segunda-feira, julho 30
Sou abençoado porque possuo amigos, tenho-os sem os pedir. Porque um amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo ganha-se, conquista-se.
Benditos os momentos que sofro pelos amigos, porque os tenho. Porque um amigo não se cala, não questiona, nem se rende, apenas entrega o ombro para o amigo chorar.
Porque um amigo sofre e chora com o amigo. Para o amigo não há horas.
Benditos sejam os meus amigos que acreditam na minha verdade e que me apontam a realidade. Porque os meus amigos apontam-me a direcção. Os meus amigos são o meu chão!
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, outras sorriem por saberem que os espinhos têm rosas!
Para que serve um amigo? Para tudo e para nada. Para te fazer feliz e te curar da infelicidade, para te reparar e para tu cuidares dele.
Um amigo partilha lembranças, crises de choro, experiências, culpas e segredos.
Um amigo empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a ternura, dá a palavra sábia. A um amigo recomenda-se.
Um amigo leva-te para o mundo dele, e entra no teu.
Um amigo segura na tua mão, leva o teu coração nas mãos dele, e coloca-o numa redoma para ele não se magoar
Os meus amigos são assim, amém.
domingo, julho 29
Das muitas coisas que a vida me ensinou foi a que por vezes
temos que desistir de certas coisas, ou pessoas, para seguirmos em frente.
Não digo que seja fácil, por vezes dói como um raio. Mas é
como um remédio que se tem de tomar para nos curarmos, sabe mal mas tem de se
engolir.
É isto que me permite sobreviver a esta selva que é o mundo.
Este ano foi o ano mais feliz da minha vida.
Mudei fisicamente, tornando mais eu, passei a olhar para mim
ao espelho e não ficar triste.
Também foi o ano em que me tornei um DARK HORSE. Uma experiência
na minha vida que nunca sonhei sequer poder vir a acontecer.
Aos poucos e poucos fui ganhando batalhas e os corações dos
meus companheiros, que me foram vendo como um igual entre iguais.
Do torneio dos emergentes ao PITCH BEACH foram emoções atrás
de emoções, batalhas atrás de batalhas que fomos vencendo, que eu fui vencendo.
Foi um descobrir coisas em mim e nos outros, que me fez ganhar companheiros,
mas mais importante, amigos, amigos para a vida, pois só assim encaro a
amizade.
Os Dark Horses tornaram-me um homem melhor, mais feliz, mais
confiante. Estou com eles para ficar até que não me restem forças no meu corpo
para os acompanhar, e ajudar a serem os fantásticos seres que são.
Vou sentir a sua falta neste mês de paragem para descanso,
mas sinto que consegui atingir os objectivos a que me propus, mas vou
desafiar-me e conseguir mais e melhor, pois os meus companheiros merecem.
Só quero que eles saibam que me fazem feliz, e que eu os amo
como irmãos.
Aquilo que me deram foi algo de grandioso que só posso
retribuir estando sempre disponível para os ajudar a serem melhores.
Obrigado companheiros, amigos.
DARK HORSES!
domingo, junho 24
Os ideais que me iluminam e me enchem incessantemente de alegre coragem de viver foram sempre a bondade, a beleza e a verdade. Sem o sentimento de harmonia com aqueles que têm as mesmas convicções, a vida ter-me-ia parecido vazia. Os banais esforços humanos de propriedade, êxito exterior e luxo pareceram-me desprezíveis.
Quando reflectimos sobre a brevidade e a incerteza da vida, parecem-me desprezíveis todos os nossos anseios de felicidade.
Juntar todas as pessoas num molho é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas.
E evita que pensemos, o que para muitos é complicado.
Parece-me quase natural o facto de vermos defeitos nos outros e fazermos juízos pouco agradáveis. Porque temos, o direito de as avaliar segundo os nossos padrões e, em tais situações, mesmo as pessoas compreensivas e moderadas dificilmente se abstêm de fazer uma crítica.
Mas muitas vezes quando se tentar entender a outra pessoa no seu ambiente, no que realmente é através do seu percurso, e na maneira como ela se adaptou e sobreviveu, só por má vontade ou por manifesta incompreensão se pode criticar aquilo que, não pôde deixar de nos parecer, por mais que uma razão, digno de ser criticado. O indivíduo mais limitado pode ser completo, se se move dentro das fronteiras das suas capacidades e das suas disposições pessoais.
É verdade que não são as circunstâncias que definem a nossa vida, mas fazem-nos seguir caminhos.
Eu sempre escolhi o do diálogo e da compreensão, o do conflito nunca me trouxe nada de bom. E mesmo os que ganhei, acabei por perder, pois ficou um vazio de razão que não me preencheu.
