terça-feira, dezembro 7

Num abraço, de irmão, de amigo, de amante, há uma sensação de corpo, de tempo, de coração. O abraço parece o fim.
Uma pessoa sente-se ao mesmo tempo protegida e protectora.
É a paz, inteira, nenhum outro gesto, nenhuma palavra é necessária para a complementar. Pode passar a vida toda, não importa.
Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento.

A sensação é de alguém que reencontramos.
O conforto, como se o outro corpo fosse o nosso, uma alma gémea perdida á nascença.
Toda a angústia do eu se dissipa. É-se naturalmente e inteiramente aceite, sem perguntas, sem condições, sem promessas. Abdicamos de nós de boa vontade, alegremente.
Sentimos alivio, tiramos o peso de cima de nós.

Não há no mundo coisa mais bonita de se fazer.

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