Os sentimentos estão no centro de todas as nossas decisões
na vida, no entanto não há coisa que mais dissimulemos, com o medo de ficarmos
vulneráveis.
Como podemos esperar que os outros nos entendam se
escondemos o essencial?
Se estamos magoados com uma atitude alheia, porque razão não
o dizemos em vez de amuarmos ou invertamos uma desculpa? O outro não é obrigado
a saber o que se passa na nossa cabeça. Pode ser burro e termos de lhe
explicar, e até podemos ter a surpresa de ele nos explicar de que estávamos
errados.
Claro que por vezes saber esperar para fazer certas pessoas
compreender as nossas atitudes é o melhor. Mas alimentar raivas e sentimentos
de vingança, mina o nosso coração, e ocupa-o de ódio que não nos faz bem, e por
vezes faz ricochete e atinge inocentes.
No caso das relações, quando acabam a maioria das pessoas
tentam arranjar logo algum substituto, custe o que custar e no mais curto
espaço de tempo possível, e não fazem o devido “luto”, que é natural e saudável,
não esperam por melhores dias e que a ferida cicatrize e não deixe marca.
Eu sei que a solidão dói, mas bolas, não podemos perder a
razão e o controlo. Saber esperar é uma virtude. Tirando a morte, o tempo tudo
cura. E encontrar força para sobreviver é o que nos faz uns homens.
Os heróis são os que se mantêm de pé apesar do coração
desfeito, das angústias, do medo. E depois para que servem os amigos se não para
nos ajudar a vencer as dores?
Nós somos obrigados a sobreviver e a seguir o nosso caminho,
e a ficarmos mais fortes.
É bom podermos contar com os amigos, mas mais importante é
termos a força de encontrarmos em nós recursos para sobreviver.