Outra carreira de eléctricos que passava perto de minha casa
em miúdo, eram os da carreira 10/11 que faziam a circulação entre a Baixa e a
Graça.
Como era uma carreira de circulação (havia mais 3, os 22/23,
25/26 e 29/30), e apanhava-se o número que servia mais rápido o destino que se
queria ir.
Na paragem em que eu os apanhava, no Intendente, o 10 ias
para sul em direcção á Praça da Figueira, e o 11 para norte em direcção á
Graça. Fazendo o percurso na totalidade e tomando por opção o 11, subia a Almirante
de Reis virando logo na rua Maria Andrade que subia virando depois para a rua Maria
da Fonte, o 10 descia pela Rua Forno de Tijolo e Rua Maria, subindo depois a Angelina
Vidal até Sapadores.
Na rua da Graça existiam duas paragens uma para acesso ao
largo de Sapadores e ao Bairro Estrela de Ouro, e outra para o miradouro da
Senhora do Monte, um dos mais bonitos e desconhecidos da cidade de Lisboa, onde
reza a lenda D. Afonso Henriques e as tropas portuguesas partiram para a
conquista do castelo aos mouros.
Depois entrava no Largo da Graça, de onde partia o 28, que
foi prolongado ao Martim Moniz aquando da extinção do 10/11. Daqui tem-se
acesso a outro miradouro, mais conhecido, o da Graça.
Descia depois á Voz do Operário e parava junto á Igreja de São
Vicente de Fora, onde depois entrava em via única pelo topo nordeste de Alfama
até ás Escola Gerais, onde está a Casa do Concelho da Pampilhosa da Serra, onde
ia com os meus pais em miúdo (a minha família é originária deste concelho).
Seguia depois para as Portas do Sol, um dos miradouros mais
fotografados da cidade, local privilegiado para ver os telhados de Alfama e o
rio, e ponto de saída para quem quer ir ver o castelo.
Depois iniciava a descida para a Baixa. Primeiro o Miradouro
de Santa Luzia, depois o Teatro Romano que foi descoberto acidentalmente
aquando de obras na rua, a Sé, a Igreja de Santo António com a sua estátua do
santo aquém atiram moedas (tradição recente) e antes de cruzar a rua da Madalena
a igreja com o seu belo portal manuelino, sobrevivente do grande terramoto de
1755.
Paragem na rua da Conceição para depois virar para a Rua da
Prata para a Praça da Figueira (descendo o 10 a rua dos Fanqueiros). Já não sou do tempo
do mercado que se pode recordar no filme O Pátio das Cantigas (Dona Rosa, a sua
filha chegou…), mas da estátua do rei D. João I na altura bem no centro da
praça, posteriormente recolocado em frente á rua da Prata.
Entrava então no Martim Moniz, na altura com uma feira onde
se vendia desde o chouriço ao piassaba, hoje no topo noroeste da Praça de
Espanha.
Depois entrava na Rua da Palma e estávamos de volta ao Intendente.
Volta completa.
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