A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades o que em efeito vamos ser.
Não somos arremessados para a existência como uma bala, cuja trajectória está absolutamente predeterminada.
Surpreendente a vida! Viver é sentir-se forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem um só instante se pode deixar descansar a nossa obrigação de tomar decisões, mesmo quando desesperados decidimos não decidir.
E quem decide é o nosso carácter.
Um homem louco é aquele cuja maneira de pensar e agir não se coaduna.
Há pequenas impressões, finas como um cabelo e que, uma vez compreendidas, evitam muito sofrimento e quezílias inúteis.
Mas muitas vezes quando se tentar entender a outra pessoa no seu ambiente, no que realmente é através do seu percurso, e na maneira como ela se adaptou e sobreviveu, só por má vontade ou por manifesta incompreensão se pode criticar aquilo que, não pôde deixar de nos parecer, por mais que uma razão, digno de ser criticado. O indivíduo mais limitado pode ser completo, se se move dentro das fronteiras das suas capacidades e das suas disposições pessoais.
É verdade que não são as circunstâncias que definem a nossa vida, mas fazem-nos seguir caminhos.
Eu sempre escolhi o do diálogo e da compreensão, o do conflito nunca me trouxe nada de bom. E mesmo os que ganhei, acabei por perder, pois ficou um vazio de razão que não me preencheu.
A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades o que em efeito vamos ser.
Não somos arremessados para a existência como uma bala, cuja trajectória está absolutamente predeterminada.
Surpreendente a vida! Viver é sentir-se forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem um só instante se pode deixar descansar a nossa obrigação de tomar decisões, mesmo quando desesperados decidimos não decidir.
E quem decide é o nosso carácter.
Um homem louco é aquele cuja maneira de pensar e agir não se coaduna.
Há pequenas impressões, finas como um cabelo e que, uma vez compreendidas, evitam muito sofrimento e quezílias inúteis.
quarta-feira, junho 13
A Europa a afundar-se arrastando a economia, e o país
preocupado com o futebol. "Somos os maiores", no desemprego? na
injustiça? na desigualdade social? na falta de transparência? na corrupção? na
abstenção? no abandono escolar? na iliteracia? na desresponsabilização? no
desenrasca?
AH LÀ ISSO SOMOS. E depois quando nos dizem as verdades
ficamos irritados e "lá vêem os profetas da desgraça". Já diz o
ditado "o pior cego é aquele que não quer ver". Ganhamos um jogo e
somos os maiores, e vamos resolver a "crise" do país.
Deve ser a dos ricos (jogadores da selecção incluídos).
Porque amanhã a taxa de desemprego vai continuar a subir, a desigualdade também,
e os meninos da selecção vão poder continuar a viver a sua vida de lordes, como
os tugas vão continuar a bajulá-los, ou a crucificá-los, dependendo se ganham
ou perdem.
Ontem vi escrito na casa de banho de um bar, “Não entendo o
que é isso do Orgulho Gay? Orgulho em ser gay? Em acho uma coisa normal”.
Entendo que ache ser gay uma coisa normal, porque o é; agora
o não entender o que é ter orgulho em ser gay… ou é um privilegiado ou é estúpido.
Eu tenho orgulho em ser gay porque não tenho vergonha de o
ser, porque tenho orgulho em mim, por ter sempre lutado para me respeitarem,
contra o preconceito, a maldade, o desrespeito que muitos me quiseram tratar.
Só quem não viveu, e lutou, para que o respeito pela
orientação sexual fosse igual, é que não compreende o Orgulho Gay. Muitos falam
como se fosse igual a vida para um gay ou para um hetero. NÂO, NÂO é.
Infelizmente ainda não é…
Quando eu tinha 18 anos éramos presos por sermos gays, e
levados para as esquadras, e humilhados e ouvíamos se queríamos levar com o
cassetete pelo cu acima , (embora acredito que muitos quisessem).
Só quem não passou pela expulsão da família, por agressões
brutais, pela humilhação, pela perda do emprego, pela negação simples a mostrar
os afectos por uma pessoa que se ama livremente na rua, pode perguntar ou criticar
quem se ache no direito de ter orgulho em ser gay.
Eu tenho orgulho em ser gay, porque apesar de tudo aquilo
que me fizeram sofrer, sou um ser equilibrado, um bom ser humano, soube lutar e
venci, fui melhor que eles.
Tenho sim orgulho, e vou continuar a lutar para que outros o
tenham.
domingo, junho 10
Alguns ouvem com as orelhas, outros com o estômago, outros com o bolso e alguns, simplesmente, não ouvem.
