domingo, junho 3



Os donos da razão, todos os dias os encontro.

Evito-os, embora ás vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me enganam. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.


Convencidos da vida há-os, em toda a parte, eles estão convictos da sua excelência, da sua razão magnânima dos seus actos de que são, os melhores.
Praticam, uns com os outros esse convencimento, e precisam de espectadores, necessitam de “dar nas vistas”, ser o foco das atenções. E não admite que está errado, e não ouve os outros, os outros para ele são simples ouvintes.

Faz “amizades” conforme lhe for mais útil, conforme a disponibilidade e a pachorra de lhe seguirem o raciocínio.

Dizem as piores asneiras com o ar mais convencido do mundo, e pensam que todos nós, seres inferiores a eles, acreditamos. Cultivam a sua vaidade baseada na ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e julga-se mais hábil do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro um convencido da vida fazer piruetas, e contradizer-se, para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.

Sem comentários: