Há momentos na vida que tornam insignificantes e fúteis as
nossas penas, são aqueles que vivemos com os amigos.
Esses momentos de alegria e partilha são paliativos para as
agruras, para as feridas que os outros nos causam. Diante deles afasto os meus
pesares e a minha raiva contra as bestas deste mundo. Aqueles que tiram prazer
em tirar a dignidade aos outros, que é uma forma de matar sem matá-los.
Aos que tem bens avultados, poder, tudo lhes é perdoado,
todos os vícios são permitidos. Ao pobre, ao fraco, dizem-lhe como há-de viver,
como se há-de comportar.
O desprezo pelo outro, que chega mesmo ao ódio, não dão
mostras de abrandarem, muitas vezes tendo mesmo os sintomas de uma epidemia.
O facto de não me correr bem o dia, não me dá o direito de
ser indelicado com os outros. Os amargos de boca são meus, e lá se devem curar.
Nestas alturas são os amigos que me adoçam a boca.
Não consigo odiar ninguém, mas não me peçam para gostar de
quem só me dá amargos de boca.
Porque teimam em querer humilhar e maltratar as pessoas?
Porque teimam eles?
IDIOTAS!
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