terça-feira, abril 29

Sou apaixonado pelo distrito de Aveiro, digo distrito porque não consigo evidenciar um ou outro local, gosto pelo todo e falo do que conheço.
Lembro-me de umas ferias em 1999, uma das várias que fiz no distrito.
Aveiro é uma das minhas cidades favoritas e por isso fiquei na Gafanha da Nazaré.

Aveiro é cidade rica em pontos de interesse, imperdíveis os jardins, a sé com magníficos retábulos, talha, estatuária e azulejaria, o museu (que nunca consegui visitar por inteiro), o mercado do peixe de Gustavo Eiffel, a ria, os edifícios arte-nova, os barcos moliceiros, a Igreja da Misericórdia, hino ao azulejo, e com um rico museu onde está o Cristo crucificado com cerca de 200 rubis, e que esteve na expo 98.

Claro que dei um salto ao Luso e ao Buçaco, que queria conhecer há muito, e que foram lugares que não me desapontaram.
Os Luso parede Sintra em miniatura, as termas da água mais conhecida de Portugal são das mais visitadas. Tem capela singela e água, muita água para beber.
Depois no Bucaço pagámos 500 escudos (2,5 euros) para entrar com o carro, mas digo que vale a pena, é dos mais belos locais de Portugal, desde o Palace Hotel, ao Vale dos Fetos, á Cruz Alta.
Para rematar um dia em cheio uma visita á Cúria, outra das termas da região, descobertas aquando da construção da linha dos comboios, e com belo parque onde me refugiei do calor (o meu Farrusco aproveitou para dormir uma soneca).

No dia seguinte, Praia da Vagueira, terra de arte xávega.
No Sábado fui a Sever de Vouga porque não estava dia para praia. É terra de montanha, e só o passeio subindo o rio Vouga vale a viagem.
A vila fica em anfiteatro e é muito agradável, alguns solares bonitos, e a Igreja Matriz, bem recuperada num misto de antigo e moderno, mas que não desvirtuou a traça, nem tirou beleza ao monumento.

Verão é altura de festas, e a Gafanha da Nazaré tem um famoso festival de folclore.
Estavam presentes dos grupos de Castro Daire, Gulmirães (arredores de Viseu), Cantares do Minho (grupo de minhotos radicados em Lisboa), Lorvão (Penacova), Cáceres (Extremadura espanhola), Múrcia (Espanha) e claro os mais aplaudidos Gafanhenses da Nazaré, a dançar em casa.
Sou um apaixonado por Portugal, pelo seu povo e costumes, cultura e tradição. Por isso o folclore me comove, e respeito muito esta gente que não deixa perder esta riqueza de património cultural. Abençoada gente que não se deixa vencer e que permanece fiel ás suas raízes, nem só de Joana Vasconcelos vive a cultura em Portugal.
Emoção do princípio ao fim, cada grupo mostrou os trajes, usos e costumes das suas regiões, e as diferenças tornaram-se numa festa de cores, gente bonita e musica, e união entre os povos.
Gente nova e velha, magra e gorda, alta e baixa, sem complexos e vergonhas das suas raízes. Dá gosto ver assim gente saudável, que belo é o meu povo.
Depois foi a Agrovouga, festa agrícola de uma região rica em tudo. Gostei de ver os animais, os de quatro patas, desde os cavalos ás varias raças bovinas em que Portugal é rico.

Em Ílhavo visitei a Barra, com a capela e o farol (o maior de Portugal em altura) que guarda a entrada da barra de Aveiro e a foz do rio Vouga, o incontornável Museu da Vista Alegre, a melhor porcelana do mundo, a Igreja Matriz, as casas típicas da cidade de Ílhavo.

Lembro-me de no último dia de férias ter ido jantar a Aveiro e ter assistido a umas cheias no centro provocadas pelas marés vivas, em pleno Verão.

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