O silêncio do invejoso está cheio de ruídos.
Protegei-me da sabedoria que não chora, da inteligencia que não ri e da grandeza que não se inclina perante os mais fracos.
Algumas vezes do mal nasce algum bem, e do bem, algum mal. O presente é nosso, por isso não nos serve de alívio o bem futuro, nem nos deve inquietar o mal futuro
Uma pessoa realista não se ilude mas também não pode deixar de ter esperança. Se fizermos uma reflexão, sabemos o pouco que basta para fazer o nosso bem, ou o nosso mal: de um instante a outro mudamos da alegria para a tristeza, e muitas vezes sem motivo digno disso, que o de uma vaidade mais, ou menos satisfeita.
Os homens não são todos igualmente sensíveis ao bem, e ao mal, a uns penetra mais vivamente a dor, a outros só faz uma impressão ligeira. O bem não acha em todos o mesmo grau de contentamento.
No carácter há a mesma diferença, uns mais débeis, e outros mais robustos, por isso uns são mais sentimento, e outros mais resistência, nuns domina a vaidade e em outros a vaidade é uma coisa natural
A vaidade é um ímpeto, um vício sossegado, e sem desordem.
quinta-feira, junho 7
Como pode ser-se idiota e, ao mesmo tempo, feliz?
A idiotice e a felicidade estão ligadas, muito ligadas.
O idiota tem segurança em si próprio que o leva, a considerar-se uma pessoa sempre certa, com razão e de beatitude muito próxima do ele considera ser superior.
Assim sendo, não vejo incompatibilidade entre o ser-se idiota e o ser-se feliz. Bem sei que há várias maneiras de se chegar a idiota. Já foram experimentadas comigo.
João, não penses. Se começas a pensar estragas tudo.
Não quero dizer, com isto, que não acredite na felicidade. Mas não consigo afirmar-me como um grande idiota.
Agora que muitos, de certeza, querem fazer de mim outro idiota. Não por desejarem reconverter-me, mas para aconselharem-me, a eu não pensar, principalmente não pensar.
Se tivesse seguido o caminho para mim traçado, talvez tivesse sido feliz - não se sabe - idiota e feliz. Assim, fiquei longos anos idiota e infeliz, infeliz por ser idiota e saber que o era e que não podia deixar de o ser. Ora, um idiota que é infeliz por saber que é idiota já pode estar a caminho de deixar de o ser. É uma possibilidade. É a tal luz no fundo do túnel, como se disse tantas vezes a propósito da situação económica deste idiota de país.
Há idiotas que se consideram inteligentíssimos, o que é uma forma muito comum de idiotia, e extraem dessa certeza uma felicidade, que consiste em uma pessoa se julgar muito superior às que a rodeiam.
Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima como poder, é, quase sempre, um perigo.
Oremos.
Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sentir-se qualquer coisa.
A idiotice e a felicidade estão ligadas, muito ligadas.
O idiota tem segurança em si próprio que o leva, a considerar-se uma pessoa sempre certa, com razão e de beatitude muito próxima do ele considera ser superior.
Assim sendo, não vejo incompatibilidade entre o ser-se idiota e o ser-se feliz. Bem sei que há várias maneiras de se chegar a idiota. Já foram experimentadas comigo.
João, não penses. Se começas a pensar estragas tudo.
Não quero dizer, com isto, que não acredite na felicidade. Mas não consigo afirmar-me como um grande idiota.
Agora que muitos, de certeza, querem fazer de mim outro idiota. Não por desejarem reconverter-me, mas para aconselharem-me, a eu não pensar, principalmente não pensar.
Se tivesse seguido o caminho para mim traçado, talvez tivesse sido feliz - não se sabe - idiota e feliz. Assim, fiquei longos anos idiota e infeliz, infeliz por ser idiota e saber que o era e que não podia deixar de o ser. Ora, um idiota que é infeliz por saber que é idiota já pode estar a caminho de deixar de o ser. É uma possibilidade. É a tal luz no fundo do túnel, como se disse tantas vezes a propósito da situação económica deste idiota de país.
Há idiotas que se consideram inteligentíssimos, o que é uma forma muito comum de idiotia, e extraem dessa certeza uma felicidade, que consiste em uma pessoa se julgar muito superior às que a rodeiam.
Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima como poder, é, quase sempre, um perigo.
Oremos.
Oremos para que o idiota só muito raramente se sinta feliz. Também, coitado, há-de ter, volta e meia, que sentir-se qualquer coisa.
domingo, junho 3
Os donos da razão, todos os dias os encontro.
