domingo, agosto 26


Quem escreve acho que o faz por várias razões, mas a minha é para exorcizar as ideias que me passam pela cabeça, uma espécie de catarse, para que não me consuma.
Eu escrevo para comunicar, mas também para influenciar. Sim porque a palavra influencia. E a escrita também, e muito.

Quem escreve emite uma opinião, um ponto de vista, uma maneira de ver o mundo, e quer ser ouvido, lido, validado.
Quando escrevo tenho a cabeça cheia de ideias, palavras, e um papel em branco que é um deserto. A transferência dá-se pela minha mão, rápida e precisa.
Por vezes são histórias que tenho para contar, outras vezes mágoas, muitas vezes alegrias. Mas tudo honesto, tudo meu.
Quem as vai ler, não sei, Quando escrevo é o silêncio.
Não sou original, não invento nada, falo de coisas vividas, pensadas na minha cabeça, só sei que penso, muito. E se penso logo existo.

A minha história é de coragem e sacrifício, de coisas que me confundem, de descobertas, mas também de coisas que me maravilham.
Mas não escrevo de memórias alheias, tenho resistência suficiente e boas intenções. Já falhei muitas vezes e isso aborrece-me, mas nunca desisti, nem pretendo fazê-lo.
Mas não me vejo a seguir outro caminho, senão o que trilho, vou lendo, lendo e escrevendo, e vou-me admirando tanto com a maldade como com a bondade dos outros.

Quantos anos me faltam? Vinte? Trinta? Cinquenta? Mas vou ler e pensar, vou ir ao encontro dos outros, sempre de mãos abertas, vou reflectir, olhar, escrever.
No fim sou um anónimo, um anónimo português.
Não serei é indiferente. E tudo será como deve ser. 

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