensível á miséria e á morte alheia.
E neste mundo quem diz as verdades é perseguido, e por vezes
silenciado, até morto.
Poucas pessoas admirei na minha vida. Quem já privou com
pessoas do calibre de uma Natália Correia, duma Beatriz Costa e de uma Amália
Rodrigues, fica condenado a ser exigente nas escolhas. De ninguém nunca me
aproveitei, porque não faz parte do meu carácter. Apenas aprendi o que me
ensinaram.
As manifestações não são bem vistas pelo poder, e o nosso
governo confia na pacificação dos portugueses.
Mas até quanto sofrimento e repressão vão os portugueses
aguentar?
Pegando no tema do pic-nic do Tony Carreira
Pegando no tema do pic-nic do Tony Carreira, e voltando á
vaca-fria…
A hipocrisia é um dos mais detestáveis pecados do ser
humano.
Desde a Igreja até á politica, ela existe hás carradas.
E o conluio entre as religiões e o poder politico para se
aproveitarem dos pobres, vem desde a criação das ditas.
E tornaram Deus, Alá, Maomé, Buda ou lá o que é, num
problema, em vez da solução.
Todos proclamam a paz, mas só se guerreiam.
Será legítimo qualquer ignorante opinar sobre tudo? A
avaliar pela nossa televisão, é.
No fim quem paga somos nós e quem lucra são os poderosos,
loucos por dinheiro e poder, que não se importam de usar estratagemas ilegais,
mesmo que sejam criminosos.
E eles não se importam com os milhões de vítimas que
provocam com os seus crimes, porque são verdadeiros crimes contra a humanidade,
por pura ganância.
Sim porque o que está a acontecer são crimes contra a
humanidade, não duvidem. E contra as pessoas honestas, e por isso pobres.
Já todos sabíamos que este liberalismo económico sem regras
ia dar para o torto. Mas muitos calaram ou fizeram calar os que avisavam do
perigo. Agora esses mesmos que calaram e os que fizeram parte do problema vêem
apresentar-se como salvadores da situação.
E os governos deste mundo foram coniventes.
Engraçado como o dinheiro para salvar os bancos aparece
rapidamente, mas para ajudar a combater a fome e as doenças tarda em aparecer,
ou seja, salvemos a economia mas deixemos morrer os homens.
O meu cérebro á agora muito melhor do que quando era jovem,
por isso me julgam mais novo do que realmente sou. (Que assim seja. Cuido agora
mais de mim do que antes, mas não por vaidade, mas porque quero manter o máximo
de saúde e bem-estar possíveis.) E digo-vos que tudo isto ocorre, ocorreu e
ocorrerá por falta de justiça, liberdade, igualdade e solidariedade.
E se se privatizam os lucros, e se nacionalizam os
prejuízos, o desastre é eminente e certo. Ou seja ajudam-se mutuamente quem
destrói a economia e os povos.
“ E eu pergunto… se já calcularam o número de indivíduos que
é forçoso condenar á miséria… para se produzir um rico” – Almeida Garrett
(1799-1854)
quarta-feira, junho 19
Neste momento sinto um grande orgulho e respeito pelo povo
brasileiro, e pelas suas demonstrações de civismo.
Ingénuos são aqueles que pensam que com demonstrações “pacíficas”,
ou com o alheamento do seu papel cívico, como votar nas eleições ou participar
na gestão democrática, vão resolver os seus problemas.
Os ricos, poderosos e a classe politica, apoiada e protegida
pelo poder militar e policial, não vão resolver os problemas dos pobres, com a bênção
das igrejas/religiões. É o povo, o pobre, ou seja a maioria, que tem de tomar
as rédeas do jogo. Para eles nós somos carne para picar, força de trabalho para
explorar, e mandar para o lixo quando não necessitam de nós.
Quem me conhece sabe que sou um tipo afável e assertivo, mas
não posso ficar indiferente ao sofrimento dos outros. Não me peçam para ser pacífico,
ou para condenar a violência, quando se lida com pessoas que não respeitam a dignidade
dos outros.
A polícia e o exército protegem-nos como se eles próprios fossem
uma classe privilegiada, e só se viram contra o poder quando são atingidos nas
suas benesses e revindicações. A história prova isso, basta-nos lembrar do 25
de Abril ou da famosa manifestação dos “secos e molhados” em plena “era Cavaco”.
E depois temos os “iluminados” do costume que dão bitaites pelo
que ouvem, geralmente descontextualizado, na rua, pelos outros broncos ou na
TV, entalados entre um Big Brother e um jogo de futebol, num chorrilho de
alarvidades por aquelas bocas fora. Criticam e julgam tudo e todos pelas suas
cabecinhas podres de ideias e inteligência.
