A maioria das pessoas acha um tipo calmo, organizado e
paciente.
Só vos digo cuidado com a ira dos calmos e dos justos.
Sou um apaixonado pelo meu país, o meu pequeno grande
Portugal, pelo meu povo que é único neste mundo cada vez mais igual, mas
especialmente (e perdoem-me a modéstia), a minha amada Lisboa, minha cidade
berço e onde me fiz homem.
Agora que trabalho na hotelaria, tenho a noção do que outros
sentem e vêem na minha cidade, das suas baixas expectativas com que chegam, e
de como vão maravilhados com a experiência de (geralmente) poucos dias de
permanência, e a vontade de voltar com mais tempo.
Geralmente indico os locais a visitar e a sua história (nada
como uma boa história, simples e curta, mas apimentada), apontar pequenos
tesouros da minha perspectiva de alfacinha.
Indico o que acho essencial visitar (na minha modesta
opinião).
A Baixa pombalina com a sua história, desde o terramoto de
1755, Alfama (começando pela velhinha Sé), o Castelo (desaconselho o pagamento
de um bilhete caro para um monumento meio falso, a Graça ou a Senhora do Monte
substituem a vista e são de graça), Belém (com o seu mosteiro e os seus túmulos
ilustres, a torre com o mesmo conselho dado sobre o castelo, e os pasteis
aconselhando a comerem-nos nas mesas porque vêem directamente da cozinha e mais
“fresquinhos” e não abafados naqueles cartuxos), o oceanário, o Museu de Arte
Antiga (a maior colecção de arte antes do século XIX), o Calouste Gulbenkian (e
quem foi o homem), o do azulejo (com a magnifica igreja), a Igreja de São Roque
(um dos poucos monumentos que resistiram ao terramoto de 1755), a Basílica da
Estrela (e o seu presépio do século XVIII), o Bairro Alto (e a sua “movida”), o
Principe Real (e a sua vida nocturna), a famosa Ginginha, os eléctricos e
elevadores, e mais algumas coisas, consoante a curiosidade.
Ah e as festas, Santo António incluído.
Depois para quem quiser, os arredores da cidade. Sintra
(atenção ás queijadas, a Cascais (e a bonita viagem de comboio), a margem sul
(o peixe, a vista sobre Lisboa, as praias com o seu típico comboio), Setúbal (a
baia dos golfinhos, o peixe, a serra, o queijo de Azeitão).
Quem tem mais tempo e disponibilidade, e vai viajar fora de
Lisboa, o Porto (os seus monumentos e a comida), Coimbra (monumentos e os
pasteis de Tentúgal), Évora (difícil destacar algo em cidade tão recheada de
encantos), Alcobaça (e a história de Pedro e Inês acompanhada por um frango na
púcara), Batalha (e a sua Aljubarrota), Tomar (do convento á sinagoga), o Douro
(o rio e o vinho), o Algarve (nem só de praias vive a região), Santarém (o
gótico e Pedro Alvares Cabral, e a sopa).
Depois como a conversa é como as cerejas, as aldeias
históricas, a gastronomia (que adoram), as tradições, a história e as
curiosidades.
Quanto a locais para comer, só os que frequento e asseguro
serem bons, não recomendo o que não escolho para mim.
Resultado disto, um orgulho em falar daquilo que gosto, do
que amo, do que me enche a lama e o coração quando a força me falta. Um país
com uma história de quase 9 séculos, e com as mais velhas fronteiras do mundo.
E ser patriota é amar o meu país, o meu povo.
Não sou nacionalista, Portugal é o que é porque soube
incorporar os outros, as diversas culturas, os povos que vieram e os que
ficaram, e foi ao encontro dos outros.
Nós não somos uma raça, somos a raça, a raça humana, a
mistura, o aperfeiçoamento dessa mistura, o melhor dela.
Faço pelo meu povo o que acho que devo. Colocá-lo no topo.
A mais não sou obrigado, porque não o faço como obrigação,
mas como um dever.
E viva Portugal e os portugueses.
(E vejam de são mais orgulhosos em o serem, e transformem o
10 de Junho no maior feriado deste belo país, vistam as nossa cores por
Portugal e não pela selecção de futebol)
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