Detesto o puritanismo.
Nunca fui moralista, e muito menos puritano.
Acho que uma vida sexual plena torna um homem mais feliz e
realizado.
Quando descobri a minha sexualidade, há uns bons 35 anos, a
igreja católica tinha muito mais poder que hoje, e como sabemos a posição da
igreja em relação á homossexualidade, era considerado impuro, nojento, perverso,
adorador do diabo e coisas semelhantes.
Muitos já sabiam dos padres pedófilos, mas todos calavam a
bem da Santa Madre Igreja.
Sendo a minha família ultra-católica (excepto o meu pai que
era comunista), fui educado com a cartilha, e vivi a hipocrisia de uma igreja
que dizia para amar e perdoar os outros como irmãos, e que me desejava queimar
na fogueira por amar outros homens.
Claro que isso fez-me afastar, para grande histerismo da
minha família (especialmente a minha mãe, pois os abusos que ela fazia aos
filhos não eram pecado…).
Depois como sempre fui muito observador, devido á minha
timidez e ao castramento a que era sujeito, cedo percebi os “podres” das famílias
e a teia de moralismo hipócrita.
No fim o medo de arriscar, de explorar, de se aventurarem, o
de se sentirem fragilizados, é o que impede esta gente de viver uma sexualidade
plena.
Os medos atrasam-nos, agrilhotinam-nos, e viver é por vezes
arriscar.
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