Se os portugueses já tivessem feito o que os nossos irmãos
brasileiros estão a fazer agora, talvez os nossos governos desde Cavaco,
Guterres, Barroso, Santana, Sócrates e Passos/Portas tivessem tido mais juízo e
medo. Porque é preciso incutir-lhes medo, pois eles é isso que fazem ao povo,
provocar-lhes medo.
E a igreja católica sempre conivente com esta situação de
exploração…
domingo, junho 16
Dizem que a família está em crise.
E está.
Mas não é culpa dos gays, ou de comportamentos “desviantes”
de qualquer cidadão.
A família está em crise por causa da excessiva carga de
trabalho a que somos sujeitos.
Como querem que as famílias sejam funcionais, se os pais não
tem tempo para educar os filhos, nem paciência e forças para lhes dar atenção e
afectos.
Como pode um pai ou uma mãe ter tempo de qualidade com os
seus filhos se chegam a casa tarde, cansados, fartos de serem maltratados no
emprego, por vezes sem fins-de-semana, nem férias. Como podem os filhos terem
bons exemplos em pais que estão demasiado cansados para se amarem?
Para se amar é preciso ter tempo, e hoje o que há mais é
falta de tempo.
Não ter tempo para os filhos é o mesmo que o abandono.
Abandono á sua sorte, criados pela escola, pelas companhias, pelos lugares que
frequentam, e pior do que tudo, pela TV e pala Internet.
E os exemplos de comportamento pela violência estão á mão de
semear, desde os videojogos, ás séries, acabando no You Tube.
E tudo parece natural.
Mas não é!
Uma das coisas que mais me irrita, é que por vezes
aprendemos duras verdades que não nos servem para nada.
É espantoso que com tamanha evolução tecnológica,
continuamos a retroceder a nível humano!
quarta-feira, junho 12
O facto de alguém me pedir perdão, e mesmo o facto de eu o
perdoar, não me faz esquecer uma ofensa.
Hoje em dia mentir é tão banal que já parece uma obrigação. E
a impunidade é geral e gritante. E a história não lhes pede contas.
E o pior é que a mentira não é o único vício da sociedade.
Não sei se sou sábio, mas sou prudente em relação ás
pessoas. E não sou indiferente ás minhas considerações de ordem moral.
Numa sociedade em que a justiça está pelas ruas da amargura,
o melhor é não ter muitas esperanças.
Não saber virar páginas de vida é muito pernicioso. Continuamos
como sempre a apreender, e sempre fui muito desconfiado com as aparências.
Segundo o artigo 12 da Carta dos Direitos Humanos, “ninguém
sofrerá intrusões arbitrárias na sua vida, na sua família ou na sua correspondência,
nem ataques á sua honra e reputação”. Honra, dignidade e reputação são hoje
palavras gastas e vãs. E desrespeitam-nos de forma humilhante.
A questão do poder é um caso mais do que gritante de como se
pode descer baixo a nível humano. Chega a ser perverso o tamanho do cinismo com
que os que o detêm de se auto-elogiar, e nos quererem convencer que lá chegaram
por mérito próprio.
Sabemos que a esmagadora maioria das vezes tal não acontece,
o poder é obtido sujando as mãos, sem quaisquer escrúpulos ou remorsos pela
maneira vil e desumana como se chega lá. Lá chegados criam uma história de
falsa santidade e honra, superioridade que passa de geração em geração, como se
o carácter estivesse no ADN, num perpetuador pornográfico das benesses obtidas.
E o poder hoje está na economia, nos grandes grupos económicos,
são eles que financiam políticos e politicas, e os premeiam depois de saírem dos
cargos, com lugares vitalícios e com remunerações altas, em paga do tráfico de
influencias efectuado, em prejuízo do povo que os elegeu.
E claro que sem justiça, a gritante desigualdade e falta de
protecção aos mais fracos é perpetuada.
Pedem-me esperança e paciência por dias melhores.
A paciência nunca fez revoluções, nem mudou as coisas e
mentalidades.
Sou impaciente, e numa altura em que os pobres sofrem, e são
cada vez em maior numero, e os ricos cada vez ficam mais ricos e soberbos, fico
sem esperança, que em nada me serve quando estou cansado de ser explorado e com
fome.
Estes políticos e estes senhores do dinheiro não sabem o que
é ter fome.
Eu por mim pago caro as minhas ilusões…
terça-feira, junho 11
Fisicamente somos um espaço, mas mentalmente somos memórias
e ideias.
Memórias do que vivemos, do que aprendemos com essas
vivências.