Evito-os, embora ás vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me enganam. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Convencidos da vida há-os, em toda a parte, eles estão convictos da sua excelência, da sua razão magnânima dos seus actos de que são, os melhores.
Praticam, uns com os outros esse convencimento, e precisam de espectadores, necessitam de “dar nas vistas”, ser o foco das atenções. E não admite que está errado, e não ouve os outros, os outros para ele são simples ouvintes.
Faz “amizades” conforme lhe for mais útil, conforme a disponibilidade e a pachorra de lhe seguirem o raciocínio.
Dizem as piores asneiras com o ar mais convencido do mundo, e pensam que todos nós, seres inferiores a eles, acreditamos. Cultivam a sua vaidade baseada na ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e julga-se mais hábil do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro um convencido da vida fazer piruetas, e contradizer-se, para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
sábado, junho 2
O que é mais proveitoso, representar o mundo como pequeno ou como grande?
Para mim sempre foi claro ver na humanidade qualquer coisa de grande, de magnífico e de importante, digna de todos os zelos e de todos os esforços, que vejo com consideração e estima.
Sempre foi essa sensação, essa ideia, essa certeza, que me fez avançar, que me fez tornar melhor ser humano, na tentativa (sei que vã) de me tornar um ser perfeito. Acreditar que posso ser melhor, e tornar nesse processo, os outros melhores, tem sido o meu catalizador para tornar a minha infância e juventude de dor e sofrimento, numa vida dedicada aos outros. Porque se há uma coisa que sei nesta vida, é que a minha salvação está nos outros, e só neles, nos afectos e em tudo o que de bom vou conseguir dos outros seres humanos. E eu sei que vou.
Isto não me isenta de certa depreciação de mim mesmo e do mundo, uma espécie de mal-estar, em que o mundo, sorrindo, me vê como um rapaz ingénuo e tolo.
Mas a minha confiança e fervor em que acredito que o ser humano tem salvação, que é bom estar vivo e acreditar na bondade dos outros, oferecem-me vantagens consideráveis. Não concedo grande importância às coisas mas aos actos, aos sentimentos. Além disso, os meus pensamentos e o meu comportamento são causa de uma (aparente) seriedade, duma paixão e de um tal sentimento de responsabilidade que, tornando-me ao mesmo tempo um homem amável, não me fazem esquecer, nem descurar, do que podem fazer as pessoa mais vis.
quinta-feira, maio 31
sábado, maio 19
Não, a vida não me desapontou!
Bem pelo contrário, todos os anos a acho melhor, mais desejável, mais misteriosa...
Desde o dia em que vejo a mim a grande libertadora, a ideia de que a vida podia ser aquela que eu queria para mim, a procura do saber, e não dever nada a ninguém, a fuga á fatalidade.
Quem me despontou foram algumas pessoas, aquelas que não tem qualidade. Mas essas risquei-as da minha vida, passo-lhes ao largo, e defendo-me delas, não lhes alimentando o ódio e a inveja com que me “presenteiam”.
Deixa-as destilar o veneno, que pode ser que mordam a língua e morram envenenadas.
Agora só não toquem naqueles que amo, os meus amigos…
E quem, de resto, se poderá bem rir e bem viver se não for capaz de enfrentar a vida e vencer as suas guerras?
Há pessoas que me acham um ser com uma forte personalidade.
Se calhar tem razão. Eu acho que sou uma pessoa que tenho a cabeça arrumada, sei aquilo que quero, e para onde quero ir. Encaro os meus sentimentos e afectos com a maior naturalidade e demonstro-os sem pudor ou vergonha. Pois eles fortalecem-me, não me diminuem, nem me enfraquecem. Aposto neles pois são eles que me salvam de ser um homem vulgar.
E de gente vulgar já estou farto…
Pobre dessa gente que apenas tem para mostrar, e conquistar os incautos, um corpinho jeitoso.
Quantas vezes fui olhado com ar de nojo por aqueles que agora andam atrás de mim, só porque não tinha o corpo que eles achavam apetecível. Eu continuo o mesmo na minha cabeça, só em versão melhorada (sem photoshop) e com muito mais confiança. Se isso se nota, ainda bem, adoro vê-los a morder os lábios quando os ignoro.
Os meus amigos não tem de ser lindos, nem inteligentes, basta seres bondosos e generosos, humanos e afectuosos. Os meus amantes idem…
quarta-feira, maio 16
Tenho conhecido tanta criatura nesta vida sem grandeza de alma e sentimentos.
São intriguistas e mesquinhas, adoram fazer-se de vítimas, mas fazem de vitimas os outros, sendo incapazes de entender o que é justiça.
