Eu adoro cozinhar e sou louco por um bom prato, por isso fiz
uma lista de pratos que adoro e vou falar deles, bem como dar as receitas:
Queijo Rabaçal
Foi um queijo que descobri já em adulto, mas por quem me
apaixonei de imediato. O sabor e a textura são incomparáveis.
O queijo, originário
da vila do Rabaçal, no concelho de Penela, distrito de Coimbra, é produzido
também em algumas freguesias dos concelhos de Condeixa-a-Nova, Penela, Soure,
Alvaiázere, Ansião e Pombal, mantendo-se a forma tradicional de fabrico.
É um queijo curado de
pasta semi-dura a dura, com poucos ou nenhuns olhos pequenos e irregulares,
disseminados na massa branca mate, obtido por esgotamento lento da coalhada
após a coagulação da mistura de leites de ovelha e cabra, por acção do coalho
animal e de fabrico artesanal. Depois de salgados, os queijos são lavados dia
sim, dia não, durante alguns dias, seguindo-se a cura por um período mínimo de
20 dias.
A produção arcaica de
aroma, sabor e massa bem diferenciados traz-lhe individualidade no contexto dos
seus congéneres.
É um alimento
completo, rico em gordura, proteína de alto valor biológico, ácidos aminados,
ácidos orgânicos, elementos minerais, especialmente cloro, sódio, cálcio,
fósforo e vitaminas A, B2 e B1.
As pastagens da erva-de-santa-maria
(tomilhinha) dão-lhe um sabor e um odor muito característicos e singular.
A produção caseira
sempre foi de forma circular e pequena.
Eça de Queiroz, tão
atento a dimensões de identidade e alteridade, pontua o queijo do Rabaçal na
sua obra “A Cidade e as Serras”.
No século XVIII,
por exemplo, o Antão Senhor do Rabaçal, o Duque do Cadaval, recomendava ao seu
foreiro, mais tarde Visconde de Degracias, que lhe envia-se (possivelmente para
Lisboa) “uns queijinhos do Rabaçal”.
Relativamente à temática
do lacticínio, sobretudo o citado queijo e especificamente no lugar do Rabaçal,
e do que lhe é inerente (terras, pastos, matos, legislação vária, acessos de
homens e animais, limpeza de caminhos, qualidade do produto, produção e
escoamento), forçoso é que nos debrucemos sobre a documentação de diversas
épocas, como sejam, entre outros, desde logo o Foral de 1516, as memórias
paroquiais datadas de 1758 e as posturas Municipais que nos chegam de 1838,
quando em Portugal reinava D. Maria II.
Provem e digam-me se não é bom.
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