domingo, junho 9

A maioria das pessoas acha um tipo calmo, organizado e paciente.
Só vos digo cuidado com a ira dos calmos e dos justos.

Sou um apaixonado pelo meu país, o meu pequeno grande Portugal, pelo meu povo que é único neste mundo cada vez mais igual, mas especialmente (e perdoem-me a modéstia), a minha amada Lisboa, minha cidade berço e onde me fiz homem.
Agora que trabalho na hotelaria, tenho a noção do que outros sentem e vêem na minha cidade, das suas baixas expectativas com que chegam, e de como vão maravilhados com a experiência de (geralmente) poucos dias de permanência, e a vontade de voltar com mais tempo.
Geralmente indico os locais a visitar e a sua história (nada como uma boa história, simples e curta, mas apimentada), apontar pequenos tesouros da minha perspectiva de alfacinha.
Indico o que acho essencial visitar (na minha modesta opinião).

A Baixa pombalina com a sua história, desde o terramoto de 1755, Alfama (começando pela velhinha Sé), o Castelo (desaconselho o pagamento de um bilhete caro para um monumento meio falso, a Graça ou a Senhora do Monte substituem a vista e são de graça), Belém (com o seu mosteiro e os seus túmulos ilustres, a torre com o mesmo conselho dado sobre o castelo, e os pasteis aconselhando a comerem-nos nas mesas porque vêem directamente da cozinha e mais “fresquinhos” e não abafados naqueles cartuxos), o oceanário, o Museu de Arte Antiga (a maior colecção de arte antes do século XIX), o Calouste Gulbenkian (e quem foi o homem), o do azulejo (com a magnifica igreja), a Igreja de São Roque (um dos poucos monumentos que resistiram ao terramoto de 1755), a Basílica da Estrela (e o seu presépio do século XVIII), o Bairro Alto (e a sua “movida”), o Principe Real (e a sua vida nocturna), a famosa Ginginha, os eléctricos e elevadores, e mais algumas coisas, consoante a curiosidade.
Ah e as festas, Santo António incluído.

Depois para quem quiser, os arredores da cidade. Sintra (atenção ás queijadas, a Cascais (e a bonita viagem de comboio), a margem sul (o peixe, a vista sobre Lisboa, as praias com o seu típico comboio), Setúbal (a baia dos golfinhos, o peixe, a serra, o queijo de Azeitão).
Quem tem mais tempo e disponibilidade, e vai viajar fora de Lisboa, o Porto (os seus monumentos e a comida), Coimbra (monumentos e os pasteis de Tentúgal), Évora (difícil destacar algo em cidade tão recheada de encantos), Alcobaça (e a história de Pedro e Inês acompanhada por um frango na púcara), Batalha (e a sua Aljubarrota), Tomar (do convento á sinagoga), o Douro (o rio e o vinho), o Algarve (nem só de praias vive a região), Santarém (o gótico e Pedro Alvares Cabral, e a sopa).
Depois como a conversa é como as cerejas, as aldeias históricas, a gastronomia (que adoram), as tradições, a história e as curiosidades.

Quanto a locais para comer, só os que frequento e asseguro serem bons, não recomendo o que não escolho para mim.

Resultado disto, um orgulho em falar daquilo que gosto, do que amo, do que me enche a lama e o coração quando a força me falta. Um país com uma história de quase 9 séculos, e com as mais velhas fronteiras do mundo.
E ser patriota é amar o meu país, o meu povo.
Não sou nacionalista, Portugal é o que é porque soube incorporar os outros, as diversas culturas, os povos que vieram e os que ficaram, e foi ao encontro dos outros.
Nós não somos uma raça, somos a raça, a raça humana, a mistura, o aperfeiçoamento dessa mistura, o melhor dela.
Faço pelo meu povo o que acho que devo. Colocá-lo no topo.
A mais não sou obrigado, porque não o faço como obrigação, mas como um dever.

E viva Portugal e os portugueses.

(E vejam de são mais orgulhosos em o serem, e transformem o 10 de Junho no maior feriado deste belo país, vistam as nossa cores por Portugal e não pela selecção de futebol)

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