São seres pobres e secos de afectos, só se vem a eles ao espelho.
Para eles a vida limpa, plena, franca, encarada nos cornos, não faz sentido.
Entre o Deve e o Haver, eles acham que é tudo a haver para elas, egoístas como são.
Não são gente… são coisas amargas, sem ternura, sequiosos de atenção, sem saberem qual é o caminho certo, sem rumo na vida, querem eles lá saber do céu e do inferno. O inferno já eles o fazem nesta vida. E então os “devotos” são os piores. Armados em puritanos, lá estão eles de dedo em riste, a apontar lestamente os “defeitos” aos outros.
A que propósito merece esta gente a minha solidariedade?
quarta-feira, maio 9
Uma coisa sabei de mim, que quero antes o bem que o mal, porque muito mais o sinto como meu, que o mal que me recorda o meu passado, e a morte, que até me matar, me mata.
Não sei se serei capaz de voar tão alto, porque para voar alto, são necessárias asas que não tenho. Mas vós que também sois homens como eu, desculpai-me a conta em que vos tenho. E o que de mim vos sei dar, é simplesmente o melhor que tenho, que sou, que é a honestidade do meu carácter, a bondade do meu coração, a inteligência emocional dos meus afectos.
domingo, abril 29
Dos meus avós pouco tive, e poucas boas lembranças me deixaram.
Do meu avô paterno tenho a imagem do meu irmão chapado, homem baixo de estatura (física e mental) robusta. Carácter de homem bruto, que adorava sempre o neto mais recente, que assim que nascesse outro, era substituído na sua afeição. Como teve 17 netos, poucas lembranças terão eles do afecto do avô. Depois deviam ser tratados "com um pau nas costas"...
Teve a feliz ideia (infeliz para ele, mas merecida), de fazer a partilha da herança em vida. depois de servidos os herdeiros, com raras excepções, andaram a empurrá-lo entre eles. Típico de gente que só vive para o dinheiro e a influência.
Acabou por morrer na Azambuja, em casa da filha mais velha, e onde está enterrado.
Da minha avó paterna a pouca recordação que tenho é uma imagem de uma mulher grande, pelo menos para mim, miúdo, era, rude e sem afectos para dar. Morreu de Diabetes.
O meu avô materno não o conheci`.
A minha mãe foi fruto de um caso fora do matrimonio de minha avó, não sei se casada na altura ou não, se o meu avô o era com outra ou não, pois tudo era tabu na família, em relação a isso. Sei que ela viveu sempre com a mágoa acerca disso, e descarregou no marido e filhos essa frustração. Embora sempre me apresentasse a minha avó como um exemplo de virtude, embora estivesse elas as duas longe disso.
Os mal tratos ficaram para nós...
Viveu para lá dos 90. Mulher magra, seca de corpo, sentimentos e inteligência. Autoritária e bisbilhoteira, queria controlar a vida de todos e fazer tudo á sua vontade, caprichosa.
Sobreviveu á morte de dois filhos, o mais velho e o mais novo.
Aquele a quem eu chamei de avô, embora sem ser do meu sangue, foi o avô Silva, ultimo marido de minha avó, e pai de 3 dos meus tios.
Sofria de Parkinson, mas era um homem calmo e agradável, foi o único avô que me deixou boas memórias.
Lembro-me sempre dele em duas ocasiões marcantes: Num grande incêndio ocorrido na Serra da Luz, há muitos anos, num bairro de barracas, estava ele no cimo das escadas da casa dos meus tios, a apontar e a tentar falar assustado. Vimos então ao longe o incêndio e as explosões (mais tarde soubemos que eram as bilhas de gás nas barracas), e chamámos os nossos pais. O incêndio alastrou-se até á Calçada da Carriche.
Outro acontecimento foi o da sua morte, a família toda reunida em casa á espera do seu falecimento, num velório tanto de macabro como de comovente. Senti na altura que a pessoa que mais sentiu a sua morte foi um meu tio, marido da sua filha mais velha, que não sendo do seu sangue o considerava como um pai.
Sei que muitos tem histórias bonitas sobre os seu avós. Também gostaria de as ter. Mas foi o que me caiu em rifa, duas famílias disfuncionais em afectividade.
Mas mesmo assim acho que não me sai nada mal...
Do meu avô paterno tenho a imagem do meu irmão chapado, homem baixo de estatura (física e mental) robusta. Carácter de homem bruto, que adorava sempre o neto mais recente, que assim que nascesse outro, era substituído na sua afeição. Como teve 17 netos, poucas lembranças terão eles do afecto do avô. Depois deviam ser tratados "com um pau nas costas"...
