terça-feira, outubro 1

O facto de se ser gay é propenso a se ser enxovalhado, ou pior chantageado. Passei por isso mas nunca cedi.

Houve um episódio muito caricato, passado há muitos anos na Amadora.
Fui ao wc do centro comercial junto á estação dos comboios, já não me recordo do nome, e um miúdo colocou-se a meu lado no urinol. Quem em conhece sabe que não gosto de miúdos e por isso não lhe liguei, quando ele se começou a insinuar, demasiado graficamente até, e sai do wc para ir apanhar um autocarro para Lisboa.
O meu espanto quando o miúdo me interpela a pedir dinheiro, se não lho desse ia dizer á policia que eu o tinha abordado e abusado dele, sendo ele menor.
Reagi primeiro ignorando, mas parente a sua insistência, disse-lhe para o fazer. Após algumas trocas de argumentos, e eu não parei de me dirigir para a paragem dos autocarros, ele diz-me “pensas que és esperto, dá-me dinheiro ou eu dou-te cabo da vida”.
Virei a esquina e estava um casal de policias, parei em frente a eles e disse-lhes “este rapaz tem uma queixa a apresentar-vos” e virando-me para o parvalhão digo-lhe “diz agora aos agentes o que me tens dito”.
A criatura desaparece como se fosse ar, e eu explico aos polícias o sucedido.

Agora imagino as atrocidades que se passam neste mundo cão.
Quando me assumi gay para a minha família, ao fazer 18 anos, fui vítima de tentativas de humilhação, pensando eles que eu era fraco e me ia ficar, enganaram-se…
Depois fui militar, ai tive muito cuidado, mas não podia ir a um wc fardado que em Évora era logo “carne para canhão”. Imagino que muitos meus camaradas aproveitaram a situação para melhor o “pré”, mas eu não, nunca me vendi por dinheiro.

Quantos já não ficaram com as vidas mesmo destruídas…

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