Sempre fugi do ódio. Do meu e o dos outros.
O mundo é feito de tanta beleza que não tenho tempo para o ódio.
Nunca entendi porque me invejam ou odeiam. Nunca fui, e
espero nunca vir a se, um ser maldoso, revoltado sim com a maldade alheia,
nunca vingativo.
Sempre me aproximei dos outros de mão estendida porque foi
assim que me ensinaram a ser. Se não entendem a minha bondade, só posso ter
pena de vós.
Mas ser bondoso não é ser parvo (acho que não sou, embora não
seja consensual).
Só sei que tenho de ser e agir. E tenho esperança de ser
cada vez mais. Tive tudo para ser uma vítima de um melodrama piegas, mas
resisti e segui outro caminho. De que adianta estar sempre a falar do mal que
nos acontece, será ele que te define como pessoa?
Não quero ser confrontado, nem visto como uma vítima, mas como
alguém que venceu o mal que lhe fizeram.
Quero que a ultima página da minha história seja a riqueza
que são os meus amigos, a da coragem e do respeito de que seja merecedor.
Aprendi a ser corajoso, honrado e digno. Se puder ensinar
aos outros esses valores, a minha vida terá valido a pena, e serei honrado na
minha morte.
A vida está ai á nossa espera, do que faremos dela, a nós
nos compete ajuizar. Ela vai tirar-nos a prova-dos-nove do que realmente
valemos.
Saberemos nós estar á altura desse desafio?