Algo terá de mudar para que tudo fique na mesma. Isto é dito
no filme “O Leopardo” de Luchino Visconti com Burt lancaster.
Hitler, Estaline, Mussolini, Franco e Salazar pensavam desta
forma. Mas também os actuais regimes “democráticos”.
Sempre que os governantes, os poderosos ou as igrejas fazem
reformas, é caso de ficarmos de sobreaviso. Quando mudam algo, ou é porque lhes
convém ou porque têm medo e fazem uma manobra para que tudo fique na mesma, sem
parecer que fica.
Miguel de Unamono, escritor e professor catedrático da
Universidade de Salamanca, e que teve uma grande ligação afectiva e intelectual
com Portugal, ao ponto de Miguel Torga ter tomado o seu nome como escritor,
chamou Portugal um país de suicidas. E somos.
Vemos os nossos governantes a levar o país para o abismo, e
comportamo-nos como carneiros a ir para uma arriba.
Sou ateu graças a Deus disse Luís Buñuel.
A Igreja sempre esteve do lado das ditaduras, e da direita,
da ordem e dos bons costumes. A esquerda e os intelectuais sempre forma vistos
como perigosos, O pensamento livre assusta-os. Já D. João III escolheu colocar
definitivamente a Universidade em Coimbra, para a afastar das ideias novas que
vinham com os mareantes e os seus livros perigosos, e para junto da igreja e da
mentalidade conservadora de um interior sem acesso ao mar.
A Igreja Católica apoiou o regime de Salazar, como o de
Franco, Mussolini e até o de Hitler até certa altura.
Não sou propriamente ateu, mas olho com desconfiança e
precaução para as religiões, mas especialmente a católica onde fui educado, e
mesmo para esta “revolução franciscana”.
Esta pratanha que através do sofrimento se ganha o céu, ou
que serve para nos tornar mais fortes, e melhores, não me convence.
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