Gente que chora dá outro valor ao riso.
Não embarco em euforias fáceis, nem me deslumbro facilmente.
Já vi e vivi o suficiente para não me espantar por “dá cá aquela palha”.
Tento ser firme nos meus valores, e flexível nos meus
juízos, permita-me a cabeça e os olhos ajuizarem.
Claro que acho que sonhar é bom, e não é uma perda de tempo.
Um homem é antes de mais as suas atitudes, a sua postura, a
sua coragem em lutar pelos seus valores e por aquilo em que acredita.
E há momentos em que o sonho de uns é o pesadelo dos outros.
Há para ai tanta gente estúpida, que eu, alma caridosa,
tenho o cuidado de os avisar de que o são.
Numa altura em que só se ouve falar de rigor, ordem,
disciplina, sacrifício, é difícil ter vontade de rir. Mas é necessário. Deve-se
lutar contra um estado repressivo, que devia ser protector. Aliás ele é
protector, dos ricos e poderosos.
Esta resignação dá-me medo.
E o populismo corrói o sistema e as mentalidades, cria
desconfiança e desinteresse.
E este estado não tem sentido de humor, por isso rir é
resistir, é uma arma.
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