quarta-feira, julho 21

O fardo da escolha é a privação da liberdade. 
É assustador ser livre, termos de assumir responsabilidades pelas nossas decisões.


Vivo dentro de um país entaipado. Estamos possuídos por uma atrofia de sentimentos.


Quem foi que me pegou o vicio?
Espanta-me as pessoas verem as coisas com olhos pouco críticos.


Não me consigo habituar. 
Não me censurem.
Mas não gosto de ser infeliz, e encontro pouco consolo em saber que existem pessoas mais infelizes do que eu.


Existem cada vez mais pessoas rancorosas, muita traição, muita ganância e falsidade, tantos amigos desleais, mães egoístas, pais tirânicos, tanta vaidade, crueldade e dor.
A vida é generosa para os vilões, mas isso não significa que lhes perdoemos.


A maldade da vida moderna, das relações vulgares afligem-me. 
E isto é devido à incapacidade de as pessoas "verem" os outros, portanto de entrarem em empatia com o seu semelhante.
O que é assustador nisto é que este tipo de cegueira pode existir entre os melhores, como nos piores.
Depois do mal ser individualizado, torna-se parte da nossa vida quotidiana, e a maneira de lhe resistir torna-se também individual. Como fazer sobreviver a alma, eis a questão essencial.


E a resposta é: através do amor e da imaginação.
Os sentimentos humanos, as experiência humanas, a forma e os rostos humanos tem de recuperar o seu lugar próprio, que é o primeiro plano.


As recordações têm uma maneira peculiar de se tornarem autónomas da realidade que invocam.
Podem suavizar a nossa dor em relação aos que muito nos magoaram, e podem fazer-nos detestar aqueles que outrora aceitámos e amámos incondicionalmente.


Não adianta ter um guarda da prisão mais simpático, quando o que nós queremos é sair da prisão...

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