terça-feira, dezembro 24

Não vou ser hipócrita e desejar um bom Natal a todos, porque nem todos o merecem!
Não faço parte da corja de hipócritas que são delicodoces nesta época, para depois sacanearem os outros no resto do ano.

Gosto do Natal claro, mas cada vez mais me enoja esta onda diabética que atingiu uma festa que deveria ter tudo menos prendas, e falsos moralismos.
Numa altura em que um quarto da população portuguesa passa fome, não me parece que seja motivo de celebração.

Desejo, claro, a felicidade dos que amo, e de todos aqueles que fazem que o mundo seja um lugar melhor para se viver, dos que não me entendem, dos que me magoaram mas que vão sempre ter um lugar na minha memória, pois vivemos momentos bonitos.

Vou passar novamente o Natal sozinho, pois não tenho família, por escolha minha, tanto o não ter família como o não passar acompanhado. Possivelmente á meia-noite já estarei a dormir.
Amanhã acordarei mais feliz por isto já ter passado, e podermos finalmente voltarmos a ser os sacanas das outras 50 semanas do ano, coisa que não somos nestas 2 que separam o meio de Dezembro do Ano Novo.
Comerei na consoada, sozinho, o que mais gosto, simples, singelo, pouco mas bom, bom não porque seja algo caro, mas porque é o que gosto.
Não terei prendas, porque não preciso delas. As que queria não as vou ter, não porque sejam perecíveis, nem sequer se podem comprar, porque são sonhos, utopias da minha cabeça e que não são possíveis de se realizar neste mundo de loucos fanáticos pelo dinheiro e pelo poder.

Amanhã será outro dia, daqui a uma semana outro ano. Mais miséria e sofrimento, mais do mesmo. Muitos sobreviverão, outros acabarão o percurso.
A esperança transforma-se em desalento.
Mais do mesmo.

Para quem poder, Feliz Natal!  

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