De criança abusada, passei a adolescente tímido e inseguro,
a homem orgulhoso por ter vencido muitas batalhas.
Vim de uma família abastada, mas sempre vivi pobre de
recursos, principalmente afectivos, mas aprendi a ser rico de sentimentos e
afectos, de honra e coragem. Aprendi com os grandes.
E Lisboa foi minha mãe, aprendi muito a percorrer suas ruas.
Tal como a maioria dos portugueses, árabe e judeu, cristão e
negro, e de tantas raças e credos que passaram por este território, sou
mestiço, todos somos.
Não temos raça, por isso somos capazes de navegar e
colonizar o mundo, e não conquistar. Porque sabíamos, sabemos, misturar. E
sendo conservadores, gostamos de descobrir algo novo, somos curiosos, e
adaptamo-nos, sempre com saudade do que é verdadeiramente nosso, português.
Por isso estranho que grande parte dos turistas que nos
visitam, insistam em comer o que comem nos seus países.
Um dos prazeres em viajar é descobrir e vivenciar nova
experiências, incluindo a gastronomia. Que piada tem ir a um lugar e comer o
que se come lá em casa? Gastronomia também é a cultura de um povo.
E as minhas memórias estão povoadas de cheiros e sabores
diferentes, e quanto mais, mais a minha memória fica rica deles.
Esta capacidade dos portugueses enriquecerem as coisas,
fruto da nossa maneira de ser, é que faz a nossa riqueza, que faz de nós um
povo especial único no mundo, dócil e lutador mas que nos faz sobreviver neste
rectângulo á beira-mar plantado, há mais de 800 anos, e pelo mundo fora desde o
século XV.
domingo, junho 9
A maioria das pessoas acha um tipo calmo, organizado e
paciente.
Só vos digo cuidado com a ira dos calmos e dos justos.
Sou um apaixonado pelo meu país, o meu pequeno grande
Portugal, pelo meu povo que é único neste mundo cada vez mais igual, mas
especialmente (e perdoem-me a modéstia), a minha amada Lisboa, minha cidade
berço e onde me fiz homem.
Agora que trabalho na hotelaria, tenho a noção do que outros
sentem e vêem na minha cidade, das suas baixas expectativas com que chegam, e
de como vão maravilhados com a experiência de (geralmente) poucos dias de
permanência, e a vontade de voltar com mais tempo.
Geralmente indico os locais a visitar e a sua história (nada
como uma boa história, simples e curta, mas apimentada), apontar pequenos
tesouros da minha perspectiva de alfacinha.
Indico o que acho essencial visitar (na minha modesta
opinião).
A Baixa pombalina com a sua história, desde o terramoto de
1755, Alfama (começando pela velhinha Sé), o Castelo (desaconselho o pagamento
de um bilhete caro para um monumento meio falso, a Graça ou a Senhora do Monte
substituem a vista e são de graça), Belém (com o seu mosteiro e os seus túmulos
ilustres, a torre com o mesmo conselho dado sobre o castelo, e os pasteis
aconselhando a comerem-nos nas mesas porque vêem directamente da cozinha e mais
“fresquinhos” e não abafados naqueles cartuxos), o oceanário, o Museu de Arte
Antiga (a maior colecção de arte antes do século XIX), o Calouste Gulbenkian (e
quem foi o homem), o do azulejo (com a magnifica igreja), a Igreja de São Roque
(um dos poucos monumentos que resistiram ao terramoto de 1755), a Basílica da
Estrela (e o seu presépio do século XVIII), o Bairro Alto (e a sua “movida”), o
Principe Real (e a sua vida nocturna), a famosa Ginginha, os eléctricos e
elevadores, e mais algumas coisas, consoante a curiosidade.
Ah e as festas, Santo António incluído.
Depois para quem quiser, os arredores da cidade. Sintra
(atenção ás queijadas, a Cascais (e a bonita viagem de comboio), a margem sul
(o peixe, a vista sobre Lisboa, as praias com o seu típico comboio), Setúbal (a
baia dos golfinhos, o peixe, a serra, o queijo de Azeitão).
Quem tem mais tempo e disponibilidade, e vai viajar fora de
Lisboa, o Porto (os seus monumentos e a comida), Coimbra (monumentos e os
pasteis de Tentúgal), Évora (difícil destacar algo em cidade tão recheada de
encantos), Alcobaça (e a história de Pedro e Inês acompanhada por um frango na
púcara), Batalha (e a sua Aljubarrota), Tomar (do convento á sinagoga), o Douro
(o rio e o vinho), o Algarve (nem só de praias vive a região), Santarém (o
gótico e Pedro Alvares Cabral, e a sopa).
