segunda-feira, setembro 19


O homem tem memória fraca.
Depressa se esquece do bem que lhe fazem, e de como os outros são importantes na sua vida.
Porque será que só somos solidários parente uma catástrofe?
Ficamos chocados com as “desgraças” que vemos na televisão, mas depois não vemos, nem notamos, que os que estão á nossa volta sofrem ou que precisam de ajuda, ou simplesmente que alguém os abrace e diga que “vai tudo correr bem”.

O que é que eu preciso para ser feliz?
Afectos, ser amado, ver justiça, ser livre. Ser considerado um homem decente.
Se a verdade fosse tão lucrativa como a mentira, e a sinceridade desse mais proveitos do que a hipocrisia, este mundo estaria mais próximo da humanidade do que está neste momento.
Eu sei que comunicar é difícil, e aceitar a “verdade” dos outros muito mais, mas eu quero saber quem sois, o que desejais.
Conhecer os outros faz-me situar no meu mundo, conhecer-me a mim próprio, através dos outros vejo-me a mim mesmo, vejo os meus limites e as minhas capacidades.
Não posso esperar receber sem dar, e como não tenho muito para dar, dou o que tenho. Tudo o que tenho, e nada tenho, é das pessoas que eu amo, que são os meus amigos.
Como tenho saudades de outra mão na minha mão…

É bom desconfiar do que se vê, ou julga ver.
Nunca é bom tomar partido só se ouvindo uma parte.
Continuo a ser o mesmo, mas sem ser o mesmo, já não sendo o mesmo. Sinto que me danifiquei .  Acreditei que a amizade conseguia superar todas as dificuldades. Enganei-me.
Sei agora que não me posso dar, como me dou, que isso só me leva á magoa, e como não gosto de sofrer, tenho de proteger.
Penso cada vez mais que devia deixar de falar, para dar mais silêncio ao mundo, e sossegar mais aqueles que inquieto.
Não tenho “brilho”, não sou nenhum “gajo bom como o milho”, não sou nenhum “Einstein”, mas continuo a fazer a barba ao espelho, e a olhar para mim sem vergonha.
Será que sou apenas uma anedota?


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