segunda-feira, novembro 19

Acho que sou um ser ético. E o que é isso perguntam-me!
Ser ético é, para mim (corrijam-me se estou errado) coincidir cada gesto, cada palavra, apostar no que dizemos, ter os valores fundamentais e morais á verdade humana, comportarmo-nos e defendermos os valores humanitários, que é ser solidário, respeitar a liberdade e a democracia, não ser moralista, apoiar os fracos, lutar contra as injustiças.
E isto marca a diferença, e termos a consciência de que podemos fazer a diferença torna-nos poderosos, faz-nos especiais.
E é isso que faz os momentos mais especiais da nossa vida, quando nos superamos, e especialmente quando ninguém aposta em nós.


Há pessoas (eu chamo de criaturas) que não tem a mais pálida noção do sofrimento que provocam aos outros, porque são tão egoístas e comodistas, são criaturas perversas, mas o que me choca é a aceitação dos actos destes seres.
Existem criaturas que só devem fazer sexo com o seu próprio espelho.
Eu explico…
Acham-se tão belos, e fiam-se tanto nos corpinhos danone que só vem a perfeição neles, e a sua beleza como superior.
Confesso que os corpinhos danone raramente fazem parte do meu menu, primeiro por não ser um, e depois porque os tive, e já tive um (fiz remo), e eles raramente não me deram amargos de boca.
Quando temos um nosso, precisamos de um espelho para acreditarmos que o temos, e ansiamos pela aceitação dos outros porque o temos. Se temos um de outro, vivemos num medo de que se vá e nos troque por um melhor.
O espelho é um grande mestre se tivermos olhos para vermos a realidade que somos. Também eu precisei dele para mudar para melhor. Só quem já me conheceu antes pode saber o quando mudei fisicamente num espaço tão curto de tempo, e a diferença física a que me sujeitei.
Acreditem que quando tinha um corpo de remador não me via como um homem bonito, continuo a não me ver como tal, mas já não fico triste ao ver-me ao espelho.

Para mim o meu espelho não me mostra o quanto bonito eu sou, mas o quanto feio eu não sou.

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