Teve a feliz ideia (infeliz para ele, mas merecida), de fazer a partilha da herança em vida. depois de servidos os herdeiros, com raras excepções, andaram a empurrá-lo entre eles. Típico de gente que só vive para o dinheiro e a influência.
Acabou por morrer na Azambuja, em casa da filha mais velha, e onde está enterrado.
Da minha avó paterna a pouca recordação que tenho é uma imagem de uma mulher grande, pelo menos para mim, miúdo, era, rude e sem afectos para dar. Morreu de Diabetes.
O meu avô materno não o conheci`.
A minha mãe foi fruto de um caso fora do matrimonio de minha avó, não sei se casada na altura ou não, se o meu avô o era com outra ou não, pois tudo era tabu na família, em relação a isso. Sei que ela viveu sempre com a mágoa acerca disso, e descarregou no marido e filhos essa frustração. Embora sempre me apresentasse a minha avó como um exemplo de virtude, embora estivesse elas as duas longe disso.
Os mal tratos ficaram para nós...
Viveu para lá dos 90. Mulher magra, seca de corpo, sentimentos e inteligência. Autoritária e bisbilhoteira, queria controlar a vida de todos e fazer tudo á sua vontade, caprichosa.
Sobreviveu á morte de dois filhos, o mais velho e o mais novo.
Aquele a quem eu chamei de avô, embora sem ser do meu sangue, foi o avô Silva, ultimo marido de minha avó, e pai de 3 dos meus tios.
Sofria de Parkinson, mas era um homem calmo e agradável, foi o único avô que me deixou boas memórias.
Lembro-me sempre dele em duas ocasiões marcantes: Num grande incêndio ocorrido na Serra da Luz, há muitos anos, num bairro de barracas, estava ele no cimo das escadas da casa dos meus tios, a apontar e a tentar falar assustado. Vimos então ao longe o incêndio e as explosões (mais tarde soubemos que eram as bilhas de gás nas barracas), e chamámos os nossos pais. O incêndio alastrou-se até á Calçada da Carriche.
Outro acontecimento foi o da sua morte, a família toda reunida em casa á espera do seu falecimento, num velório tanto de macabro como de comovente. Senti na altura que a pessoa que mais sentiu a sua morte foi um meu tio, marido da sua filha mais velha, que não sendo do seu sangue o considerava como um pai.
Sei que muitos tem histórias bonitas sobre os seu avós. Também gostaria de as ter. Mas foi o que me caiu em rifa, duas famílias disfuncionais em afectividade.
Mas mesmo assim acho que não me sai nada mal...
segunda-feira, abril 23
Sempre vivi um pouco sozinho.
A minha condição de homossexual não permitiu grande aceitação entre a minha família, os meus colegas de escola ou de trabalho.
Aos 10 anos já me sentia diferente dos outros. Embora não gostasse de desportos violentos (o que eu mudei...), não queria brincar com bonecas.
A visão do meu professor de ginástica a tomar banho na escola deixava-me fascinado, e ai percebi que não era igual aos outros meninos.
Por isso isolei-me, no meu mundo, cada vez mais só meu, numa tentativa de me proteger. Preferia estar sozinho comigo mesmo, que estar a ser magoado pelos outros.
Acho que foi isso que me tornou atento ao mundo a meu redor. Quando não entendo uma pessoa, um acto, um comportamento, distancio-me e observo, tento entender.
Quem me conhece sabe que sou um ser social, adoro a companhia dos outros e a troca de ideias, mas cheguei aqui devido a um percurso muito solitário e de grandes batalhas comigo mesmo, que me fez vencer barreiras, até me sentir confortável comigo mesmo e com o contacto com os outros. Por isso assumo a minha orientação sexual em pleno, e faço questão que saibam desde cedo que sou gay. Sem medos, receios, constrangimentos.
Tenho orgulho na pessoa em que me tornei: honesto, bondoso, solidário, sincero, humilde. Não sou perfeito, ainda tenho muito para aprender, mas sou o melhor que sei ser.
Já perdi muitas esperanças acerca da humanidade, mas continuo a acreditar no amor, sob todas as formas, como forma de redenção e salvação do homem.
Eu faço a minha parte. Já sai da redoma.
domingo, abril 22
Como eu amo o Porto.
Sou Alfacinha, nascido e criado, mas desde que vi a cidade do Porto com os meus olhos, pela primeira vez, fiquei apaixonado por ela e pela sua gente frontal e hospitaleira.
