terça-feira, maio 27

Enquanto o nosso governo faz de conta que venceu as eleições europeias, e o nosso presidente faz de conta que mumificou, as ideias e a simpatia a favor de uma ditadura crescem.
As tiazinhas caridosas dizem aos pobres para não comerem carne, a protecção civil diz para nos agasalharmos com varias camadas de roupa, (não há dinheiro para os aquecedores, pois a EDP cobra a luz mais cara da Europa), a igreja e a sua corja de beatos tentam demonizar os indigentes, os que não seguem a sua (i)moral (gays, divorciados, mulheres que abortam), que são vistos como os novos judeus, responsáveis pela crise e desgraça económica.
Os pobres ou morrem de fome ou de doença, ou de falta de assistência médica (por não haver médicos, emigraram, ou de material, bem como medicamentos).
O ensino é cada vez mais para uma coutada de ricos, que humilham os outros em requintadas e divertidas praxes (a taxa de desistências no ensino superior continua a subir).

Isto não augura nada de bom.
O governo PSD/CDS continua a dizer que vai salvar Portugal, que nos libertou do jugo estrangeiro, e que a culpa da vinda da Troika foi de José Sócrates (como se não tivessem sido eles a chumbar o PEC 4), que quando veio a Troika não havia dinheiro para pagar aos funcionários públicos nem reformas e pensões (que se sabe ser mentira), e que foram eles que aplaudiram a chegada do FMI, que apelidaram de “salvador da pátria”.
Enquanto os treinadores e presidentes continuam a fazer pressões sobre a arbitragem no futebol, justificando as suas derrotas incompetentes e dos jogadores pagos a peso de ouro, e a que o povo parece achar serem justos.

Por este andar ainda vamos perder mais feriados, a começar pelo Primeiro de Maio, a avaliar pelo cada vez maior número de desempregados (a descida da taxa de desemprego é outra mentira, que é calculada pelo numero de inscritos nos centros de emprego, e excluindo os que põem em “formação”).

Make the best of a bad situation, dizem os americanos…  
Agora andam a bombardear-nos com programas de culinária, em que se fazem pratos com meia dúzia de cagalhotos e que custam um balúrdio. Como se a nossa gastronomia não fosse das melhores do mundo.
Concordo que os olhos também comem, mas não temos de comer com lupas…
Agora só são bons os restaurantes e chefes (sim porque agora são todos chefes), com estrelas Michellin, onde gasta por uma refeição o orçamento de um mês de comida em casa, e comes, aliás provas, uma amostra de comida empilhada e escondida, num prato gigante borrifado com molhos de cores e sabores estranhos, que mais parecem o cabelo da vocalista dos The Gift.

São gourmet…

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