sexta-feira, dezembro 10

Nunca passei com o meu pai, a não ser nas excursões de e para a terra, e levá-lo e a trazê-lo do hospital.
O meu pai morreu no dia 30 de Dezembro de 1989. Viveu 13 anos paralisado do lado direito.

Nunca foi um homem afável com os filhos, não lho ensinaram a ser, e a minha mão não ajudou. Bem pelo contrário. Dava tareias e “torturas” aos filhos e só culpava o meu pai pelo descontrolo que ia na sua cabeça.
Meu pai nunca me deu conselhos, nunca me ensinou nada. Para ele ser pai era dar dinheiro para as despesas no fim do mês.

Sinto falta dele tanto pela sua ausência em vida, como pela sua morte.
Só me lembro de um homem alto, infeliz com a sua vida, e que estava quase sempre ausente, que se sentia preso á sua família.
O meu pai raramente me bateu, ao contrário da minha mãe que era raro o dia em que não o fazia, duas vezes ele o fez que eu me lembro. Uma vez por estar bêbado, outra por culpa da minha mãe.

Só no fim da vida, já ele doente e saindo eu de casa houve uma maior aproximação, que foi cortada com a sua morte.
Meu pai nunca me julgou.

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