Adoro deambular pelas ruas do centro, para na Ribeira e olhar o rio e Gaia, sentir a atmosfera, o charme da cidade património mundial. E como se come bem no Porto.
Depois de 10 anos de ausência voltei ao Porto em Setembro do ano passado. Foi como um miúdo maravilhado com um brinquedo desejado que regressei á Ribeira, á Sé, á Alfândega, aos Clérigos, á livraria Lello & Irmão, que comi uma francesinha, e um bacalhau acompanhado com um delicioso vinho verde de Marco de Canaveses, e uma bôla.
2 meses depois lá estava novamente com os Dark Horses para jogar a segunda mão da Nuria Cup.
Novamente estive no Café Lusitano, onde dancei mais uma vez até á exaustão, com os meus companheiros de rugby.
Rui Reininho disse uma vez que "Lisboa é uma mulher bonita e o Porto um gajo porreiro". Concordo plenamente.
São duas cidades bem distintas, com carácter próprio e ambas belas e interessantes. Embora adore a minha Lisboa natal, continuo a sentir-me em casa no Porto, e a sentir-me em família com a sua gente, que sempre me respeitou, mesmo sendo "mouro".
E o bom filho á cada torna...
Não sei o meu futuro, mas quero voltar a casa o mais breve possível, pois tenho sempre saudades de voltar ao Porto
Sou Alfacinha, nascido e criado, mas desde que vi a cidade do Porto com os meus olhos, pela primeira vez, fiquei apaixonado por ela e pela sua gente frontal e hospitaleira.
Adoro deambular pelas ruas do centro, para na Ribeira e olhar o rio e Gaia, sentir a atmosfera, o charme da cidade património mundial. E como se come bem no Porto.
Depois de 10 anos de ausência voltei ao Porto em Setembro do ano passado. Foi como um miúdo maravilhado com um brinquedo desejado que regressei á Ribeira, á Sé, á Alfândega, aos Clérigos, á livraria Lello & Irmão, que comi uma francesinha, e um bacalhau acompanhado com um delicioso vinho verde de Marco de Canaveses, e uma bôla.
2 meses depois lá estava novamente com os Dark Horses para jogar a segunda mão da Nuria Cup.
Novamente estive no Café Lusitano, onde dancei mais uma vez até á exaustão, com os meus companheiros de rugby.
Rui Reininho disse uma vez que "Lisboa é uma mulher bonita e o Porto um gajo porreiro". Concordo plenamente.
São duas cidades bem distintas, com carácter próprio e ambas belas e interessantes. Embora adore a minha Lisboa natal, continuo a sentir-me em casa no Porto, e a sentir-me em família com a sua gente, que sempre me respeitou, mesmo sendo "mouro".
E o bom filho á cada torna...
Não sei o meu futuro, mas quero voltar a casa o mais breve possível, pois tenho sempre saudades de voltar ao Porto
domingo, abril 15
Já não se sabe sorrir em Portugal.
Anda nos rostos e nos gestos o sofrimento da fome e do ultraje, com que este governo, e esta Europa, nos castiga.
Estamos numa curva descendente de humanismo, de humilhação e, humilhação, tirando-nos a dignidade dia-a-dia, até não restar nada de homem em nós.
Não podemos baixar os braços, ser silenciosos, ser coniventes.
É a nossa carne que vai para o canhão, é a carne dos vossos filhos, dos vossos netos. É o futuro deles que estão a hipotecar, para manter os grandes gordos.
A nossa vida, é nossa. Pertence-nos, não a eles. Temos de a reclamar como nossa.
Portugal está a ser transformado num enorme campo de concentração. Eles já começaram a bater-nos, eles estão a aproveitar-se da nossa bonomia e desunião.
Temos 9 séculos de história como povo, somos uma raça de resistentes.
Antes morrer como um homem do que como um escravo submetido.
Anda nos rostos e nos gestos o sofrimento da fome e do ultraje, com que este governo, e esta Europa, nos castiga.
Estamos numa curva descendente de humanismo, de humilhação e, humilhação, tirando-nos a dignidade dia-a-dia, até não restar nada de homem em nós.
Não podemos baixar os braços, ser silenciosos, ser coniventes.
É a nossa carne que vai para o canhão, é a carne dos vossos filhos, dos vossos netos. É o futuro deles que estão a hipotecar, para manter os grandes gordos.
A nossa vida, é nossa. Pertence-nos, não a eles. Temos de a reclamar como nossa.
Portugal está a ser transformado num enorme campo de concentração. Eles já começaram a bater-nos, eles estão a aproveitar-se da nossa bonomia e desunião.
Temos 9 séculos de história como povo, somos uma raça de resistentes.
