Não consigo entender esta raiva que certos portugueses têm
aos espanhóis.
Se de Espanha nem bom vento nem bom casamento, como é que o
casamento gay entre portugueses e espanhóis, e entre portugueses foi feito
primeiro em território espanhol?
E depois os casamentos hetero entre os dois países já se
fazem há séculos, que isto de amar passa fronteiras.
Como muitos portugueses, antes da entrada na União Europeia
e da sua abolição de controlo de fronteiras, a primeira visão que tive de Espanha
foi a cidade de Badajoz. Caramelos á parte foi ver outra cultura, outro povo,
outra língua.
Depois vieram Cáceres, Zamora, Verin, Tui, Baiona, Santiago
de Compostela, Aroche, Tarifa, Algeciras, Ayamonte, Cadiz, Ciudad Rodrigo, umas
mais belas que outras.
Hoje quem vai ao Príncipe real á noite, se se ouve falar
castelhano os gays ficam em estado de alerta. Não porque lhes desperta a
Padeira de Aljubarrota, em estilo nacionalista, neles, mas mais a libido,
parecem suricatas. Aliás ter um “namorado” espanhol parece ser muito in agora
em Portugal. É a versão gay da amante espanhola.
Deve ser porque está longe e assim não o controla, e pode ir
engatar á vontade, e sempre dá jeito no Madrid Pride.
Nisto de direitos LGBT, os nossos hermanos deram-nos uma
derrota maior do que a que lhe demos para os lados da Batalha. E a bem da
verdade, foi muito devido aos nossos vizinhos da Península Ibérica, que
Portugal avançou como um cometa nos direitos da população LGBT, na igualdade
dos direitos humanos, e ainda está á frente de Portugal.
Continuo a achar que na diferença está a grandeza dos povos,
e mesmo nos indivíduos, e de Espanha que venham bons ventos, mais secos e
quentes no Verão, e bons casamentos, Espanha tem homens e mulheres lindas, eu
próprio já me embeicei por um (embora seja chileno, vive em Madrid, que é um
homem lindo, inteligente e cheio de sentido de humor).
Acho que hoje somos vizinhos, bons vizinhos, com algumas
zangas.
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