Outra das carreiras de eléctricos que passava á “minha porta”
era a 17, que chegou a ter carros de duas carruagens, que depois da “automatização”,
a carruagem traseira só era acessível a utentes com passe social.
Ligava o Cemitério do Alto de São João ao Mosteiro dos Jerónimos
em Belém.
Apanhava-se na parada em frente ao cemitério numa “raquete” feita
para os eléctricos darem a volta. Logo depois a paragem conjunta com o 24 e o
27.
Entrava na Rua Morais Soares que percorria na totalidade até
á Praça do Chile. Antigamente era uma rotunda, mas por ter sido alterada a
configuração, houve a necessidade de utilizar as ruas adjacentes para o acesso á
Avenida Almirante de Reis, que percorria até á Rua da Palma, onde havia uma
paragem em frente ao Teatro Laura Alves, já desaparecido. Depois de lhe destruírem
o Monumental destruíram o teatro com o seu nome, bela homenagem a uma das
maiores actrizes de sempre.
Seguia-se o Largo de Martim Moniz, na altura com outro
teatro, o Adoque, feito em barracões de madeira e onde se estrearam grandes
actores, como a Maria Vieira. Hoje tem um mamarracho cheio de lojas “étnicas” e
uns prédios que mais parecem as Obras de Santa Engrácia de tanto tempo que
levam de construção.
Depois da baixa a paragem em frente á Rua Augusta, que tinha
tráfego automóvel e era o acesso para o Rossio, a rua da Betesga tinha sentido
contrário ao actual.
Entrava na Rua do Arsenal passando ao lado da Praça do Município,
onde se encontra o pelourinho e a Câmara Municipal, e que era atravessada pelos
autocarros que iam para a Rua dos Fanqueiros e a Rua da Madalena. Seguia até ao
Corpo Santo onde está a velha igreja (a precisar de obras) e entrava depois no
Cais do Sodré onde parava na Praça Duque de Terceira e no princípio da Avenida
24 de Julho, para servir a estação de comboios (na altura nem o metro, nem os
barcos partiam daqui, apenas os ferries saiam da Avenida Ribeira das Naus).
Seguia depois, tal como hoje a carreira 15, toda a Avenida
24 de Julho até ao Calvário. Passa em frente ao Convento de Nossa Senhora da
Pornunclia e debaixo da ponte 25 de Abril, chegando á estação de Santo Amaro, a
única que hoje recolhe os carros eléctricos (as do Arco Cego e das Amoreiras
foram encerradas devido ao massacre ocorrido com este meio de transporte).
Seguia depois para Belém pela Rua da Junqueira, passando em
frente ao Hospital Egas Moniz e pelas traseiras do edifício da Cordoaria (o mais
comprido do país)
Em Belém tinha 3 paragens: em frente ao Museu dos Coches, na
Rua de Belém, e finalmente antes do Mosteiro dos Jerónimos, onde tinha outra “raquete”
onde fazia terminal.
Foi depois prolongado a Algés, encurtado ao Campo das
Cebolas e finalmente ao Martim Moniz até ser extinto.
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