Enquanto o nosso governo faz de conta que venceu as eleições
europeias, e o nosso presidente faz de conta que mumificou, as ideias e a
simpatia a favor de uma ditadura crescem.
As tiazinhas caridosas dizem aos pobres para não comerem
carne, a protecção civil diz para nos agasalharmos com varias camadas de roupa,
(não há dinheiro para os aquecedores, pois a EDP cobra a luz mais cara da
Europa), a igreja e a sua corja de beatos tentam demonizar os indigentes, os
que não seguem a sua (i)moral (gays, divorciados, mulheres que abortam), que são
vistos como os novos judeus, responsáveis pela crise e desgraça económica.
Os pobres ou morrem de fome ou de doença, ou de falta de assistência
médica (por não haver médicos, emigraram, ou de material, bem como
medicamentos).
O ensino é cada vez mais para uma coutada de ricos, que
humilham os outros em requintadas e divertidas praxes (a taxa de desistências no
ensino superior continua a subir).
Isto não augura nada de bom.
O governo PSD/CDS continua a dizer que vai salvar Portugal,
que nos libertou do jugo estrangeiro, e que a culpa da vinda da Troika foi de
José Sócrates (como se não tivessem sido eles a chumbar o PEC 4), que quando
veio a Troika não havia dinheiro para pagar aos funcionários públicos nem
reformas e pensões (que se sabe ser mentira), e que foram eles que aplaudiram a
chegada do FMI, que apelidaram de “salvador da pátria”.
Enquanto os treinadores e presidentes continuam a fazer
pressões sobre a arbitragem no futebol, justificando as suas derrotas
incompetentes e dos jogadores pagos a peso de ouro, e a que o povo parece achar
serem justos.
Por este andar ainda vamos perder mais feriados, a começar
pelo Primeiro de Maio, a avaliar pelo cada vez maior número de desempregados (a
descida da taxa de desemprego é outra mentira, que é calculada pelo numero de
inscritos nos centros de emprego, e excluindo os que põem em “formação”).
Make the
best of a bad situation, dizem os americanos…
Agora andam a bombardear-nos com programas de culinária, em
que se fazem pratos com meia dúzia de cagalhotos e que custam um balúrdio. Como
se a nossa gastronomia não fosse das melhores do mundo.
Concordo que os olhos também comem, mas não temos de comer
com lupas…
Agora só são bons os restaurantes e chefes (sim porque agora
são todos chefes), com estrelas Michellin, onde gasta por uma refeição o
orçamento de um mês de comida em casa, e comes, aliás provas, uma amostra de
comida empilhada e escondida, num prato gigante borrifado com molhos de cores e
sabores estranhos, que mais parecem o cabelo da vocalista dos The Gift.
São gourmet…