Depois como a conversa é como as cerejas, as aldeias
históricas, a gastronomia (que adoram), as tradições, a história e as
curiosidades.
Quanto a locais para comer, só os que frequento e asseguro
serem bons, não recomendo o que não escolho para mim.
Resultado disto, um orgulho em falar daquilo que gosto, do
que amo, do que me enche a lama e o coração quando a força me falta. Um país
com uma história de quase 9 séculos, e com as mais velhas fronteiras do mundo.
E ser patriota é amar o meu país, o meu povo.
Não sou nacionalista, Portugal é o que é porque soube
incorporar os outros, as diversas culturas, os povos que vieram e os que
ficaram, e foi ao encontro dos outros.
Nós não somos uma raça, somos a raça, a raça humana, a
mistura, o aperfeiçoamento dessa mistura, o melhor dela.
Faço pelo meu povo o que acho que devo. Colocá-lo no topo.
A mais não sou obrigado, porque não o faço como obrigação,
mas como um dever.
E viva Portugal e os portugueses.
(E vejam de são mais orgulhosos em o serem, e transformem o
10 de Junho no maior feriado deste belo país, vistam as nossa cores por
Portugal e não pela selecção de futebol)
terça-feira, junho 4
Todos sabem (os que me conhecem) que não morro de amores
pelo futebol.
Mas não sou insensível ao fenómeno (também com o massacre
que levamos não o podia ser), para o bem e para o mal.
È um desporto que move milhões, tanto no aspecto monetário
como no humano.
E traz-nos por vezes surpresas.
Eu que fui contra a realização do Euro 2004 (que nos deixou
com mais dividas e estádios milionários e ás moscas actualmente, endividando
mais o país), não deixo de ver que contribuiu para uma (boa) imagem de Portugal
além fronteiras que até então estava na dependência dos Descobrimentos e da
Expo 98.
E especialmente no Brasil. Por exemplo a pátria irmã
descobriu que poucas mulheres portuguesas usavam bigode.
Claro que o futebol na sua pureza é um desporto, mágico como
todos os desportos, e desperta paixões, mas no futebol a pureza e a sua
inocência perderam-se há muito! E o “desporto rei” é o maior exemplo de tudo o
que não deve ser o prazer de praticar um desporto.
Ao contrário do rugby, no futebol digerem-se mal as derrotas,
começando nos presidentes, treinadores e acabando nos adeptos. Estranhamente
são os jogadores, os protagonistas, que melhor as digerem.
O futebol hoje serve para tudo (mesmo para lavagem de
dinheiro), menos para o que devia servir. Ambições, politiquices, negócios
obscuros, ascensão social, enfim vale tudo.
E depois acicatam-se ódios e guerras desnecessárias,
violência (que já acabou em mortes) e vandalismos cegos e imbecis. Parecem
bandos de grunhos á solta. Parecem pedrados (o que não me estranha em pessoas
que tem calhaus no lugar de cérebros). Quando se fala de futebol as pessoas
endoidecem, ficam alienadas, doidas do juízo, fanáticas.
Embora seja nos outros desportos que fiquemos em primeiros
lugares e nos dão troféus e medalhas…
sábado, junho 1
O mundo não anda perdido, anda estúpido!
Assustam-me esta gente que tem explicação para tudo, parecem
uma Wikipédia, o que já de si é mau.
Em nome da inclusão permite-se tudo e mais alguma coisa aos
vândalos, justificando-se com a liberdade de expressão.
Eu também gostaria de ter a liberdade de me expressar,
desatando a esbofetear muita gente estúpida, mas não devo.
Esta coisa de que não há maus rapazes é treta. As pessoas
são intrinsecamente más, a bondade aprende-se.
Basta estar atento para não ver tudo a preto e branco.
Se os portugueses não são racistas, não podemos negar e
esconder que existe racismo em
Portugal. Mas nossas antigas “colónias” (hoje politicamente
correcto dizer países de língua portuguesa), não teem lá muita moral para nos
dar lições de cidadania e democracia. Basta lembra as atrocidades que foram
cometidas em Africa em nome da superioridade étnica, ou um Brasil homofobo,
racista e machista.
Para mim a discriminação é um erro. Sempre aprendi e evolui
como ser humano contactando com a diferença e aprendendo com ela, tenho amigos
de varias nacionalidade e vejo-os todos como irmãos, porque os amigos são para
ser tratados como família.
E o grande problema disto tudo é a falta de ética, que é
superada e aniquilada pela necessidade.
Irrita-me a falta de cuidado com os outros e as faltas de
respeito.
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