terça-feira, abril 8

Outra das carreiras de eléctricos que passava á “minha porta” era a 17, que chegou a ter carros de duas carruagens, que depois da “automatização”, a carruagem traseira só era acessível a utentes com passe social.
Ligava o Cemitério do Alto de São João ao Mosteiro dos Jerónimos em Belém.
Apanhava-se na parada em frente ao cemitério numa “raquete” feita para os eléctricos darem a volta. Logo depois a paragem conjunta com o 24 e o 27.
Entrava na Rua Morais Soares que percorria na totalidade até á Praça do Chile. Antigamente era uma rotunda, mas por ter sido alterada a configuração, houve a necessidade de utilizar as ruas adjacentes para o acesso á Avenida Almirante de Reis, que percorria até á Rua da Palma, onde havia uma paragem em frente ao Teatro Laura Alves, já desaparecido. Depois de lhe destruírem o Monumental destruíram o teatro com o seu nome, bela homenagem a uma das maiores actrizes de sempre.

Seguia-se o Largo de Martim Moniz, na altura com outro teatro, o Adoque, feito em barracões de madeira e onde se estrearam grandes actores, como a Maria Vieira. Hoje tem um mamarracho cheio de lojas “étnicas” e uns prédios que mais parecem as Obras de Santa Engrácia de tanto tempo que levam de construção.
Depois da baixa a paragem em frente á Rua Augusta, que tinha tráfego automóvel e era o acesso para o Rossio, a rua da Betesga tinha sentido contrário ao actual.
Entrava na Rua do Arsenal passando ao lado da Praça do Município, onde se encontra o pelourinho e a Câmara Municipal, e que era atravessada pelos autocarros que iam para a Rua dos Fanqueiros e a Rua da Madalena. Seguia até ao Corpo Santo onde está a velha igreja (a precisar de obras) e entrava depois no Cais do Sodré onde parava na Praça Duque de Terceira e no princípio da Avenida 24 de Julho, para servir a estação de comboios (na altura nem o metro, nem os barcos partiam daqui, apenas os ferries saiam da Avenida Ribeira das Naus).

Seguia depois, tal como hoje a carreira 15, toda a Avenida 24 de Julho até ao Calvário. Passa em frente ao Convento de Nossa Senhora da Pornunclia e debaixo da ponte 25 de Abril, chegando á estação de Santo Amaro, a única que hoje recolhe os carros eléctricos (as do Arco Cego e das Amoreiras foram encerradas devido ao massacre ocorrido com este meio de transporte).
Seguia depois para Belém pela Rua da Junqueira, passando em frente ao Hospital Egas Moniz e pelas traseiras do edifício da Cordoaria (o mais comprido do país)
Em Belém tinha 3 paragens: em frente ao Museu dos Coches, na Rua de Belém, e finalmente antes do Mosteiro dos Jerónimos, onde tinha outra “raquete” onde fazia terminal.

Foi depois prolongado a Algés, encurtado ao Campo das Cebolas e finalmente ao Martim Moniz até ser extinto.

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