Antes morrer como um homem do que como um escravo submetido.
sábado, abril 7
Eu combato a minha superficialidade, a minha mesquinhez, para tentar chegar aos outros sem esperanças utópicas, sem cargas de preconceitos ou de expectativas ou de arrogância, o mais desarmado possível, sem armas, sem armaduras, aproximo-me dos outros de peito aberto, de pé, em vez de estraçalhar tudo com a minha superioridade, aceito os outros de mente aberta, como iguais, de homem para homem, para não perceber tudo ao contrário.
Mais vale ter um cérebro do que um punho fechado. Não quero estar mal preparado para conseguir ver as acções e os objectivos secretos de cada um.
Não quero fechar-me e manter-me enclausurado como fazem muitos, num permanente medo de que os outros vejam as suas fraquezas e nos julguem menores. Quero estar sempre o mais próximo possível da realidade e das pessoas reais, não quero estragar as minhas relações com os outros com a minha ignorância.
O facto de eu não compreender todas as pessoas não tem nada a ver com a minha inteligência. O não as compreender tem a ver com a sua humanidade, no meu caso com a sua falta. É assim que eu vivo. Talvez o melhor fosse não ligar ao facto de me enganar ou não sobre as pessoas e deixar andar. Se conseguirem fazer isso digo-vos, vocês são mais inteligentes do que eu.
O erro não está em crer que existem boas pessoas, mas sim ignorar que elas existem, e não ir á procura delas, e pensar que não temos direito aos seus afectos, em nome da nossa própria natureza.
E é evidente que essa é que é a tragédia, as pessoas que não gozam desses afectos.
sexta-feira, abril 6
Encaro sempre as tarefas a que me dedico e que me são confiadas com dedicação.
Sou daquela raça que luta, e nada pretende para si próprio, apenas servir os outros, e sentir a alegria de o fazer.
Só quem conhece o meu passado sabe porque sou assim. Não esqueço o que passei, mas quero pensar no futuro, é nele que mais penso, e invisto.
Amo a liberdade, e é só por ela que me disponho a lutar, para um futuro melhor para mim e para aqueles que amo. E é por isso que estou disponho ao sacrifício.
Tenho medo, seria muito estúpido se não o tivesse, mas reajo a quem me afronta, a quem me tenta magoar, sou aguerrido sem ser heróico (nunca me senti bem em cima dum pedestal), sou eloquente nas palavras e não gosto de sombras sinistras.
Sou daquela raça que luta, e nada pretende para si próprio, apenas servir os outros, e sentir a alegria de o fazer.
Só quem conhece o meu passado sabe porque sou assim. Não esqueço o que passei, mas quero pensar no futuro, é nele que mais penso, e invisto.
Amo a liberdade, e é só por ela que me disponho a lutar, para um futuro melhor para mim e para aqueles que amo. E é por isso que estou disponho ao sacrifício.
Tenho medo, seria muito estúpido se não o tivesse, mas reajo a quem me afronta, a quem me tenta magoar, sou aguerrido sem ser heróico (nunca me senti bem em cima dum pedestal), sou eloquente nas palavras e não gosto de sombras sinistras.
domingo, abril 1
Este orgulho de ser português, feito de arrogância e de
bondade, bravura e sacrifício, bonomia e nobreza.
Não me sai da alma, este orgulho de ser português.
Mas há alguns portugueses de que não me orgulho nada.
Não puder ajudar a resolver os males do mundo, ajudar todas
as pessoas, não é desculpa para não agirmos em defesa dos outros.
Esta ideia de que somos todos prestáveis só aos poderosos, é
aberrante.
Primeiro temos de nos ajudar a nós próprios, muitas vezes
esperar que venha o salvador não ajuda, o síndrome do sebastianismo não leva a
nada, ninguém pode salvar ninguém se essa pessoa não estiver disposta a ser
salva, ou se espera que os outros façam tudo por ela.
Ajudar os outros não é levá-los ao colo, e dar-lhes a hipótese
de resolverem as coisas por eles, dar-lhes a hipótese de escolha, a
oportunidade de pensarem. Eu sei que pensar é muito violento para muita gente…
Devemos ajudar o semelhante a levar a carga, mas não carregarmos a carga por
ele.
E quem não quer ser aconselhado não precisa de ajuda.
Se és poupado ao sofrimento, deves ajudar a atenuar o
sofrimento dos outros, mas quem precisa de ajuda constante e recorre sempre a
ti (e muitas vezes só) quando precisa, não é digno da tua ajuda, e não é teu
amigo. Deixa-o. Só te vais consumir.
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